sábado, 11 de janeiro de 2014

Pouco caso ou desleixo?

Rodolfo Juarez
Uma tese vem se consolidando entre aqueles que são influenciados pela não realização de obras públicas importantes e que são comuns de todos, sem conter a interpretação de ser de interesse localizado deste ou daquele bairro ou deste ou daquele município: é a tese do pouco caso ou do desleixo.
Obras como o Canal da Mendonça Júnior, do Shopping Popular, do muro de arrimo da orla e da praça que fica em frene à casa do governador, por exemplo, retratam aquele “pouco caso” ou aquele “desleixo”, não se importando os administradores se esse é um problema que consta ou não da lista de prioridades da população.
A praça que fica em frene à residência oficial, entre a ribanceira e o muro de arrimo, na área limitada pela entrada do Trapiche Eliezer Levy e o braço direito do Igarapé da Fortaleza, onde havia uma das mais importantes e bonitas praças da cidade, construída com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população que usufruía daquele local por mais de 16 horas diárias, todos os dias, desde as 5 da manhã até às 9 da noite.
Quadras poliesportivas, unidades de exercício esportivo, campo de futebol, boa iluminação pública, calçadas em meandros e apropriadas para caminhada e espaço para apresentação de atividades culturais, estavam em pleno funcionamento e utilização quando, em meados de 2009, no momento da conclusão do asfaltamento das vias em torno dos quiosques da beira-rio, foi autorizado, pelo Governo do Estado, a destruir o que tinha para que fosse executada uma planta especialmente encomendada pela administração.
Alberto Góes, numa espécie de faz tudo do Governo do Estado, que  pessoalmente estava comandando o encerramento dos serviços de asfaltamento da Avenida Azarias Neto, foi quem deu as primeiras explicações sobre o projeto, suas vantagens e a necessidade do quebra-quebra daquilo que estava pronto e bom.
Foi impressionante a forma como os postes de iluminação foram retirados, as quadras foram quebradas, as calçadas destruídas e o campo de futebol interditado.  A operação destruição não demorou uma semana.
Aparentemente não havia necessidade daquilo que foi feito naqueles 5 dias.
As reclamações que foram ouvidas vieram das pessoas que todos os dias caminhavam pelas sinuosas, mas em condições, calçadas da “praça da frente da casa do governador”, pois, verdadeiramente, era o local mais agradável da cidade para as caminhas pelos mais de 2 mil metros lineares de calçada que havia no setor, além de escadas e equipamentos apropriados.
O projeto foi apresentado como um complemento daquele que resultou nos quiosques da orla, na praça de comidas típicas e na casa do artesão. O projeto geral propunha a integração desses três elementos com uma praça multifuncional que concentraria todos os comerciantes ambulantes, que contariam com água tratada, energia de qualidade e espaço para atender ao público.
São os mesmos que hoje ocupam a calçada da Azarias Neto e a ciclovia.
A velocidade com que foi feita a destruição dos equipamentos da praça, não teve correspondente no processo de construção da praça, que continua, desde meados de 2009, até hoje, do mesmo jeito, sem despertar o interesse de quem quer que seja.
Os ambulantes lotam, todos os dias, parte do espaço da praça, com a colocação de cadeiras; toda a ciclovia desenhada para o local; todo o passeio público idealizado; e parte da pista de rolamento de veículos motorizados, da avenida.
Nem mesmo o parque infantil que havia em frete ao primeiro quiosque, dito que seria reposto, novo e moderno, escapou da sanha do raspa dado pela empresa contratada para executar o serviço.

Falando nisso, até agora ninguém respondeu ao questionamento feito à época sobre um gordo pagamento que teria sido feito à construtora logo na segunda quinzena, provavelmente, de março de 2009.

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