sábado, 26 de abril de 2014

Os vereadores precisam reagir

Rodolfo Juarez
Enquanto a cidade de Macapá atravessa um dos seus piores momentos em toda a sua história, os vereadores assumem uma atitude passiva e omissa como se nada tivessem com essa história ou pudessem fazer para melhorá-la.
Nem mesmo o aumento do número de vereadores, ocorrido a partir da atual legislatura, serviu de motivação para que aqueles representantes do povo repartissem a responsabilidade e apontassem caminhos para resolver os problemas que Macapá enfrenta.
Escondem-se das evidências!
Procuram ficar afastados dos problemas e, dessa forma, jamais terão condições de conhecê-los e certamente, de participar das soluções deles, muito embora tenham assumido a indelegável missão de evitar o pior para a cidade e seu povo.
São os grandes ausentes!
Parece até que, na medida em que aumenta o número de vereadores, o Poder Legislativo Municipal vai perdendo a sua importância, deixando pelo caminho o papel que a sociedade lhe entregou quando da eleição municipal.
Os vereadores precisam reagir!
Apresentarem-se para os munícipes, compreenderem que também são responsáveis por grande parte das dificuldades por quais passa a população de Macapá.
De pouco adianta deixar tudo nas mãos do prefeito e, pior, deixar que ele faça o que quer, como se tudo estivesse uma maravilha e as intervenções da gestão estivessem programadas e de acordo com o que a população esperava.
Os vereadores precisam entender que estão no papel de representantes da população do município e que a cidade é muito mais responsabilidade deles do que de qualquer outra instituição pública ou privada, porque é o vereador quem está com o megafone na mão, exatamente para falar mais alto e ser ouvido.
O vereador precisa se impor!
Não impondo a sua vontade particular, mas impondo a vontade da população que vive na cidade, que habita o município e que sabe onde o “calo aperta”.
Chega de inércia ou esperar dois dias da semana para estar na tribuna da Câmara de Vereadores para expor o que interpreta que a população sente. Chega de alinhar-se em alas para defender este ou aquele gestor.
Quem precisa se alinhar com o que define a Câmara é a prefeitura, quem precisa seguir as ordens dos vereadores é o prefeito e seus auxiliares. O que se observa, entretanto, são os vereadores seguindo o que o prefeito diz, aliás, manda como se todos fossem cordeirinhos domados e caseiros.
A população precisa da ação dos vereadores, pois, afinal de contas, os vereadores foram eleitos para representar a população na administração e não para ser observador privilegiado da procissão de problemas que se movimenta em frente à prefeitura.
O problema de cada morador precisa ser o problema da Câmara e de todos os vereadores.
A atual legislatura mostra-se absolutamente passiva, aceitante das dificuldades, perdendo a guerra sem lutar, preferindo manter o paletó limpo, mesmo que a alma esteja suja pela incapacidade de intervir para melhorar o que a população reclama.
A Câmara Municipal de Macapá, como de resto a maioria das câmaras municipais, passou a ser um órgão onde se desenvolve a burocracia, se alimenta o rei, nem que para isso tenha que deixar os súditos aborrecidos, desassistidos e debilitados para enfrentarem, mesmo sozinhos, as lutas do dia-a-dia.
É preciso reagir!

E essa reação depende, em grande parte, da efetiva participação dos vereadores, escolhidos para serem os representantes do povo, nos bons e nos maus momentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário