Rodolfo Juarez
Os
dirigentes do Partido dos Trabalhadores, no Amapá, estão encontrando muitas
dificuldades para achar um caminho que coloque todos os petistas do mesmo lado
e, ao mesmo tempo, fiquem satisfeitos com os seus aliados locais ou, pelo
menos, entendam as suas falas e os seus objetivos.
Divididos
desde os tempos da Companhia de Eletricidade do Amapá, considerado um feudo de
parte do PT, fato que aprofundava o fosso entre as diversas facções em que
ficou repartido o PT no Amapá. Agora, depois da federalização da empresa, os
vermelhos estão entendendo que precisam se juntar, pois, além de não ter mais a
“ama de leite” ainda não encontraram nada para substituir, pelo menos com a
importância que a CEA tinha e, assim, garantir os apoios de campanha
considerados importantes.
Nada a
ver com a presença dos dirigentes nacionais aqui. Isso aliás, apenas representa
a necessidade decorrentes da própria divisão e a necessidade de ter uma argola
para segurar nos momentos decisivos.
Como
essa argola está refugada, pelo menos nesse momento, os dirigentes, para
verem-se vistos, lançam mão de medidas externas, pela absoluta necessidade de
mostrar quem está no comando ou quem é que está com a incumbência de dar a
palavra final.
Para
misturar ainda mais os problemas e colocar mais vinagre no tempero, ainda tem a
questão do principal aliado da facção que detém o comando do partido. A
decisão, tomada pela direção nacional do PSB, de lançar candidato ao cargo de
Presidente da República, na disputa pelo mesmo cargo em que o PT pretende
continuar, reelegendo a atual filiada e presidente da República, é mais um
elemento dificultador da reaproximação das diversas alas, pelo menos quatro, em
que está subdividido o PT no Amapá.
Não
houvesse essas diferenças, o PT se apresentaria mais forte ou do tamanho que
pode ter, e com chances de começar vida nova, com ou sem aliados tradicionais,
mas certo de que não teria dificuldades para apontar candidatos fortes a todos
os cargos que estarão em disputa, inclusive, para governador.
Como
retira, de cara, a possibilidade de disputar o governo, não só pelas divisões
em que se encontra o partido, como pelo compromisso que já fez a parte que
detém a presidência do PT com os dirigentes do PSB, declarando apoio à “pomba
amarela socialista”, precisa mostrar-se importante e lançar candidato ao cargo
de senador da República.
Os
dirigentes do PSB, precisando garantir o apoio do PT à reeleição do seu
candidato, imediatamente aderem à ideia do PT, incentivam a ideia, pois sabem
que, assim, terão tempo e “janela” para motivar os convencionais nesse rumo.
Acontece
que o PT, nas eleições e 2010, não elegeu deputado estadual o que, até hoje, é
considerado um problema a ser resolvido nas eleições de 2014 e, para que isso
aconteça, é preciso haver uma reorganização partidária, questão que não se vê,
com clareza, em curto prazo.
A outra
questão é a disputa por vaga na Câmara Federal. O PT do Amapá tem uma deputada
federal que, além de ser detentora de vários mandatos, faz parte de um grupo
muito forte da direção nacional do PT, capaz, inclusive, de “fazer chover” fora
de época se for prejudicada. A deputada federal do PT tem prioridades
eleitorais diferentes das prioridades eleitorais da direção estadual do partido.
Outro
problema a ser resolvido é com relação à parte do PT cujos filiados têm
endereço em Santana. Entre estes, a direção estadual do PT e membros do
principal aliado do partido, o PSB, existem barreiras que precisam ser
removidas, para que todos não sejam prejudicados.
A seis
meses das eleições, a direção estadual do PT tem muito que fazer, além de
escolher candidatos. E faltam apenas três meses para as convenções.
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