Rodolfo Juarez
Uma
tese vem se consolidando entre aqueles que são influenciados pela não
realização de obras públicas importantes e que são comuns de todos, sem conter
a interpretação de ser de interesse localizado deste ou daquele bairro ou deste
ou daquele município: é a tese do pouco caso ou do desleixo.
Obras
como o Canal da Mendonça Júnior, do Shopping Popular, do muro de arrimo da orla
e da praça que fica em frene à casa do governador, por exemplo, retratam aquele
“pouco caso” ou aquele “desleixo”, não se importando os administradores se esse
é um problema que consta ou não da lista de prioridades da população.
A praça
que fica em frene à residência oficial, entre a ribanceira e o muro de arrimo,
na área limitada pela entrada do Trapiche Eliezer Levy e o braço direito do
Igarapé da Fortaleza, onde havia uma das mais importantes e bonitas praças da
cidade, construída com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população
que usufruía daquele local por mais de 16 horas diárias, todos os dias, desde
as 5 da manhã até às 9 da noite.
Quadras
poliesportivas, unidades de exercício esportivo, campo de futebol, boa
iluminação pública, calçadas em meandros e apropriadas para caminhada e espaço
para apresentação de atividades culturais, estavam em pleno funcionamento e
utilização quando, em meados de 2009, no momento da conclusão do asfaltamento
das vias em torno dos quiosques da beira-rio, foi autorizado, pelo Governo do
Estado, a destruir o que tinha para que fosse executada uma planta
especialmente encomendada pela administração.
Alberto
Góes, numa espécie de faz tudo do Governo do Estado, que pessoalmente estava comandando o encerramento
dos serviços de asfaltamento da Avenida Azarias Neto, foi quem deu as primeiras
explicações sobre o projeto, suas vantagens e a necessidade do quebra-quebra
daquilo que estava pronto e bom.
Foi
impressionante a forma como os postes de iluminação foram retirados, as quadras
foram quebradas, as calçadas destruídas e o campo de futebol interditado. A operação destruição não demorou uma semana.
Aparentemente
não havia necessidade daquilo que foi feito naqueles 5 dias.
As
reclamações que foram ouvidas vieram das pessoas que todos os dias caminhavam
pelas sinuosas, mas em condições, calçadas da “praça da frente da casa do
governador”, pois, verdadeiramente, era o local mais agradável da cidade para
as caminhas pelos mais de 2 mil metros lineares de calçada que havia no setor,
além de escadas e equipamentos apropriados.
O
projeto foi apresentado como um complemento daquele que resultou nos quiosques
da orla, na praça de comidas típicas e na casa do artesão. O projeto geral
propunha a integração desses três elementos com uma praça multifuncional que
concentraria todos os comerciantes ambulantes, que contariam com água tratada,
energia de qualidade e espaço para atender ao público.
São os
mesmos que hoje ocupam a calçada da Azarias Neto e a ciclovia.
A
velocidade com que foi feita a destruição dos equipamentos da praça, não teve
correspondente no processo de construção da praça, que continua, desde meados
de 2009, até hoje, do mesmo jeito, sem despertar o interesse de quem quer que
seja.
Os
ambulantes lotam, todos os dias, parte do espaço da praça, com a colocação de
cadeiras; toda a ciclovia desenhada para o local; todo o passeio público
idealizado; e parte da pista de rolamento de veículos motorizados, da avenida.
Nem
mesmo o parque infantil que havia em frete ao primeiro quiosque, dito que seria
reposto, novo e moderno, escapou da sanha do raspa dado pela empresa contratada
para executar o serviço.
Falando
nisso, até agora ninguém respondeu ao questionamento feito à época sobre um
gordo pagamento que teria sido feito à construtora logo na segunda quinzena,
provavelmente, de março de 2009.
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