sexta-feira, 4 de março de 2011

OS MESTRES E O CHEIRO DO VENTO

Rodolfo Juarez
Faz algum tempo que Amapá não conta com um plano de desenvolvimento que possa indicar em que direção o Estado está se deslocando. Estamos entregues à intuição e a experiência dos “mestres” que, conforme o “cheiro do vento” nos mandam a todos, para um rumo que garantem ser o melhor.
Essa “sensibilidade” ou “sensitividade” tem sido, em verdade, o último recurso que os dirigentes têm utilizado para não parar de vez ou não encalhar em praias desconhecidas ou que, já se percebe claramente, não tem dado certo. De vez em quando um encalhe um mastro quebrado, ou ventos fortes e ondas altas, nessa viagem sem rumo que empreendemos dentro dessa canoa chamada Amapá.
E o tempo nos mostra que os problemas se agravam e as soluções ficam cada vez mais caras, muito embora cada vez mais evidentes de que elas precisam ser buscadas e encontradas.
Um dos reflexos está na infraestrutura estadual, necessária para o desenvolvimento e para a atração de investidores que possam dividir essas responsabilidades. Já se foi o tempo em que questão de infraestrutura era questão exclusiva do setor público. Desde 1990 que o Brasil conta com importantes investimentos privados em obras de infraestrutura.
E o que é infraestrutura?
Segundo os conceitos correntes, infraestrutura é o conjunto de elementos estruturais que enquadram e suportam toda uma estrutura e possui concepções diferenciadas em diversas áreas do conhecimento:
Na engenharia – suporte de sistemas viários, de esgotos, de fornecimento de energia, etc. de uma cidade ou de uma região.
Na tecnologia – suporte tecnológico para o tráfego de informações e framework, isto é, um arcabouço, que é muito mais que uma abstração de projetos.
Na economia – suporte sócio-técnico para a estrutura econômica. Mostrando as competências que precisam ser aprimoradas ou renovadas e avaliando os desempenhos futuros.
Infraestrutura é, portanto, o conjunto de atividades e estruturas da economia de um estado ou de uma região que servem de base para o desenvolvimento de outras atividades. Por exemplo, para que as empresas possam exportar são necessários portos e aeroportos, estes são elementos de infraestrutura.
Também compõem a infraestrutura de um estado: rodovias, usinas hidrelétricas, portos, aeroportos, rodoviárias, sistemas de telecomunicações, ferrovias, rede de distribuição de água e tratamento de esgoto, sistemas de transmissão de energia, etc.
A infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento econômico. Sem ela, as empresas não conseguem desenvolver adequadamente seus negócios. Quando um estado apresenta uma infraestrutura pouco desenvolvida, os produtos encarecem no mercado interno, prejudicando os consumidores, e perdem a competição no mercado externo, dificultando as exportações.
A infraestrutura, isso em todo o Brasil, foi, inicialmente desenvolvida exclusivamente com investimentos públicos. Porém, a partir da década de 1990, com as privatizações e parcerias entre o setor público e o setor privado, as grandes empresas nacionais e internacionais tem investido em infraestrutura através de contratos de concessão.
Fazendo um checklist percebemos o tamanho do nosso déficit.

Um comentário:

  1. Como sempre, os artigos do Rodolfo Juarez são reflexões lúcidas e coerentes de quem tem uma visão privilegiada dos problemas do Amapá e sabe abordar, de maneira objetiva, as questões mais relevantes. Sou um leitor contumaz dos seus escritos.O Amapá precisa de mais "cabeças-pensantes" que tenham capacidade de formular,racionalmente, proposições viáveis.Parabéns, Rodolfo.

    http://escritoresap.blogspot.com

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