quinta-feira, 24 de abril de 2014

A crise urbana que toma conta de Macapá

Rodolfo Juarez
Os números que foram colhidos a partir da publicação recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, são os indicadores de que o Município de Macapá e, em especial da cidade de Macapá, através dos seus dirigentes, precisam entender o que está acontecendo.
Não dá mais para ignorar a forma como a população macapaense chegou às 437.256 pessoas, a partir de um incremento populacional que corresponde a 11.843, por ano, nos últimos 13 anos, período compreendido entre 2000 e 2013.
A cortina levantada entre os dirigentes e as necessidades urbanas, constituída pelos problemas que não foram resolvidos e aqueles emergentes, estão mantendo os administradores reféns de necessidades que passaram a ser de todos e não apenas localizados neste ou naquele setor do município ou da cidade.
A cada ano os problemas vêm aumentando de complexidade e de tamanho, interagindo com alguns já existentes e constituindo, de certa forma, o constrangimento daqueles que imaginaram sucesso na gestão dos interesses da cidade e de sua população. Até agora ninguém acertou o caminho e todos estão sendo desmoralizados pelas circunstâncias, sem reação ou perspectiva de reação.
Um incremento populacional anual de quase 12 mil pessoas é um desafio mesmo se todos os problemas urbanos e municipais de Macapá estivessem equacionados, mas uma das verdades que pode ser constatada é que a maioria daqueles problemas urbanos ou municipais não está sob o controle da administração municipal.
A realidade está exigindo compreensão de todos.
Os dirigentes do Estado e da União precisam compreender o que acontece em um centro urbano, como Macapá, que vê a sua população “inchar” como está inchando, sem qualquer contrapartida que possa garantir emprego ou ocupação para a juventude e mesmo para os adultos que chegam e contribuem para o aumento populacional.
O desacerto habitacional, a falta de transporte, a situação das vias, a falta de escola, os aperreios da população nas unidades de saúde e a sensação de insegurança são desafios que não deixam tempo para quem quer que seja da administração municipal, pensar nos meios que podem utilizar para resolver esse problema ou essa crise.
É importante considerar que não há condições de “fechar as portas” da cidade para o migrante que sempre tem a esperança na terra nova, na nova fronteira, para garantir a sobrevivência sua e dos familiares.
Reconhecer a crise é o primeiro passo para não deixar a crise se instalar definitivamente. Compreender que precisa ser feito alguma coisa para enfrentar essa crise é a lição de casa para cada um e para todos.
Ninguém ficará ao largo dessa necessidade que implica na queda vertiginosa da qualidade de vida, muito embora haja aqueles que ainda acreditam que a solução do problema pode estar contida em uma boa desculpa ou na omissão de agentes públicos que fazem parte da população da cidade e negam, veementemente, a obrigação que têm como membro da sociedade.
A crise urbana por qual passa Macapá precisa ser enfrentada com técnica, profissionalismo e dedicação.
Por mais paradoxal que possa parecer, o momento não é para atitudes políticas. O momento é para tralho organizado e ação compartilhada para evitar a decadência que a cidade experimenta pelas forças dos “motores” da crise.

Para que o tempo não seja eleito o grande vilão dessa situação, cabe o entendimento dos homens para esse momento especial por qual passa a cidade de Macapá, experimentando uma crise urbana sem precedentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário