domingo, 26 de janeiro de 2014

Macapá, a 40ª cidade mais violenta do mundo

Rodolfo Juarez
A recente publicação de uma ONG mexicana, Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça, é uma verdadeira bomba nas mãos dos responsáveis pelo sistema de segurança pública do Amapá que tem que dar respostas sobre Macapá, capital do Estado e a mais populosa cidade amapaense.
O ranking elaborado pela ONG coloca Macapá, com 437.256 habitantes, como sendo o local da ocorrência de 160 homicídios, seguindo os mesmos parâmetros empregados para analisar outras 49 cidades pelo mundo, atestado uma taxa de 36,59 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
O objetivo da ONG é mostrar para o mundo, mas especialmente para os administradores que têm influência sobre cada uma das localidades que foram destacadas entre as 50 mais perigosas do mundo, o que sendo apurado como resultado.
Não tem sentido se discutir, por exemplo, se a população de Macapá é maior ou menor do que a apresentada na tabela, ou se o número de homicídios confere ou não com aquele que está nas anotações do sistema público de segurança do Amapá.
O que vale é a relação comparada, pois os critérios são comuns, conforme informa a ONG para todas as analises feitas, de forma individualizada, para cada centro urbano analisado, seja no Brasil ou em outra qualquer parte do mundo. Isso quer dizer que, independente dos números, o que prevalece é a taxa apurada para comparação.
Nessa coluna Macapá, cidade brasileira, capital do Estado do Amapá, aparece na posição 40 (quarenta) das cidades mais violentas do mundo.
Resta às autoridades e a toda estrutura gerencial pública, começar um estudo para retirar Macapá dessa incômoda posição, concordar que 160 homicídios é demais e entender o motivo pelo qual a população anda assustada com a onda de violência que tomou conta daqui e a sensação de insegurança de que está acometida.
Não se trata de uma questão política. É sim, uma questão administrativa-gerencial, acreditando que pode e é capaz de resolver o problema.
De nada adianta negar a existência dessa dificuldade. O estrago está feito e é preciso que haja uma resposta que não pode se limitar àquelas que são dadas todos os dias, alegando que forma comprados carros, não falta combustível e que foram contratados mais policiais.
Está provado que o problema não é esse. Pode ser, por exemplo, uma questão de estratégia de ação, caracterizada pelos métodos empregados ou mesmo pela forma como os policiais são disposto na cidade para combater o crime.
O desprezo da prevenção e a falta de respeito à farda pode ser, também, um pontos que precisa ser resolvido, tirando os policiais de dentro dos carros, distribuindo melhora a presença policial e atualizando a forma de distribuir os serviços que a segurança pública presta para a população.
Ficar entre as 50 cidades mais violentas do mundo e estar na 14ª posição entre as cidades brasileiras desse ranking, não é boa posição ou bom argumento para quem quer que seja.
Já imaginaram quantas cidades tem o mundo?
Pois bem, Macapá está entre as cinquenta mais violentas.
Pode isso?
Mas já havia indicações de que não estávamos bem posicionados. A população está em um momento que não confia que o sistema de segurança local lhe dá a tranquilidade que espera e que já teve.
A minimização entrou na rotina de todos e quando os responsáveis pela segurança passaram a orientar a população a não usar, por exemplo, telefone celular em praças ou via pública, deu para sentir que havia algo de muito errado e que o sistema de segurança local dava sinais de sucumbência, deixando para a população resolver o problema de sua própria segurança, muito embora tivesse a esperança que ainda havia jeito.
Não estamos no “mato sem cachorro”, nem mesmo a porta de saída está tão difícil de achar, basta entender o caso e, a partir dele e não a partir dos resultados que não vieram começar uma nova rotina, com a participação de especialistas e de representantes da população.

Quem sabe se assim não se encontra o meio de sair dessa? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário