Não é possível
concordar com a posição assumida pelos professores da rede estadual de ensino
através de sua representação sindical quando, para demonstrarem a sua
insatisfação, aderindo a uma greve nacional, que não se apoia nos mesmos
fundamentos que servem de lastro para as lutas dos professores do Amapá, que
não é de agora, e que sempre foi anunciada como sustentada por outros motivos.
Dá a impressão
que se trata de uma atitude oportunista dos sindicalistas da educação que,
embarcando em uma canoa com propostas nacionais, com mensagens não são
coincidentes com os interesses daqui ou se juntam às daqui para justificar a
paralisação.
Enquanto isso o
calendário escolar que se arrebente, as famílias que se arranjem e os alunos
que busquem outros meios – como se houvesse -, para chegar ao final do semestre
ou do ano, com o mínimo do conhecimento que precisa ter para seguir adiante na
próxima série ou disputar uma das vagas para o ensino médio na rede pública ou
na universidade.
A atitude não é
coerente com as responsabilidades que tem a categoria, com o compromisso que a
sociedade entrega a esses mestres e com os índices mínimos que são esperados
quando das medições pelos sistemas nacionais de avaliação feitos todos os anos.
De outro lado,
cabe aos profissionais da área do Governo, da área da administração desse
processo, bem pagos pela sociedade, anteciparem-se aos grevistas, evitando que
os prejuízos atuais ainda possam ser acrescidos àqueles já acumulados nos
calendários de 2011 e 2012.
O que está
acontecendo por aqui, além de atestar a falta de entendimento, revela a falte
de compreensão entre as lideranças dos dois lados que, ao que parece, ainda não
entenderam que essas atitudes, além de empurrar para baixo o nível da
aprendizagem, leva, com esse empurrão, aquilo que é o mais importante no
professor – o sacerdócio, o compromisso, a autoridade e a importância social
que tem cada educador.
É preciso que os
atuais gestores do sistema educação sob a responsabilidade do Governo do Estado
compreendam que, quando a crise se instala, é preciso intervir com a vontade de
resolver a questão que possa prejudicar qualquer ponto que leve aqueles
prejuízos para os educandos, que ficam vendo tanta irresponsabilidade e pouco
caso com eles, jovens que sabem, vão estar, daqui a pouco, gerindo os
interesses do Amapá inclusive na Educação.
O governo, na
qualidade de patrão, está dividido na escolha da forma de como vai tratar o
assunto, uma evidente falta de compreensão da situação ou falta de capacidade
para atuar nas tomadas de decisão, a não ser se dispuser – o que não é o caso
-, de oportunidades de errar.
Precisa haver
nesse momento, por parte do governador do Estado e da secretária de Educação,
muita disposição para garimpar a proposta que possa devolver a responsabilidade
para os professores.
Não há espaço,
também para os professores, continuares nesse cabo de guerra, onde ninguém
vence ninguém e ninguém ganha nada, a não ser o atestado da população que passa
a acreditar que todos estão fundamentando as suas justificativas no princípio
abominável do quanto pior melhor.
Nesse momento,
apenas os professores das escolas que resolveram não respeitar à ordem de
“pare” do sindicato é que estão mais próximos das verdadeiras realidades da
educação estadual, quem sabe, apresentando uma saída para que os teimosos
patrões e sindicalistas possam enxergar a verdadeira necessidade da educação
amapaense.
Chega de tanta
greve. Chega de atitudes que não interessam a ninguém. É hora de pensar nos
alunos e nos contribuintes, antes que eles dispensem todos, inclusive os
professores.
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