Rodolfo Juarez
Desde a
promulgação da Constituição Federal de 1988, que consolidou os avanços sociais
e entregou o controle dos interesses nacionais para ser exercício por um
presidente, ou por uma presidente – como no caso atual -, que os brasileiros
vêm experimentando humores diferentes, de diferentes dirigentes.
Fernando
Color, o primeiro presidente dessa etapa da vida nacional, teve o exercício do
mandato cessado antes do final, por decisão das casas legislativas que forma o
Congresso Nacional. Itamar Franco foi quem terminou aquele mandato.
Eleito
presidente e desde quando tomou posse, Fernando Henrique Cardoso se acautelou
para não se repetir o episódio vivido pelo seu antecessor e, par isso, criou
proteções dentro da própria Constituição Federal mesmo deixando que o Congresso
criasse um sistema de defesa para proteger os seus membros, deputados e
senadores.
Ficou
por dois mandatos, pois entre aquelas mudanças, negociou a reeleição.
Naquele
momento já era forte a vontade dos políticos que estavam no comando do país, em
permanecer nesse comando e, sem reservas, propalavam o que chamavam Plano de
Poder, com duração mínima de 20 anos, e que tinha como principal objetivo a
continuação do mesmo grupo político no comando do Brasil.
Fernando
Henrique, o seu grupo ficaram por oito anos, correspondente a dois mandatos,
mas não ficaram satisfeitos, queriam mais. Queriam os 20 anos que tinham do
“tal” plano. Vale lembrar que, originalmente, a Constituição não permitia a reeleição,
instituto inserido em uma das inúmeras emendas que foram feitas pelo Congresso
Nacional à Carta Magna do Brasil.
E todos
só pensavam no Plano de Poder para 20 anos, inclusive os dirigentes do Partido
dos Trabalhadores, que vinham tentando, desde a primeira eleição para
presidente pós Nova República, chegar ao comando máximo do país, com mensagens
populares de fácil compreensão e aceitação.
Lula
venceu a eleição e, junto com ele trouxe o Plano de Poder para 20 anos.
O
presidente Lula, os dirigentes do Partido dos Trabalhadores e os dirigentes dos
partidos aliados já conheciam as “dificuldades” que tinham pela frente para
emplacar o plano que virara obsessão – o Plano de Poder para 20 anos.
Na
medida em que o tempo passava os governantes brasileiros de então procuravam
fortalecer as suas propostas tanto dentro como fora do Brasil. Havia clara
convergência com o modo de governar daqueles que haviam ajustado as regras
nacionais para a continuidade, sem limites, como, por exemplo, os governantes
de Cuba e da Venezuela.
Internamente
era preciso agir diferente. A proposta ideológica tinha duas vertentes:
enfraquecer os adversários, eliminando se possível, e fortalecer o grupo,
fazendo tudo o que fosse possível, mesmo sendo ilegal ou imoral.
Ai veio
o mensalão!
As
notícias de crimes foram parar no Judiciário. Foi retardado o máximo e
suficiente para que o Plano de Poder de 20 anos continuasse.
Apesar
do esforço e das sugestões para um terceiro mandato de Lula como presidente, a
proposta – que chegou a ser feita à nação -, “bateu na trave” e não conseguiu
prevalecer. Mesmo assim o PT continuou no comando do país, agora com a
presidente Dilma.
Como os
adversários foram enfraquecidos?
Para
isso o Governo usou o próprio Estado, desmoralizando através das operações
policiais midiáticas e com abrangente eficácia.
O Plano
de Poder para 20 anos continua, não obstante os mensaleiros punidos e algumas
dúvidas já esclarecidas.
Essa
proposta foi difundida, bastante defendida e permeada por todas as unidades da
Federação Brasileira.
O
enfraquecimento do sistema cubano e do sistema venezuelano de governar se
constitui, atualmente, no principal problema para ser resolvido pelo Partido
dos Trabalhadores e seus aliados, no sentido de convencer o eleitor nacional
que é bom reeleger a presidente do Brasil, mesmo sem explicar do que consta nos
quatro últimos anos do plano.
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