Rodolfo Juarez
A
divulgação do total da população do Estado do Amapá e de quantos habitantes
cada município tinha no final de 2013, além de ser um recado importante, é uma
chamada para que todos prestem atenção no que está acontecendo.
No
período entre o ano 2000 e o ano de 2013 o Estado do Amapá teve um incremento
na população residente correspondente a 287.964 habitantes, equivalente a
54,07%, não uniforme entre os municípios, mas com a necessidade de análise
social, urbana, administrativa e de desenvolvimento.
Esse
número, em média, durante os 13 anos, cresceu 19.844 habitantes, relativamente
um número que está muito acima do crescimento da população brasileira e que,
por isso, precisa ser analisado, de forma detalhada, para que esse crescimento
não se volte contra o equilíbrio que a sociedade local busca e espera.
A
cidade de Macapá, nos últimos 13 anos, de 2000 a 2013, teve um incremento
populacional médio de 11.843 habitantes por ano, o suficiente para exigir
construção de 2.369 residências por ano o que equivale à disponibilização de
148 quadras, cada quadra com 16 lotes, no tamanho mínio (10m x 20m),
necessários 29.600 m2 de área, além da parte reservada para os equipamentos urbanos
como vias (ruas e avenidas), praças, parques e locais para construção de
escola, posto médico e centro comunitário. Cálculo baseado em famílias com 5
membros.
Macapá,
do ano 2000 ao ano 2013 cresceu de 283.308 habitantes (2000) para 437.256
habitantes (2013), correspondente à 54,3%.
Todos
os 16 municípios amapaenses apresentaram crescimento da população. Todos sem
exceção. Aliás, apenas o Amapá e Alagoas não tiveram município com encolhimento
da população.
Esse
registro também indica que a população está alcançando idades jamais
experimentadas e que os idosos precisam, naturalmente, de ambientes onde possam
ter melhor condição de vida, pelo menos equivalente àquele plus que está
ganhando pela evolução dos dados sobre os quais não tem qualquer domínio.
Apenas
para possibilitar melhor análise dos dados, é importante lembrar que, em todo o
Brasil, 1.178 municípios (21% do total), nesse período entre 2000 e 2013, viram
as populações encolherem.
No
Estado do Amapá, o município de Pedra Branca do Amapari cresceu 220% e o
segundo município brasileiro a apresentar esse crescimento populacional. Perde
apenas para o município turístico de Rio das Ostras, no Estado do Rio de
Janeiro, que viu a sua população crescer em 235,5%.
Essa
situação está exigindo uma ação diferenciada dos agentes públicos no Amapá,
principalmente aqueles vinculados ao Governo do Estado e às prefeituras
municipais, para que, daqui a pouco, o problema não esteja completamente fora
do controle.
O que
está acontecendo em Macapá já é reflexo do tamanho do problema, com tamanho
suficiente para mostrar que o Município, sozinho, não tem mais condições de
resolver os problemas atuais, que estão com tendência de crescimento e
assustando aqueles que deveriam resolvê-los.
Se os
administradores do município de Macapá não equacionarem o problema até 2015 e
mantendo a tendência populacional apurada pelo IBGE, muito provavelmente, os
dirigentes não darão mais conta de resolver os problemas dos municípios.
É hora
de começar debater abertamente a situação atual. Buscar descobrir os meios que
poderão ser utilizados para resolver as questões e, principalmente, equacionar
essas questões para serem resolvidas à longo prazo, sem a preocupação com os
votos e com a implantação de uma administração profissional, onde o foco seja a
população e os objetivos sejam os princípios urbanos e rurais verdadeiramente
adequados aos municípios do Amapá.
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