Rodolfo Juarez
Quando
a crise atinge um setor da sociedade é preciso compreender que há urgência na
intervenção setorial para que o problema ou os problemas sejam debelados.
Quando esse setor depende de ações públicas organizadas, muito mais urgente e
muito mais necessária se torna essa intervenção.
Se não
agir com observação à essas condicionantes, dificilmente a crise será debelada
e o setor conseguirá prosseguir sem sentir os abalos a que foi submetidos e às
dificuldades que serão adicionadas, realimentando a crise.
A crise
geral é resultado de um conjunto de afetações que ocorrem na relação entre
aqueles que compõem o setor. Isto implica em ações diversas, em subpartes,
cuidadosamente planejadas, para não favorecer uma dessas partes em detrimento
da outra, aumentado, ainda mais, o espaço para alimentar a crise, mesmo
pretendendo encontrar soluções para a mesma crise.
O que
aconteceu no final da semana passada, nas informações e contrainformações havidas
entre duas unidades importantes da segurança pública que, diga-se, vem em
ambiente de crise há bastante tempo, foi a publicidade material dos entreveros
que só um comando prestigiado, poderia evitar.
De
maneira nenhuma, e para não contribuir com a desconfiança da população, o
debate público entre uma delegada de polícia civil e um perito da policia
técnica e científica, sobre um fato que estava em apuração, poderia alcançar a
dimensão que alcançou. Jamais discussões desse tipo podem contribuir para a solução
de qualquer problema, mas trás a certeza de que o ambiente da ocorrência não
está favorável para as ações conjuntas e muito menos, para as ações
complementares.
Negar
que o setor da segurança pública, no ambiente da sociedade amapaense, está em
crise é o primeiro passo para não corrigir os defeitos instalados em um setor
que precisa de modernidade, novos métodos e outras tecnologias.
E a
segurança pública, reconhecidamente, dispõe de profissionais habilitados e
treinados para exercer, com excelência, a função que está sob a sua atribuição.
Além disso, é necessário reconhecer que muitos dos métodos que estão sendo
utilizados pelos criminosos não estão na lista mais comum dos policiais.
O
entrevero entre a delegada, policial experimentada e reconhecidamente
competente na sua atividade, e o perito, também habilitado e em condições de
elaborar lados confiáveis, pode ser debitado à crise do setor, que não é
reconhecida pelos agentes públicos que estão com a responsabilidade de
administrar a própria crise e, enfrentamento como esse, que não melhora nada.
A
segurança pública, aqui no Amapá, em qualquer outra parte do Brasil ou do
mundo, não pode fazer parte da pizza que os governantes eleitos usam para
fatiar na busca da governabilidade.
Como
educação e saúde, a segurança pública tem a ver com sensação de liberdade e de
confiança, sendo um instrumento liberar as pessoas para agir em favor delas
mesmas e em favor da sociedade, exercendo uma vida mais saudável e
desenvolvendo o costume respeitoso pelo próximo e por si mesmo, melhorando a
sua qualidade de vida.
A
segurança pública precisa ser exemplar, inovadora e principalmente confiável,
tendo esses elementos como objetivos gerais para medir a atividade temporal de
cada unidade e não sentindo a necessidade de estar defendendo posições
individuais e que, na maioria das vezes, não estão previstas nas regras, mas se
trata de uma necessidade a ser satisfeita individualmente, como se, a toda
hora, o agente da segurança pública, precisasse estar prestando conta pelos seus
atos porque precisa do voto na próxima eleição.
O
equívoco acaba comprometendo uma equipe toda, deixando a população insegura e
sentindo a necessidade de garantir, por sua própria iniciativa, as condições de
segurança que estão estabelecidas nas regras constitucionais.
Reconhecer
o estado de crise, dimensionar sua importância e adotar uma estratégia para
correção é a exata medida que precisa ser tomada nesse momento, mesmo que
pessoas sejam trocadas e orientações novas sejam adotadas.
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