Rodolfo Juarez
A
recente publicação de uma ONG mexicana, Conselho Cidadão para a Segurança
Pública e a Justiça, é uma verdadeira bomba nas mãos dos responsáveis pelo
sistema de segurança pública do Amapá que tem que dar respostas sobre Macapá,
capital do Estado e a mais populosa cidade amapaense.
O
ranking elaborado pela ONG coloca Macapá, com 437.256 habitantes, como sendo o
local da ocorrência de 160 homicídios, seguindo os mesmos parâmetros empregados
para analisar outras 49 cidades pelo mundo, atestado uma taxa de 36,59
homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
O
objetivo da ONG é mostrar para o mundo, mas especialmente para os
administradores que têm influência sobre cada uma das localidades que foram
destacadas entre as 50 mais perigosas do mundo, o que sendo apurado como
resultado.
Não tem
sentido se discutir, por exemplo, se a população de Macapá é maior ou menor do
que a apresentada na tabela, ou se o número de homicídios confere ou não com
aquele que está nas anotações do sistema público de segurança do Amapá.
O que
vale é a relação comparada, pois os critérios são comuns, conforme informa a
ONG para todas as analises feitas, de forma individualizada, para cada centro
urbano analisado, seja no Brasil ou em outra qualquer parte do mundo. Isso quer
dizer que, independente dos números, o que prevalece é a taxa apurada para
comparação.
Nessa
coluna Macapá, cidade brasileira, capital do Estado do Amapá, aparece na posição
40 (quarenta) das cidades mais violentas do mundo.
Resta
às autoridades e a toda estrutura gerencial pública, começar um estudo para
retirar Macapá dessa incômoda posição, concordar que 160 homicídios é demais e
entender o motivo pelo qual a população anda assustada com a onda de violência
que tomou conta daqui e a sensação de insegurança de que está acometida.
Não se
trata de uma questão política. É sim, uma questão administrativa-gerencial,
acreditando que pode e é capaz de resolver o problema.
De nada
adianta negar a existência dessa dificuldade. O estrago está feito e é preciso
que haja uma resposta que não pode se limitar àquelas que são dadas todos os
dias, alegando que forma comprados carros, não falta combustível e que foram
contratados mais policiais.
Está
provado que o problema não é esse. Pode ser, por exemplo, uma questão de
estratégia de ação, caracterizada pelos métodos empregados ou mesmo pela forma
como os policiais são disposto na cidade para combater o crime.
O
desprezo da prevenção e a falta de respeito à farda pode ser, também, um pontos
que precisa ser resolvido, tirando os policiais de dentro dos carros,
distribuindo melhora a presença policial e atualizando a forma de distribuir os
serviços que a segurança pública presta para a população.
Ficar
entre as 50 cidades mais violentas do mundo e estar na 14ª posição entre as
cidades brasileiras desse ranking, não é boa posição ou bom argumento para quem
quer que seja.
Já
imaginaram quantas cidades tem o mundo?
Pois
bem, Macapá está entre as cinquenta mais violentas.
Pode
isso?
Mas já
havia indicações de que não estávamos bem posicionados. A população está em um
momento que não confia que o sistema de segurança local lhe dá a tranquilidade
que espera e que já teve.
A
minimização entrou na rotina de todos e quando os responsáveis pela segurança
passaram a orientar a população a não usar, por exemplo, telefone celular em
praças ou via pública, deu para sentir que havia algo de muito errado e que o
sistema de segurança local dava sinais de sucumbência, deixando para a
população resolver o problema de sua própria segurança, muito embora tivesse a
esperança que ainda havia jeito.
Não
estamos no “mato sem cachorro”, nem mesmo a porta de saída está tão difícil de
achar, basta entender o caso e, a partir dele e não a partir dos resultados que
não vieram começar uma nova rotina, com a participação de especialistas e de
representantes da população.
Quem
sabe se assim não se encontra o meio de sair dessa?
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