sábado, 8 de março de 2014

Depois do carnaval ...

Rodolfo Juarez
Fim da festa para o Carnaval e chega a hora de limpar o salão porque, afinal de contas a vida continua e daqui a menos de três meses todos estaremos sendo convidados para outra grande programação – a Copa do Mundo da FIFA.
Isso mesmo, até parece que, este ano, o trabalho não terá prioridade.
Depois dos embates do começo do ano, prestando conta das festas do Natal e do Réveillon, veio o Carnaval, em seguida teremos a Copa do Mundo e, colado com o futebol, as eleições nacional e regionais.
Será que o país tem reservas para aguentar essas exigências?
Será que a população não será a penalizada depois de todos esses acontecimentos?
Dizer não para essas perguntas, ninguém arrisca, pois mesmo ainda sem estarmos no período da Copa ou das Eleições, a população já sente a preocupação dos dirigentes e as dificuldades em casa e na rua.
Em casa, pela falta de condições para manter a qualidade de vida que já vinha experimentando; nas ruas, para fugir das dificuldades que o cotidiano “oferece” a todas as pessoas que precisam ir para o trabalho e voltar para casa, em uma rotina que deixou de ser cidadã para ser um desafio à capacidade de enfrentar a sensação de insegurança que tomou conta das pessoas.
Até mesmos os legisladores, protegidos em seus gabinetes, não tem conseguido pensar uma solução para esse momento do país e se aventuram por caminhos que, quando percebem, estão dentro de um círculo vicioso que não lhes deixa chance para o reconhecimento da sua própria capacidade criativa ou mesmo de cumprimento de atribuições que disse que tinha como assumir.
As medidas equivocadas dos agentes públicos se multiplicam e as desconfianças da população, principalmente daquela parte que tem a responsabilidade de selecionar os dirigentes e representantes, aumentam.
As promessas feitas, tanto para a população brasileira como para os “aliados nos gastos”, agentes de outros países, não são cumpridas. Muito embora com estes, os “aliados”, existam contratos com específicas cláusulas punitivas, já com aquela, a população, apesar de existir os compromissos, estão entendendo que podem não cumprir e, para esses dirigentes, não cumprir seria, apenas, mais uma promessa não cumprida.
Ninguém garante os legados prometidos e, por isso, todos se sentem traídos pelos dirigentes que planejam segurar-se nos resultados efêmeros para ganhar nova oportunidade - e tempo -, para justificar o que não fez e nunca fará.
A copa do mundo e as eleições de outubro são dois eventos intimamente ligados e, em caso de vitória brasileira, muitos dos problemas serão suportados por essa vitória e muitos dos dirigentes e representantes nacionais ou regionais serão selecionados por causa do resultado.
Ora, se é assim, o outro lado da moeda deve apontoar em outra direção, com o eleitor tendo motivos para identificar aqueles que deram o passo maior do que a perna podia e que estariam deixando um legado negativo para ser assumido por um povo que precisa se estabilizar nas condições sociais básicas, para depois, então, se apresentar como um povo que pode desperdiçar suas reservas em arriscadas manobras, mesmo no esporte com o qual o povo mais se identifica.

Os dirigentes brasileiros precisam entender que, enquanto o Brasil não equilibrar as necessidades da população com as possibilidades de atendimento dessa mesma população, o país não terá reservas para arriscá-las com está fazendo agora.

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