Rodolfo Juarez
A
sabedoria popular ensina que “se conselho fosse bom ninguém daria, ao
contraria, cobraria caro por cada um dos conselhos”.
O valor
do conselho não se reflete em eventual avaliação pecuniária ou por qualquer
troca, se pode medir pelo reflexo que pode ter em ações do aconselhado no
sentido de atender melhor a sociedade, os grupos sociais ou a família.
É por
isso que o povo entende que, em tendo oportunidade e condições, que se deva “dar”
o conselho, afinal de contas além de ser uma diretriz para quem o recebe e o
leva em consideração, também é uma porta de acesso entre os que podem fazer
alguma coisa e aqueles que querem que alguma coisa seja feita.
A
população do Estado do Amapá precisa, de forma inegável, de melhor atendimento
no setor saúde, contar com um melhor ensino público, em conferir melhores
resultados com relação aos serviços de segurança social e readquirir a
confiança de que se está no rumo das conquistas sonhadas.
Precisa
que haja entendimento entre as pessoas que assumiram a responsabilidade
funcional de trabalhar pela população e não se entrincheirar nos órgãos e
fazendo dali estruturas de proteção pessoal, como se o povo houvesse assumido o
compromisso de escolher guerreiros, pagos para se agredirem mutuamente,
gastando tempo com itens que não estão inscritos em nenhum lugar, fragilizando
o processo administrativo estadual e deixando a população desassistida.
Para
que serve isso?
Claro
que serve para nada, ou melhor, serva para aumentar a distância entre o povo e
os seus governantes, as pessoas e aqueles que o povo teve o cuidado de escolher
para gerenciar os seus interesses ou representa-lo nessa gerência.
Ainda
tem um grupo que não foi diretamente escolhido pelo povo, mas sim de forma
indireta, aqueles que foram escolhidos por pessoas que estavam em determinado
momento, em determinado cargo, tratando, exatamente dos interesses da população
e agindo em nome dela, pelo menos na teoria.
Isso se
verifica quando, por exemplo, o governador escolhe o nome que consta de uma
lista tríplice para dirigir o Ministério Público Estadual ou nomear um
desembargador para o Tribunal de Justiça do Estado, ou um conselheiro para o
Tribunal de Contas.
Observe
que não se fala, no exato momento da nomeação, de se estar agindo em nome do
povo, muito embora na leitura do decreto de nomeação se cite os artigos da
constituição estadual, mas sem lembrar que aquela permissão foi da população
para exatamente aquela pessoa.
Respeitar
essa condição é importante para todos.
Não
quer dizer por que, por não ser escolhido pelo voto popular, que nada tem a ver
com a população; ou imaginar que a interpretação que faz da lei é uma questão
apenas de hermenêutica e nada tem a ver com o povo.
Tem
sim, a ordem principal veio do povo, através do voto, depois de analisar uma
série de itens propostos pelo então candidato a governador que, “no caso de
eleito” se comportaria assim ou assado.
Não dá
para virar as costas para a população e ficar ouvindo um pequeno grupo de pessoas
que, de forma afinada e treinada, faz tudo que o mestre mandar, sem ajudar,
desde que ele permaneça no cargo de puxa-saco.
Já
existe até a máxima que está ponta da língua – e sem qualquer pudor -, para
justificar certos procedimentos: “é melhor puxar o saco do que puxar carroça”.
Bem, essa é outra questão, mas que é vizinha da questão principal.
O
Estado vive de um conjunto de acertos, onde, naturalmente, se admite os erros e
não em um conjunto de erros, onde eventualmente, se acerta alguma coisa.
Que
tal?
É ou
não é bom, pelo menos pensar nisso!
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