domingo, 6 de abril de 2014

As plumas do cargo público

Rodolfo Juarez
Foi postado recentemente nas páginas no Facebook um dos programas exibidos no horário eleitoral gratuito da televisão, durante a campanha para prefeito realizado em 2012.
Vale a pena ver!
Não para avaliar o que o candidato diz, mas para medir o tamanho do compromisso que os políticos têm quando se manifestam na telinha, com o objetivo de conquistar o voto.
Parece que tudo tem coerência no que diz, se encaixa no que precisa e é o mais obvio procedimento que tomará, considerando, inclusive o seu comportamento anterior, no desempenho de outra função pública.
Lá na peça publicitária o que é dito tem tudo a ver com a cidade, com o município, e o interesse da administração e da população. Promessas que parecem perfeitamente factíveis, sem grandes dificuldades e que podem levar a resultados que coincidem com a vontade do povo.
Uma verdadeira manifestação de simplicidade pessoal e administrativa, colocando no colo do eleitor desesperado, de volta a esperança a qual já tinha esquecido há algum tempo e que nem mais acreditava que alguém lhe diria de novo.
Pois bem, foi-lhe dito de novo!
Mas só dito, só relembrado.
Passados 19 meses da promessa e 15 meses desde quando assumiu a administração, tudo aquilo que está na peça publicitária foi completamente negado no período, colocando o gestor no mesmo patamar do anterior, ou abaixo dele, considerando as circunstâncias atuais.
Nada do que foi dito pelo candidato se confirmou. E boa parte das promessas não dependia de mais ou menos dinheiro, dependiam de atitude, de demonstração de compromisso e, principalmente, da aproximação com a população?
Será que as plumas do cargo são as responsáveis pela mudança de comportamento e de ideia do administrador eleito?
Não é possível. A formação social que trazem e a preparação administrativa que fazem dão a impressão que serão barreira que evitariam o distanciamento do gestor dos problemas e da população.
Doutra forma, basta observar que até a roupa utilizada na campanha, identificando o candidato, foram abandonadas logo no dia seguinte àquele em que se conheceu o resulto do pleito.
Um exercício interessante seria o eleito e empossado no cargo executivo rever o que disse na campanha.
Quem sabe se, com essa medida, digamos elementar, ele não relembraria o que disse e tentaria, pelo menos tentaria cumprir uma partezinha do que prometera durante a campanha e perante boa parte da população eleitora.
Não pode ser planejado. Não pode ser resultado das dificuldades que são alegadas quando estão com a responsabilidade de resolver o problema. Seria muito simples e até desumano para com os eleitores, que se sentiriam enganados.
Há a hipótese de que os eleitores também sabem de tudo e gostam de ser enganado. Até agora ainda não conheço qualquer notícia que confirme essa hipótese, muito embora haja alguns indicadores que apontam para esse lado, mas são também os mesmos indicadores gerais da irresponsabilidade.
Uma certeza, entretanto, nos parece bem evidente. A de que no dia em que os administradores passarem a administrar e não fazer campanha, nesse dia eles ganharão mais confiança e terão melhores resultados.

Por enquanto, não passam no teste da verdade e da competência!

Nenhum comentário:

Postar um comentário