Rodolfo Juarez
Os macapaenses, com raras e localizadas
exceções, estão preocupados com a situação geral da Capital do Estado.
Faz algum tempo que os moradores da
cidade de Macapá veem os problemas aumentarem durante o período de chuva e isso
sem qualquer ocorrência climática extraordinária que justifique alegações de
surpresa para a administração municipal.
O que se percebe é que não cessa a
expansão da área urbana e que os administradores têm gigantescos problemas para
resolvê-los e nenhuma proposta objetiva para colocar em prática.
Os problemas mais urgentes são
reclamados todos os dias. Entretanto, os problemas de estrutura, que precisam
de zelo permanente ou concepção, para evitar o mal maior, não estão sendo
providenciados, em nenhuma de suas necessárias etapas.
A permanente alegação da fala de
dinheiro e a completa ausência de um plano urbano que identifique os problemas
e apresenta as soluções, faz tempo que não é desenvolvido pelos administradores
municipais.
O modelo de gestão adotado para Macapá é
ineficiente e precisa ser modificado.
Prender-se, em demasia, às questões
políticas, a uma administração completamente politizada, não tem dado certo
para alcançar às necessidades da população ou da cidade.
Ninguém lembra mais o tempo em que um
prefeito do município de Macapá teve condições de discutir com a sociedade
civil, de forma produtiva, a melhor maneira de gerir determinado problema
urbano.
A gestão sempre está em xeque, os problemas
são infinitamente maiores do que as condições que estão disponíveis para serem
resolvidas e, enquanto essas condições diminuem ao longo dos anos, os problemas
aumentam e tornam dimensões que surpreendem até os administradores que estão na
prefeitura.
O episódio vivido, recentemente, com a
questão da coleta do lixo urbano, demonstra bem o cenário. Uma parte do
problema completo acabou tomando conta de todas as discussões e não sendo
considerada como parte de uma cadeia de questões que vão desde a coleta
seletiva domiciliar, por exemplo, até ao destino final seguro do lixo coletado
e transportado.
Tendo necessidade de dar uma resposta
para a população, devido à administração municipal completamente dependente da
politização, teve que usar o braço da mídia, com uma propaganda cara, mas com o
nítido objetivo de desviar a atenção da população para o problema principal – o
tratamento do lixo.
As vias urbanas, em torno de 700 km, têm
estimado um custo de, aproximadamente 800 milhões de reais, para que as vias sejam
construídas como vias de uma cidade, com calçada, meio fio, linha d’água, pista
de rolamento asfaltada e sinalizada, além de iluminação pública.
Ainda falta a drenagem de águas
pluviais, a rede coletora de esgoto, metade da rede de distribuição de água
tratada, as necessidades do transporte coletivo – que nem estudo tem- e tantos
outros serviços urbanos, naturalmente inerentes a uma cidade, que nem se fala e
que a administração municipal encontra imensas dificuldades para manter aqueles
equipamentos que foram construídos, como praças, jardins e parques, isso há 20
anos.
Há necessidade de tomar cuidado com o
que se está deixando acontecer com a cidade de Macapá. Os métodos adotados não
estão dando certo, os modelos experimentados não estão correspondendo.
Os que falaram, ou falam em mudança,
estavam ou estão certos, mas ninguém consegue fazer a mudança gerencial que
precisa ser feita para otimizar os verdadeiros interesses da população.
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