terça-feira, 22 de abril de 2014

Macapá precisa de uma administração profissional

Rodolfo Juarez
A divulgação do total da população do Estado do Amapá e de quantos habitantes cada município tinha no final de 2013, além de ser um recado importante, é uma chamada para que todos prestem atenção no que está acontecendo.
No período entre o ano 2000 e o ano de 2013 o Estado do Amapá teve um incremento na população residente correspondente a 287.964 habitantes, equivalente a 54,07%, não uniforme entre os municípios, mas com a necessidade de análise social, urbana, administrativa e de desenvolvimento.
Esse número, em média, durante os 13 anos, cresceu 19.844 habitantes, relativamente um número que está muito acima do crescimento da população brasileira e que, por isso, precisa ser analisado, de forma detalhada, para que esse crescimento não se volte contra o equilíbrio que a sociedade local busca e espera.
A cidade de Macapá, nos últimos 13 anos, de 2000 a 2013, teve um incremento populacional médio de 11.843 habitantes por ano, o suficiente para exigir construção de 2.369 residências por ano o que equivale à disponibilização de 148 quadras, cada quadra com 16 lotes, no tamanho mínio (10m x 20m), necessários 29.600 m2 de área, além da parte reservada para os equipamentos urbanos como vias (ruas e avenidas), praças, parques e locais para construção de escola, posto médico e centro comunitário. Cálculo baseado em famílias com 5 membros.
Macapá, do ano 2000 ao ano 2013 cresceu de 283.308 habitantes (2000) para 437.256 habitantes (2013), correspondente à 54,3%.
Todos os 16 municípios amapaenses apresentaram crescimento da população. Todos sem exceção. Aliás, apenas o Amapá e Alagoas não tiveram município com encolhimento da população.
Esse registro também indica que a população está alcançando idades jamais experimentadas e que os idosos precisam, naturalmente, de ambientes onde possam ter melhor condição de vida, pelo menos equivalente àquele plus que está ganhando pela evolução dos dados sobre os quais não tem qualquer domínio.
Apenas para possibilitar melhor análise dos dados, é importante lembrar que, em todo o Brasil, 1.178 municípios (21% do total), nesse período entre 2000 e 2013, viram as populações encolherem.
No Estado do Amapá, o município de Pedra Branca do Amapari cresceu 220% e o segundo município brasileiro a apresentar esse crescimento populacional. Perde apenas para o município turístico de Rio das Ostras, no Estado do Rio de Janeiro, que viu a sua população crescer em 235,5%.
Essa situação está exigindo uma ação diferenciada dos agentes públicos no Amapá, principalmente aqueles vinculados ao Governo do Estado e às prefeituras municipais, para que, daqui a pouco, o problema não esteja completamente fora do controle.
O que está acontecendo em Macapá já é reflexo do tamanho do problema, com tamanho suficiente para mostrar que o Município, sozinho, não tem mais condições de resolver os problemas atuais, que estão com tendência de crescimento e assustando aqueles que deveriam resolvê-los.
Se os administradores do município de Macapá não equacionarem o problema até 2015 e mantendo a tendência populacional apurada pelo IBGE, muito provavelmente, os dirigentes não darão mais conta de resolver os problemas dos municípios.

É hora de começar debater abertamente a situação atual. Buscar descobrir os meios que poderão ser utilizados para resolver as questões e, principalmente, equacionar essas questões para serem resolvidas à longo prazo, sem a preocupação com os votos e com a implantação de uma administração profissional, onde o foco seja a população e os objetivos sejam os princípios urbanos e rurais verdadeiramente adequados aos municípios do Amapá. 

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