Rodolfo Juarez
Depois
da apresentação das 10 escolas de samba filiadas à Liga Independente das
Escolas de Samba do Estado do Amapá, no Sambódromo, começam as especulações
sobre o resultado ou, mesmo, sobre a qualidade do resultado.
Acontece
que os episódios recentes têm desacreditado a apuração dos resultados e a
desconfiança ou alegação de alguns dirigentes, sobre a lisura do resultado,
acaba prejudicando a credibilidade, tão necessária para todos: liga, escolas de
samba, patrocinadores, brincantes e o público em geral.
As
agremiações sempre entendem ter motivo para contestar os resultados e os
próprios organizadores, devido a cortina de proteção que criam, sem perceber,
acirram mais os ânimos para os resultados que, em regra, começam desde o núcleo
que analisa o aspecto legal, sempre considerado em primeiro lugar, deixando o
carnaval propriamente dito, para ser tratado em segundo plano.
Isso
tem sido sensível, prejudicado o resultado do carnaval e afastado os
patrocinadores que estão, na prática, restritos aqueles do setor público.
É claro
que as discussões que colocam em dúvida o resultado criam obstáculos para a
confiabilidade do evento e os patrocinadores que não da área pública, acabam tendo
restrições, ou alegando restrições, preocupado com a vinculação de sua marca ou
produto, com resultados contestáveis.
O
financiamento feito com o dinheiro público, aquele vindo do Governo do Estado e
da Prefeitura do Município de Macapá, não recebe o apoio da população por causa
dessa falta de confiança.
No dia
em que desaparecerem essas contestações certamente empresas privadas também
entrarão como patrocinadores, vinculando suas marcas com o carnaval e dando
melhores oportunidades aos organizadores e realizadores do evento.
É
preciso buscar um meio para profissionalizar as escolas e a liga. Não dá mais
para arriscar, principalmente com relação às pessoas que recebem pagamentos
pela atividade laboral, aqueles que se usam a sua habilidade para ver o resultado
na avenida.
Os
dirigentes das escolas de samba, qualquer uma delas, em regra, enfrentam muitos
problemas com relação aos contratos feitos com pessoas físicas, não só para
justificar o vínculo de emprego, mas também, para elaborar o quadro de pagamentos
de salários e direitos que cada um tem e que, em regra, vai parar nas varas do
trabalho de Macapá.
Compreender
que isso é um direito de cada trabalhador é uma obrigação das organizações
carnavalescas. Apesar de a essência ser a brincadeira, o vínculo trabalhista
não faz esta distinção. O que fica valendo mesmo é a obrigação do contratante.
Então é
preciso ter solidez na elaboração do evento que anda tendo problemas com a
credibilidade e afastando o público do Sambódromo. Este ano o público foi menor
que do ano passado e o do ano passado, menor do que o do ano anterior. Isso é
grave e precisa ser enfrentado.
Algumas
escolas já apresentam um nível de organização superior ao da liga, o que é
incoerente com a realidade das responsabilidades de um e de outro. Enquanto os
dirigentes das escolas avançam na profissionalização, os dirigentes da liga tem
comportamento amador e, pior, deixando longe dela o seu principal aliado – o
espectador.
Para
quarta-feira algumas, dia da apuração e proclamação dos resultados, defesas e
alguns ataques já estão sendo elaborados e, com expectativa de razão. Pois ser
penalizado administrativamente, por não cumprir tempo de exibição, antes de ser
uma incoerência, é um perigo para a confiabilidade.
O
desconto de décimos das escolas que não cumpriram horários ou itens de alas,
apesar de ser muito interessante para o Rio de Janeiro, não quer dizer que seja
interessante aqui para Macapá. E, este ano, pelo menos 6 das dez escolas têm
desconto em suas pontuações o que, certamente, vai criar um ambiente
desfavorável para a liga.
Não é
que não puna, mas tem outras formas, igualmente eficientes, que não estendem a
punição para toda a comunidade, mas penas para aqueles que são responsáveis
pelo erro.
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