sexta-feira, 25 de março de 2011

NA ESPERA DE UM ACENO

Rodolfo Juarez
A melhor forma que se tem para enfrentar um problema ou apresentar solução para esse problema é conhecê-lo e ter uma estratégia para enfrentá-lo com possibilidade calculada de encontrar uma solução e, de preferência, a melhora solução.
O Estado do Amapá está enfrentando, entre tantos problemas, um que está inquietando toda a população – os repetidos assaltos com requintes de violência.
Já não são ocorrências esporádicas. São sim, verdadeiros acontecimentos com protagonistas locais, que moram nos bairros da cidade, há tempo razoável e que precisam ser avaliados sob ângulos diversos do policial.
Até os próprios policiais estão declarando, publicamente, que a origem do comportamento delituoso de muitas pessoas que moram nos centros urbanos do Estado, está antes da decisão que tomam essas pessoas, de praticar os atos criminosos que estão praticando.
O fato é que a solução dos problemas da violência, nesse item de assalto a mão armada e, agora, com reféns, precisa de outras informações para ser alcançada, e de outros levantamentos para ser estudada e, principalmente, da necessidade de compreender que se trata da derivação de uma questão social, provavelmente originária da necessidade de fazer suprir as suas condições de sobrevivência e de seus familiares.
Quem sabe se não está diretamente relacionado ao desemprego que se instalou no Estado e se manifesta nos centros urbanos?
Quem sabe se não é um consequência da falta de trabalho, decorrente da atual situação em que se encontra a população?
Pode ser uma consequência do corte abrupto da assistência às família que estavam sendo assistida pelos programas sociais como, por exemplo, o Programa Renda para Viver Melhor, que sofreu forte diminuição no total de mais de 17 mil famílias que estavam sendo assistidas com meio salário mínimo todos os meses.
Também pode ser pela diminuição da assistência que vinha sendo prestada aos jovens entre 15 e 29 anos, através do Programa Amapá Jovem, que chegou a ter cadastrado em meados de 2010 mais de 32 mil pessoas que recebiam bolsas entre 100 e 200 reais.
Como também pode ser pela dispensa da mão de obra que vinha sendo ocupada na construção civil, seja na construção de prédios públicos, seja na construção de prédios particulares; ou mesmo na realização de obras de infraestrutura que estavam em andamento na cidade de Macapá.
O fato que essa falta de emprego, combinado com o não pagamento dos programas sociais e mais a indefinição de políticas confiáveis para a retomada da “roda da economia” modificaram de forma radical, a esperança social das diversas pessoas.
É claro que enveredar pelo trilho do crime não vai ser solução para os problemas, mas pode ser uma consequência da desinformação que pode estar levando as pessoas ao desespero e provocando a reação das forças sociais, principalmente a policial, para conter esse avanço da criminalidade que intranqüiliza a todos e não resolve os problemas de ninguém.
Há necessidade das forças que gerem o Estado do Amapá dar um aceno de esperança para a população que, de forma miserável, espera por uma oportunidade para poder continuar contribuindo para o desenvolvimento de um Estado que, sabem, é viável e está preparado para retomar o seu desenvolvimento.
Ficar de braços cruzados como se nada estivesse acontecendo, além de ser um descaso pela realidade local é uma declaração de insensibilidade e desconhecimento.

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