Mudar por mudar,
de pouco vai adiantar. Mudar sem ter a certeza que vai dar certo é desperdício
de tempo e de oportunidade. Mudar sem ter o principal foco na melhoria de
resultados onde são feitas as mudanças, testa um erro provável e arrisca a
qualidade do cenário que se está idealizando.
Logo depois do
anúncio das modificações - em seguida confirmadas -, na equipe de auxiliares
que atua no primeiro escalão do Governo do Estado, feitas pelo governador
Camilo Capiberibe, ouvimos pessoas de dentro e de fora da administração
estadual, sobre o que se poderia esperar da intervenção, por atacado,
efetivadas pelo chefe do Executivo Estadual.
As opiniões
diversas, algumas obtidas sobre o impacto do descarte e outras vindas dos
motivados “escolhidos”, não foram tão diferentes daqueles que, simplesmente,
observaram as modificações avaliando o potencial de cada um dos que assumiram
na tarde de segunda-feira, as novas atribuições na gestão de algumas Unidades
do Governo Estado.
Foi nesse
conjunto de oitivas e contrabalanços, que procuramos buscar os fundamentos para
avaliar o que foi feito pelo governador na movimentação de vários auxiliares e
chamamento de outros, para dar nova formação ao time que está jogando e não
consegue vencer as adversidades que o governo enfrenta desde o começo do
mandato em janeiro de 2011.
Encontrar uma
forma de remover o engenheiro Joel Banha da Secretaria de Infraestrutura foi o
que exigiu mais ensaios.
Joel Banha é o
comandante de uma das alas mais fortes do PT no Amapá, exatamente a que indicou
Dora Nascimento para ser a candidata ao cargo de vice-governador e foi um dos
responsáveis pela confirmação da candidatura de Camilo Capiberibe ao cargo de
governador do Estado – juntamente com Antônio Nogueira, também do PT -, nos
idos de abril de 2010.
Mas havia
necessidade de fazer a troca. Os resultados obtidos nos dois primeiros anos do
mandato do atual governador não espelhavam o que a equipe havia projetado.
As obras
públicas de responsabilidade do Governo do Estado e que estão diretamente
afetas à sistema de fiscalização da Seinf, passam por um sistemático e
desafiador processo de desobediência contratual, irritando a população, as
empresas, os engenheiros e o próprio governador.
Os exemplos são
muitos, mas dois são emblemáticos: a Revitalização do Estádio Estadual Milton
de Souza Correa e a Execução das Obras do Píer no Bairro Santa Inês.
O substituto já
fora escolhido, faz algum tempo e, além do cacife político acumulado, também
tem um histórico que o credencia com a possibilidade de fazer a “virada”
esperada, pelo prestígio que tem com os agentes das empresas contratadas e
pelos resultados alcançados, durante o período que esteve, noutras
oportunidades, como gestor da Secretaria de Infraestrutura do Estado e tem na
carteira de filiado do PSB, em destaque, o nome Amilton Lobato Coutinho.
Faltava acalmar
o “companheiro” Joel que, entre as alternativas oferecidas apenas uma atraia a
ele e ao seu grupo – voltar, como deputado, à Assembléia Legislativa do Estado.
Para o PSB essa
volta tinha um preço político e partidário muito alto. Joel Banha, nas eleições
de 2010, quando disputava uma vaga para deputado estadual, na coligação PT/PSB,
ficará na 5ª colocação entre os que disputaram por aquela coligação, na frente
de Joel Banha três candidatos do PSB (a deputada Cristina Almeida, o deputado
Agnaldo Balieiro e suplente Ruy Smith) e um do PT (o suplente José Luiz).
Convencer os
dirigentes do PSB que sacrificaria toda a bancada do partido na Assembléia
Legislativa para poder fazer a troca, deu muito trabalho, mais do que os
próprios deputados do PSB que deixaram os seus cargos de deputado estadual para
abrir a vaga e a possibilidade do retorno de Joel Banha ao Plenário da Assembleia
Legislativa.
Mesmo com o
tabuleiro tremendo, a mexida representou, por enquanto, um xeque-mate com o com
o “bispo”, pois a “dama” ficou protegendo o “rei”.
Com relação às
demais mudanças, acompanhe a análise nos próximos artigos.
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