Rodolfo Juarez
Enquanto
a cidade de Macapá atravessa um dos seus piores momentos em toda a sua
história, os vereadores assumem uma atitude passiva e omissa como se nada
tivessem com essa história ou pudessem fazer para melhorá-la.
Nem
mesmo o aumento do número de vereadores, ocorrido a partir da atual
legislatura, serviu de motivação para que aqueles representantes do povo
repartissem a responsabilidade e apontassem caminhos para resolver os problemas
que Macapá enfrenta.
Escondem-se
das evidências!
Procuram
ficar afastados dos problemas e, dessa forma, jamais terão condições de
conhecê-los e certamente, de participar das soluções deles, muito embora tenham
assumido a indelegável missão de evitar o pior para a cidade e seu povo.
São os
grandes ausentes!
Parece
até que, na medida em que aumenta o número de vereadores, o Poder Legislativo
Municipal vai perdendo a sua importância, deixando pelo caminho o papel que a
sociedade lhe entregou quando da eleição municipal.
Os
vereadores precisam reagir!
Apresentarem-se
para os munícipes, compreenderem que também são responsáveis por grande parte
das dificuldades por quais passa a população de Macapá.
De
pouco adianta deixar tudo nas mãos do prefeito e, pior, deixar que ele faça o
que quer, como se tudo estivesse uma maravilha e as intervenções da gestão
estivessem programadas e de acordo com o que a população esperava.
Os
vereadores precisam entender que estão no papel de representantes da população
do município e que a cidade é muito mais responsabilidade deles do que de
qualquer outra instituição pública ou privada, porque é o vereador quem está
com o megafone na mão, exatamente para falar mais alto e ser ouvido.
O
vereador precisa se impor!
Não
impondo a sua vontade particular, mas impondo a vontade da população que vive
na cidade, que habita o município e que sabe onde o “calo aperta”.
Chega
de inércia ou esperar dois dias da semana para estar na tribuna da Câmara de
Vereadores para expor o que interpreta que a população sente. Chega de
alinhar-se em alas para defender este ou aquele gestor.
Quem
precisa se alinhar com o que define a Câmara é a prefeitura, quem precisa
seguir as ordens dos vereadores é o prefeito e seus auxiliares. O que se
observa, entretanto, são os vereadores seguindo o que o prefeito diz, aliás,
manda como se todos fossem cordeirinhos domados e caseiros.
A
população precisa da ação dos vereadores, pois, afinal de contas, os vereadores
foram eleitos para representar a população na administração e não para ser
observador privilegiado da procissão de problemas que se movimenta em frente à
prefeitura.
O
problema de cada morador precisa ser o problema da Câmara e de todos os
vereadores.
A atual
legislatura mostra-se absolutamente passiva, aceitante das dificuldades,
perdendo a guerra sem lutar, preferindo manter o paletó limpo, mesmo que a alma
esteja suja pela incapacidade de intervir para melhorar o que a população
reclama.
A
Câmara Municipal de Macapá, como de resto a maioria das câmaras municipais,
passou a ser um órgão onde se desenvolve a burocracia, se alimenta o rei, nem
que para isso tenha que deixar os súditos aborrecidos, desassistidos e
debilitados para enfrentarem, mesmo sozinhos, as lutas do dia-a-dia.
É
preciso reagir!
E essa
reação depende, em grande parte, da efetiva participação dos vereadores,
escolhidos para serem os representantes do povo, nos bons e nos maus momentos.
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