quinta-feira, 27 de março de 2014

Macapá: problemas maiores x soluções menores

Rodolfo Juarez
Os macapaenses, com raras e localizadas exceções, estão preocupados com a situação geral da Capital do Estado.
Faz algum tempo que os moradores da cidade de Macapá veem os problemas aumentarem durante o período de chuva e isso sem qualquer ocorrência climática extraordinária que justifique alegações de surpresa para a administração municipal.
O que se percebe é que não cessa a expansão da área urbana e que os administradores têm gigantescos problemas para resolvê-los e nenhuma proposta objetiva para colocar em prática.
Os problemas mais urgentes são reclamados todos os dias. Entretanto, os problemas de estrutura, que precisam de zelo permanente ou concepção, para evitar o mal maior, não estão sendo providenciados, em nenhuma de suas necessárias etapas.
A permanente alegação da fala de dinheiro e a completa ausência de um plano urbano que identifique os problemas e apresenta as soluções, faz tempo que não é desenvolvido pelos administradores municipais.
O modelo de gestão adotado para Macapá é ineficiente e precisa ser modificado.
Prender-se, em demasia, às questões políticas, a uma administração completamente politizada, não tem dado certo para alcançar às necessidades da população ou da cidade.
Ninguém lembra mais o tempo em que um prefeito do município de Macapá teve condições de discutir com a sociedade civil, de forma produtiva, a melhor maneira de gerir determinado problema urbano.
A gestão sempre está em xeque, os problemas são infinitamente maiores do que as condições que estão disponíveis para serem resolvidas e, enquanto essas condições diminuem ao longo dos anos, os problemas aumentam e tornam dimensões que surpreendem até os administradores que estão na prefeitura.
O episódio vivido, recentemente, com a questão da coleta do lixo urbano, demonstra bem o cenário. Uma parte do problema completo acabou tomando conta de todas as discussões e não sendo considerada como parte de uma cadeia de questões que vão desde a coleta seletiva domiciliar, por exemplo, até ao destino final seguro do lixo coletado e transportado.
Tendo necessidade de dar uma resposta para a população, devido à administração municipal completamente dependente da politização, teve que usar o braço da mídia, com uma propaganda cara, mas com o nítido objetivo de desviar a atenção da população para o problema principal – o tratamento do lixo.
As vias urbanas, em torno de 700 km, têm estimado um custo de, aproximadamente 800 milhões de reais, para que as vias sejam construídas como vias de uma cidade, com calçada, meio fio, linha d’água, pista de rolamento asfaltada e sinalizada, além de iluminação pública.
Ainda falta a drenagem de águas pluviais, a rede coletora de esgoto, metade da rede de distribuição de água tratada, as necessidades do transporte coletivo – que nem estudo tem- e tantos outros serviços urbanos, naturalmente inerentes a uma cidade, que nem se fala e que a administração municipal encontra imensas dificuldades para manter aqueles equipamentos que foram construídos, como praças, jardins e parques, isso há 20 anos.
Há necessidade de tomar cuidado com o que se está deixando acontecer com a cidade de Macapá. Os métodos adotados não estão dando certo, os modelos experimentados não estão correspondendo.

Os que falaram, ou falam em mudança, estavam ou estão certos, mas ninguém consegue fazer a mudança gerencial que precisa ser feita para otimizar os verdadeiros interesses da população.

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