Rodolfo Juarez
Os
números que foram colhidos a partir da publicação recente do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, são os indicadores de que o
Município de Macapá e, em especial da cidade de Macapá, através dos seus
dirigentes, precisam entender o que está acontecendo.
Não dá
mais para ignorar a forma como a população macapaense chegou às 437.256
pessoas, a partir de um incremento populacional que corresponde a 11.843, por
ano, nos últimos 13 anos, período compreendido entre 2000 e 2013.
A
cortina levantada entre os dirigentes e as necessidades urbanas, constituída
pelos problemas que não foram resolvidos e aqueles emergentes, estão mantendo
os administradores reféns de necessidades que passaram a ser de todos e não
apenas localizados neste ou naquele setor do município ou da cidade.
A cada
ano os problemas vêm aumentando de complexidade e de tamanho, interagindo com
alguns já existentes e constituindo, de certa forma, o constrangimento daqueles
que imaginaram sucesso na gestão dos interesses da cidade e de sua população.
Até agora ninguém acertou o caminho e todos estão sendo desmoralizados pelas
circunstâncias, sem reação ou perspectiva de reação.
Um
incremento populacional anual de quase 12 mil pessoas é um desafio mesmo se
todos os problemas urbanos e municipais de Macapá estivessem equacionados, mas
uma das verdades que pode ser constatada é que a maioria daqueles problemas
urbanos ou municipais não está sob o controle da administração municipal.
A
realidade está exigindo compreensão de todos.
Os
dirigentes do Estado e da União precisam compreender o que acontece em um
centro urbano, como Macapá, que vê a sua população “inchar” como está inchando,
sem qualquer contrapartida que possa garantir emprego ou ocupação para a
juventude e mesmo para os adultos que chegam e contribuem para o aumento
populacional.
O
desacerto habitacional, a falta de transporte, a situação das vias, a falta de
escola, os aperreios da população nas unidades de saúde e a sensação de
insegurança são desafios que não deixam tempo para quem quer que seja da
administração municipal, pensar nos meios que podem utilizar para resolver esse
problema ou essa crise.
É
importante considerar que não há condições de “fechar as portas” da cidade para
o migrante que sempre tem a esperança na terra nova, na nova fronteira, para
garantir a sobrevivência sua e dos familiares.
Reconhecer
a crise é o primeiro passo para não deixar a crise se instalar definitivamente.
Compreender que precisa ser feito alguma coisa para enfrentar essa crise é a
lição de casa para cada um e para todos.
Ninguém
ficará ao largo dessa necessidade que implica na queda vertiginosa da qualidade
de vida, muito embora haja aqueles que ainda acreditam que a solução do
problema pode estar contida em uma boa desculpa ou na omissão de agentes
públicos que fazem parte da população da cidade e negam, veementemente, a
obrigação que têm como membro da sociedade.
A crise
urbana por qual passa Macapá precisa ser enfrentada com técnica,
profissionalismo e dedicação.
Por
mais paradoxal que possa parecer, o momento não é para atitudes políticas. O
momento é para tralho organizado e ação compartilhada para evitar a decadência
que a cidade experimenta pelas forças dos “motores” da crise.
Para
que o tempo não seja eleito o grande vilão dessa situação, cabe o entendimento
dos homens para esse momento especial por qual passa a cidade de Macapá,
experimentando uma crise urbana sem precedentes.
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