domingo, 12 de janeiro de 2014

Que tal pensar nisso...

Rodolfo Juarez
A sabedoria popular ensina que “se conselho fosse bom ninguém daria, ao contraria, cobraria caro por cada um dos conselhos”.
O valor do conselho não se reflete em eventual avaliação pecuniária ou por qualquer troca, se pode medir pelo reflexo que pode ter em ações do aconselhado no sentido de atender melhor a sociedade, os grupos sociais ou a família.
É por isso que o povo entende que, em tendo oportunidade e condições, que se deva “dar” o conselho, afinal de contas além de ser uma diretriz para quem o recebe e o leva em consideração, também é uma porta de acesso entre os que podem fazer alguma coisa e aqueles que querem que alguma coisa seja feita.
A população do Estado do Amapá precisa, de forma inegável, de melhor atendimento no setor saúde, contar com um melhor ensino público, em conferir melhores resultados com relação aos serviços de segurança social e readquirir a confiança de que se está no rumo das conquistas sonhadas.
Precisa que haja entendimento entre as pessoas que assumiram a responsabilidade funcional de trabalhar pela população e não se entrincheirar nos órgãos e fazendo dali estruturas de proteção pessoal, como se o povo houvesse assumido o compromisso de escolher guerreiros, pagos para se agredirem mutuamente, gastando tempo com itens que não estão inscritos em nenhum lugar, fragilizando o processo administrativo estadual e deixando a população desassistida.
Para que serve isso?
Claro que serve para nada, ou melhor, serva para aumentar a distância entre o povo e os seus governantes, as pessoas e aqueles que o povo teve o cuidado de escolher para gerenciar os seus interesses ou representa-lo nessa gerência.
Ainda tem um grupo que não foi diretamente escolhido pelo povo, mas sim de forma indireta, aqueles que foram escolhidos por pessoas que estavam em determinado momento, em determinado cargo, tratando, exatamente dos interesses da população e agindo em nome dela, pelo menos na teoria.
Isso se verifica quando, por exemplo, o governador escolhe o nome que consta de uma lista tríplice para dirigir o Ministério Público Estadual ou nomear um desembargador para o Tribunal de Justiça do Estado, ou um conselheiro para o Tribunal de Contas.
Observe que não se fala, no exato momento da nomeação, de se estar agindo em nome do povo, muito embora na leitura do decreto de nomeação se cite os artigos da constituição estadual, mas sem lembrar que aquela permissão foi da população para exatamente aquela pessoa.
Respeitar essa condição é importante para todos.
Não quer dizer por que, por não ser escolhido pelo voto popular, que nada tem a ver com a população; ou imaginar que a interpretação que faz da lei é uma questão apenas de hermenêutica e nada tem a ver com o povo.
Tem sim, a ordem principal veio do povo, através do voto, depois de analisar uma série de itens propostos pelo então candidato a governador que, “no caso de eleito” se comportaria assim ou assado.
Não dá para virar as costas para a população e ficar ouvindo um pequeno grupo de pessoas que, de forma afinada e treinada, faz tudo que o mestre mandar, sem ajudar, desde que ele permaneça no cargo de puxa-saco.
Já existe até a máxima que está ponta da língua – e sem qualquer pudor -, para justificar certos procedimentos: “é melhor puxar o saco do que puxar carroça”. Bem, essa é outra questão, mas que é vizinha da questão principal.
O Estado vive de um conjunto de acertos, onde, naturalmente, se admite os erros e não em um conjunto de erros, onde eventualmente, se acerta alguma coisa.
Que tal?

É ou não é bom, pelo menos pensar nisso!

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