quarta-feira, 30 de abril de 2014

Na base do engana

Rodolfo Juarez
Eis que o desafio foi vencido!
E não tinha outra perspectiva. O jeito como as questões vêm sendo tratadas ao longo dos últimos anos indicavam que o acontecimento era apenas uma questão de estação e de pouco tempo.
A cidade foi para o fundo!
Bastou uma chuva um pouco mais forte para que houvesse o inevitável acontecimento, considerando os maus tratos a que a cidade está submetida, dando a impressão que não tem governo agora e muito menos percepção de que esse estado de coisas pode levar a cidade a um caos completo.
Com os bueiros cheios de terra e lixo, com a tubulação de drenagem quebrada e com os canais abarrotados de lama, a água da chuva ficou perdida, sem saber para onde ir e resolveu ficar nas ruas, dentro das casas, uma vez que as suas passagens naturais para o rio estão obstruídas.
Enquanto isso o prefeito surfa em sua moto-lancha, pelas águas do rio, refrescando-se pela brisa que vem soprada do oceano.
As montagens nas redes sociais ficaram um espetáculo: o prefeito, completamente entregue ao ócio, passando, sorridente, pelas ruas alagadas de Macapá, sem qualquer constrangimento e sem qualquer senso de responsabilidade, deixando entregue à própria sorte e a cada chuva, os moradores que, representados pela maioria, o escolheram para se interessar pelos problemas da cidade.
Que nada! Apenas um passeante, sem muito compromisso com a cidade.
Dai imaginar como está o interior do município começa a dar dor de cabeça em todos aqueles que gostariam de ver uma administração eficiente, sem ter que estar contrariando tudo o que disseram os seus agentes durante os momentos em que pediam oportunidade, dizendo que estavam dispostos a trabalhar melhor pela cidade e estar sintonizado com os problemas da população.
Coisa nenhuma, inocente!
A cidade precisa ser revisada, pelo menos tratada, para que as águas das chuvas não continuem revelando a forma como estão sendo tratadas as entranhas do sítio urbano macapaense.
Dava para imaginar. Afinal de contas se nem o asfalto, que fica por cima, dando acabamento nos serviços, são bem tratados, imaginem o que fica por baixo e que é custo invisível e que representa qualidade da cidade para dar qualidade de vida para a população.
Grande parte da cidade foi, literalmente, para o fundo depois de duas horas de chuva mais “pesada” havidas na manhã da última segunda-feira de abril deste ano, dia 28. E entre essas partes, muitas delas estavam a considerada “área nobre” de Macapá, deixando os carros de alguns engravatados cheios de água.
Até agora ninguém assumiu a responsabilidade pelo ocorrido. Parece até que tudo ficará na conta de São Pedro. Nem mesmo uma “notinha” da secretaria de comunicação do município veiculou qualquer explicação. Dá a impressão que nada tem a ver com a prefeitura e com o prefeito!
É preciso encarar, de frente, pelo menos esse tipo de problema!
Nada justifica Macapá não ter um sistema de drenagem pluvial que funcionem muito bem, pois, o rio Amazonas está ai para receber os canais que cortam a cidade, que estão prontos para receber as canalizações que deveriam ficar prontas junto com as vias.
Estamos na raspa! Sem dirigentes de verdade e sem programas urbanos que interessam.

Tudo está na base do engana. Até pescar, como na Floriano!

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