Rodolfo Juarez
Já faz algum tempo que os governos,
todos eles, federal, estaduais e municipais elegeram a área de comunicação como
prioritária para a administração e uma das que, relativamente, mais se
“investe” na distribuição dos escassos recursos dos respectivos orçamentos
públicos.
Por isso a comunicação se transformou em
uma das unidades administrativas prioritárias e uma das válvulas de escape para
atender os “comunicadores” que se afinam com a ideologia do partido que está no
poder ou que simplesmente, trabalhou em um dos carros-som do partido vencedor
ou de um partido aliado.
Essa regar, no começo, serviu para
“informar” o eleitor, mas, não faz muito tempo que, devido o aprimoramento das
equipes de divulgação, passou a iludir também os “chefes” que são completamente
envolvidos pelos argumentos dos publicitários, alguns nem tão éticos, passaram
a não colher mais os resultados que lhes são prometidos.
Tornou-se comum o mandatário eleito
escolher, para fazer a divulgação do governo do qual é mandatário, aquele que
foi o responsável pela elaboração da campanha ou um indicado dele. Uma espécie
de bônus pelos serviços prestados e bem pagos durante a campanha.
É importante considerar que, em caso de
vitória, o pessoal do marketing da campanha se considera vencedor com igual ou
mais importância do que o próprio candidato, o partido e os seus aliados.
É uma forma de entrar com mais força e
mais poder de mando no governo e ver o corredor do gabinete do mandatário
aberto para o agente da publicidade se comunicar com o “chefe”, tenha ele
interesse ou não no assunto.
As verbas da área de comunicação de um
governo, de qualquer dos níveis, é sempre pequena e nunca atende os “sonhos”
mirabolantes dos seus mentores, que deveriam não ser sonho, mas uma proposta
que desse a informação correta para o contribuinte, afinal de contas, a
justificativa do gasto é exatamente a necessidade de informar, para o
contribuinte, esses gastos.
Hoje, uma das metas das agências de
publicidades é ter a conta de um governo.
Um disfarce de gasto que precisa mudar,
pois, desde o começo da ação administrativa que seria para selecionar uma
empresa, que as forças invisíveis dirigem a escolha exatamente para aquela
empresa que trabalhou na campanha e, a partir dela, se organiza a festa de
distribuição de dinheiro para os “comunicadores” , principalmente para os donos
de empresa de comunicação, depois para aqueles aliados que estiveram juntos na
campanha eleitoral e que, agora, mesmo sendo o dinheiro público, querem a
recompensa.
São programas diversos que se assentam
nas grades de programação das emissoras de televisão e de rádio. São
“comunicadores” desconhecidos que entram na mídia e passam a ser os intérpretes
do que a população quer e gosta.
Dai para frente a guerra se instala
pois, para não perder espaço, os contrários também escolhem os seus programas,
agindo de forma a combater as afirmativas dos “colegas” feitos, algumas vezes,
no mesmo veículo.
Mesmo assim, com todo esse “planejamento”
ainda ocorrem as desavenças. A falta de pagamento e é um tira-e-bota programa
no ar, conforme o paga-e-não-paga daquilo que foi acertado ou quase acertado.
Os que ficam em cima do muro, em alguns
momentos até levam vantagem, recebem mais, falam mais, gritam mais. Mas nem
todas as vezes e nem com todos acontecem assim. Para alguns a sua
“credibilidade” e a credibilidade do programa que apresentam é uma fantasia que
dura, exatamente, o tamanho do espaço de mando do governante.
É por isso que se ouve e se vê muitas
bobagens ocupando os espaços nas emissoras de rádio e televisão. Espaços das
oportunidades e, certamente, das irresponsabilidades.
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