A população de
Macapá está vivendo uma de suas mais difíceis experiências – a falta de
segurança.
A situação está
ficando insustentável.
É claro que as
pessoas se sentindo inseguras modificam completamente as suas referências e os
seus valores, deixando de ser um agente social passivo para ser, na medida em
que imaginar, um agente ativo, capaz de preparar-se para o pior em um processo
desgastante e que coloca em risco tudo o que conheceu e experimentou nos
momento de dificuldade.
O assalto
ocorrido esta semana na frente de um banco, no meio da tarde, com um desfecho
trágico em que morreu um dos bandidos, é mais um sinal de alerta para todos,
inclusive para aqueles que nada têm a ver com comportamento daqueles que
assaltam, atiram e fazem reféns.
Esperar que as
quatro moças que serviram de escudo humano para o assaltante tenham, desde
aquele momento, o mesmo modo de vida, é querer demais de um ser humano sensível
e influenciável, como todos aqueles que estão no batente, todos os dias, pelo
pão de cada dia.
É uma situação
deveras especial.
Mesmo assim são
poucas as iniciativas, mesmo as de ordem geral, para colocar um fim nesses
assaltos a mão armada, realizados a luz do sol e deixando a própria sorte vidas
inocentes cujos donos narram as formas espetaculares de como conseguiram
preservá-la protegendo-se do tiroteio.
Nessa história,
apenas o terceiro elemento - a população -, não sabe de nada, nem tem idéia do
que vai acontecer. A polícia tem o seu plano de treinamento desenvolvido; os
bandidos, os que não têm o treinamento, têm uma coragem muito grande e uma
disposição, ainda maior, para enfrentar todos os riscos da operação, inclusive
a polícia militar do Estado.
A população não.
Fica absolutamente desprotegida e, em algumas vezes, devido desconhecer o
perigo, ainda aumentam o risco de ser alvo de uma “bala perdida”.
Já faz algum
tempo que registramos, em artigo como esse, que esse momento poderia chegar. E
chegou e aqui se instalou, levando pânico para os que simplesmente estavam no
lugar errado na hora errada.
E grande o
número de assaltantes utiliza armas de fogo para alcançar os seus objetivos.
A cada dia os
criminosos deixam, cada vez mais, apavorada a população que, percebe um
rastilho de desconfiança no sistema de defesa social, comprovando que a
situação se agrava a cada dia, a cada mês e a cada ano, quando crianças acabam
sendo alvos de incríveis situações de vexame e medo.
Mesmo com todos
esses problemas ainda há esperança de tudo mudar. Ainda há a possibilidade de
ser encontrado um caminho que possa mostrar a todos que a situação está sob
controlo.
A polícia
militar, isso é constatado, abandona alguns setores da cidade, deixando os
moradores entregues à própria sorte e do jeito que gostam aqueles que estão
dispostos a assaltar os mini-boxes e pedestres.
É muito grande o
número de mortes violentas no Estado e especialmente em Macapá. A morte
proveniente de arma de fogo e mortes provenientes de arma branca são exemplos
de como os amapaenses precisam de ajuda e proteção.
Às polícias cabe
combater qualquer desse crime, evitar que aconteça, mas especialmente à Polícia
Militar cabe uma boa dose de coerência para reconhecer as dificuldades.
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