segunda-feira, 22 de abril de 2013

Afinal, a quem interessa a greve?

Rodolfo Juarez
Não é possível concordar com a posição assumida pelos professores da rede estadual de ensino através de sua representação sindical quando, para demonstrarem a sua insatisfação, aderindo a uma greve nacional, que não se apoia nos mesmos fundamentos que servem de lastro para as lutas dos professores do Amapá, que não é de agora, e que sempre foi anunciada como sustentada por outros motivos.
Dá a impressão que se trata de uma atitude oportunista dos sindicalistas da educação que, embarcando em uma canoa com propostas nacionais, com mensagens não são coincidentes com os interesses daqui ou se juntam às daqui para justificar a paralisação.
Enquanto isso o calendário escolar que se arrebente, as famílias que se arranjem e os alunos que busquem outros meios – como se houvesse -, para chegar ao final do semestre ou do ano, com o mínimo do conhecimento que precisa ter para seguir adiante na próxima série ou disputar uma das vagas para o ensino médio na rede pública ou na universidade.
A atitude não é coerente com as responsabilidades que tem a categoria, com o compromisso que a sociedade entrega a esses mestres e com os índices mínimos que são esperados quando das medições pelos sistemas nacionais de avaliação feitos todos os anos.
De outro lado, cabe aos profissionais da área do Governo, da área da administração desse processo, bem pagos pela sociedade, anteciparem-se aos grevistas, evitando que os prejuízos atuais ainda possam ser acrescidos àqueles já acumulados nos calendários de 2011 e 2012.
O que está acontecendo por aqui, além de atestar a falta de entendimento, revela a falte de compreensão entre as lideranças dos dois lados que, ao que parece, ainda não entenderam que essas atitudes, além de empurrar para baixo o nível da aprendizagem, leva, com esse empurrão, aquilo que é o mais importante no professor – o sacerdócio, o compromisso, a autoridade e a importância social que tem cada educador.
É preciso que os atuais gestores do sistema educação sob a responsabilidade do Governo do Estado compreendam que, quando a crise se instala, é preciso intervir com a vontade de resolver a questão que possa prejudicar qualquer ponto que leve aqueles prejuízos para os educandos, que ficam vendo tanta irresponsabilidade e pouco caso com eles, jovens que sabem, vão estar, daqui a pouco, gerindo os interesses do Amapá inclusive na Educação.
O governo, na qualidade de patrão, está dividido na escolha da forma de como vai tratar o assunto, uma evidente falta de compreensão da situação ou falta de capacidade para atuar nas tomadas de decisão, a não ser se dispuser – o que não é o caso -, de oportunidades de errar.
Precisa haver nesse momento, por parte do governador do Estado e da secretária de Educação, muita disposição para garimpar a proposta que possa devolver a responsabilidade para os professores.
Não há espaço, também para os professores, continuares nesse cabo de guerra, onde ninguém vence ninguém e ninguém ganha nada, a não ser o atestado da população que passa a acreditar que todos estão fundamentando as suas justificativas no princípio abominável do quanto pior melhor.
Nesse momento, apenas os professores das escolas que resolveram não respeitar à ordem de “pare” do sindicato é que estão mais próximos das verdadeiras realidades da educação estadual, quem sabe, apresentando uma saída para que os teimosos patrões e sindicalistas possam enxergar a verdadeira necessidade da educação amapaense.
Chega de tanta greve. Chega de atitudes que não interessam a ninguém. É hora de pensar nos alunos e nos contribuintes, antes que eles dispensem todos, inclusive os professores.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário