sábado, 19 de abril de 2014

Os 'comunicadores' temporários

Rodolfo Juarez
Já faz algum tempo que os governos, todos eles, federal, estaduais e municipais elegeram a área de comunicação como prioritária para a administração e uma das que, relativamente, mais se “investe” na distribuição dos escassos recursos dos respectivos orçamentos públicos.
Por isso a comunicação se transformou em uma das unidades administrativas prioritárias e uma das válvulas de escape para atender os “comunicadores” que se afinam com a ideologia do partido que está no poder ou que simplesmente, trabalhou em um dos carros-som do partido vencedor ou de um partido aliado.
Essa regar, no começo, serviu para “informar” o eleitor, mas, não faz muito tempo que, devido o aprimoramento das equipes de divulgação, passou a iludir também os “chefes” que são completamente envolvidos pelos argumentos dos publicitários, alguns nem tão éticos, passaram a não colher mais os resultados que lhes são prometidos.
Tornou-se comum o mandatário eleito escolher, para fazer a divulgação do governo do qual é mandatário, aquele que foi o responsável pela elaboração da campanha ou um indicado dele. Uma espécie de bônus pelos serviços prestados e bem pagos durante a campanha.
É importante considerar que, em caso de vitória, o pessoal do marketing da campanha se considera vencedor com igual ou mais importância do que o próprio candidato, o partido e os seus aliados.
É uma forma de entrar com mais força e mais poder de mando no governo e ver o corredor do gabinete do mandatário aberto para o agente da publicidade se comunicar com o “chefe”, tenha ele interesse ou não no assunto.
As verbas da área de comunicação de um governo, de qualquer dos níveis, é sempre pequena e nunca atende os “sonhos” mirabolantes dos seus mentores, que deveriam não ser sonho, mas uma proposta que desse a informação correta para o contribuinte, afinal de contas, a justificativa do gasto é exatamente a necessidade de informar, para o contribuinte, esses gastos.
Hoje, uma das metas das agências de publicidades é ter a conta de um governo.
Um disfarce de gasto que precisa mudar, pois, desde o começo da ação administrativa que seria para selecionar uma empresa, que as forças invisíveis dirigem a escolha exatamente para aquela empresa que trabalhou na campanha e, a partir dela, se organiza a festa de distribuição de dinheiro para os “comunicadores” , principalmente para os donos de empresa de comunicação, depois para aqueles aliados que estiveram juntos na campanha eleitoral e que, agora, mesmo sendo o dinheiro público, querem a recompensa.
São programas diversos que se assentam nas grades de programação das emissoras de televisão e de rádio. São “comunicadores” desconhecidos que entram na mídia e passam a ser os intérpretes do que a população quer e gosta.
Dai para frente a guerra se instala pois, para não perder espaço, os contrários também escolhem os seus programas, agindo de forma a combater as afirmativas dos “colegas” feitos, algumas vezes, no mesmo veículo.
Mesmo assim, com todo esse “planejamento” ainda ocorrem as desavenças. A falta de pagamento e é um tira-e-bota programa no ar, conforme o paga-e-não-paga daquilo que foi acertado ou quase acertado.
Os que ficam em cima do muro, em alguns momentos até levam vantagem, recebem mais, falam mais, gritam mais. Mas nem todas as vezes e nem com todos acontecem assim. Para alguns a sua “credibilidade” e a credibilidade do programa que apresentam é uma fantasia que dura, exatamente, o tamanho do espaço de mando do governante.

É por isso que se ouve e se vê muitas bobagens ocupando os espaços nas emissoras de rádio e televisão. Espaços das oportunidades e, certamente, das irresponsabilidades.

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