quinta-feira, 13 de março de 2014

Plano de Poder

Rodolfo Juarez
Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, que consolidou os avanços sociais e entregou o controle dos interesses nacionais para ser exercício por um presidente, ou por uma presidente – como no caso atual -, que os brasileiros vêm experimentando humores diferentes, de diferentes dirigentes.
Fernando Color, o primeiro presidente dessa etapa da vida nacional, teve o exercício do mandato cessado antes do final, por decisão das casas legislativas que forma o Congresso Nacional. Itamar Franco foi quem terminou aquele mandato.
Eleito presidente e desde quando tomou posse, Fernando Henrique Cardoso se acautelou para não se repetir o episódio vivido pelo seu antecessor e, par isso, criou proteções dentro da própria Constituição Federal mesmo deixando que o Congresso criasse um sistema de defesa para proteger os seus membros, deputados e senadores.
Ficou por dois mandatos, pois entre aquelas mudanças, negociou a reeleição.
Naquele momento já era forte a vontade dos políticos que estavam no comando do país, em permanecer nesse comando e, sem reservas, propalavam o que chamavam Plano de Poder, com duração mínima de 20 anos, e que tinha como principal objetivo a continuação do mesmo grupo político no comando do Brasil.
Fernando Henrique, o seu grupo ficaram por oito anos, correspondente a dois mandatos, mas não ficaram satisfeitos, queriam mais. Queriam os 20 anos que tinham do “tal” plano. Vale lembrar que, originalmente, a Constituição não permitia a reeleição, instituto inserido em uma das inúmeras emendas que foram feitas pelo Congresso Nacional à Carta Magna do Brasil.
E todos só pensavam no Plano de Poder para 20 anos, inclusive os dirigentes do Partido dos Trabalhadores, que vinham tentando, desde a primeira eleição para presidente pós Nova República, chegar ao comando máximo do país, com mensagens populares de fácil compreensão e aceitação.
Lula venceu a eleição e, junto com ele trouxe o Plano de Poder para 20 anos.
O presidente Lula, os dirigentes do Partido dos Trabalhadores e os dirigentes dos partidos aliados já conheciam as “dificuldades” que tinham pela frente para emplacar o plano que virara obsessão – o Plano de Poder para 20 anos.
Na medida em que o tempo passava os governantes brasileiros de então procuravam fortalecer as suas propostas tanto dentro como fora do Brasil. Havia clara convergência com o modo de governar daqueles que haviam ajustado as regras nacionais para a continuidade, sem limites, como, por exemplo, os governantes de Cuba e da Venezuela.
Internamente era preciso agir diferente. A proposta ideológica tinha duas vertentes: enfraquecer os adversários, eliminando se possível, e fortalecer o grupo, fazendo tudo o que fosse possível, mesmo sendo ilegal ou imoral.
Ai veio o mensalão!
As notícias de crimes foram parar no Judiciário. Foi retardado o máximo e suficiente para que o Plano de Poder de 20 anos continuasse.
Apesar do esforço e das sugestões para um terceiro mandato de Lula como presidente, a proposta – que chegou a ser feita à nação -, “bateu na trave” e não conseguiu prevalecer. Mesmo assim o PT continuou no comando do país, agora com a presidente Dilma.
Como os adversários foram enfraquecidos?
Para isso o Governo usou o próprio Estado, desmoralizando através das operações policiais midiáticas e com abrangente eficácia.
O Plano de Poder para 20 anos continua, não obstante os mensaleiros punidos e algumas dúvidas já esclarecidas.
Essa proposta foi difundida, bastante defendida e permeada por todas as unidades da Federação Brasileira.

O enfraquecimento do sistema cubano e do sistema venezuelano de governar se constitui, atualmente, no principal problema para ser resolvido pelo Partido dos Trabalhadores e seus aliados, no sentido de convencer o eleitor nacional que é bom reeleger a presidente do Brasil, mesmo sem explicar do que consta nos quatro últimos anos do plano. 

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