sexta-feira, 26 de abril de 2013

A população está com medo

Rodolfo Juarez
A população de Macapá está vivendo uma de suas mais difíceis experiências – a falta de segurança.
A situação está ficando insustentável.
É claro que as pessoas se sentindo inseguras modificam completamente as suas referências e os seus valores, deixando de ser um agente social passivo para ser, na medida em que imaginar, um agente ativo, capaz de preparar-se para o pior em um processo desgastante e que coloca em risco tudo o que conheceu e experimentou nos momento de dificuldade.
O assalto ocorrido esta semana na frente de um banco, no meio da tarde, com um desfecho trágico em que morreu um dos bandidos, é mais um sinal de alerta para todos, inclusive para aqueles que nada têm a ver com comportamento daqueles que assaltam, atiram e fazem reféns.
Esperar que as quatro moças que serviram de escudo humano para o assaltante tenham, desde aquele momento, o mesmo modo de vida, é querer demais de um ser humano sensível e influenciável, como todos aqueles que estão no batente, todos os dias, pelo pão de cada dia.
É uma situação deveras especial.
Mesmo assim são poucas as iniciativas, mesmo as de ordem geral, para colocar um fim nesses assaltos a mão armada, realizados a luz do sol e deixando a própria sorte vidas inocentes cujos donos narram as formas espetaculares de como conseguiram preservá-la protegendo-se do tiroteio.
Nessa história, apenas o terceiro elemento - a população -, não sabe de nada, nem tem idéia do que vai acontecer. A polícia tem o seu plano de treinamento desenvolvido; os bandidos, os que não têm o treinamento, têm uma coragem muito grande e uma disposição, ainda maior, para enfrentar todos os riscos da operação, inclusive a polícia militar do Estado.
A população não. Fica absolutamente desprotegida e, em algumas vezes, devido desconhecer o perigo, ainda aumentam o risco de ser alvo de uma “bala perdida”.
Já faz algum tempo que registramos, em artigo como esse, que esse momento poderia chegar. E chegou e aqui se instalou, levando pânico para os que simplesmente estavam no lugar errado na hora errada.
E grande o número de assaltantes utiliza armas de fogo para alcançar os seus objetivos.
A cada dia os criminosos deixam, cada vez mais, apavorada a população que, percebe um rastilho de desconfiança no sistema de defesa social, comprovando que a situação se agrava a cada dia, a cada mês e a cada ano, quando crianças acabam sendo alvos de incríveis situações de vexame e medo.
Mesmo com todos esses problemas ainda há esperança de tudo mudar. Ainda há a possibilidade de ser encontrado um caminho que possa mostrar a todos que a situação está sob controlo.
A polícia militar, isso é constatado, abandona alguns setores da cidade, deixando os moradores entregues à própria sorte e do jeito que gostam aqueles que estão dispostos a assaltar os mini-boxes e pedestres.
É muito grande o número de mortes violentas no Estado e especialmente em Macapá. A morte proveniente de arma de fogo e mortes provenientes de arma branca são exemplos de como os amapaenses precisam de ajuda e proteção.
Às polícias cabe combater qualquer desse crime, evitar que aconteça, mas especialmente à Polícia Militar cabe uma boa dose de coerência para reconhecer as dificuldades.

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