Rodolfo Juarez
Fim da
festa para o Carnaval e chega a hora de limpar o salão porque, afinal de contas
a vida continua e daqui a menos de três meses todos estaremos sendo convidados
para outra grande programação – a Copa do Mundo da FIFA.
Isso
mesmo, até parece que, este ano, o trabalho não terá prioridade.
Depois
dos embates do começo do ano, prestando conta das festas do Natal e do
Réveillon, veio o Carnaval, em seguida teremos a Copa do Mundo e, colado com o
futebol, as eleições nacional e regionais.
Será
que o país tem reservas para aguentar essas exigências?
Será
que a população não será a penalizada depois de todos esses acontecimentos?
Dizer
não para essas perguntas, ninguém arrisca, pois mesmo ainda sem estarmos no
período da Copa ou das Eleições, a população já sente a preocupação dos
dirigentes e as dificuldades em casa e na rua.
Em
casa, pela falta de condições para manter a qualidade de vida que já vinha
experimentando; nas ruas, para fugir das dificuldades que o cotidiano “oferece”
a todas as pessoas que precisam ir para o trabalho e voltar para casa, em uma
rotina que deixou de ser cidadã para ser um desafio à capacidade de enfrentar a
sensação de insegurança que tomou conta das pessoas.
Até
mesmos os legisladores, protegidos em seus gabinetes, não tem conseguido pensar
uma solução para esse momento do país e se aventuram por caminhos que, quando
percebem, estão dentro de um círculo vicioso que não lhes deixa chance para o
reconhecimento da sua própria capacidade criativa ou mesmo de cumprimento de
atribuições que disse que tinha como assumir.
As
medidas equivocadas dos agentes públicos se multiplicam e as desconfianças da
população, principalmente daquela parte que tem a responsabilidade de
selecionar os dirigentes e representantes, aumentam.
As
promessas feitas, tanto para a população brasileira como para os “aliados nos
gastos”, agentes de outros países, não são cumpridas. Muito embora com estes,
os “aliados”, existam contratos com específicas cláusulas punitivas, já com
aquela, a população, apesar de existir os compromissos, estão entendendo que
podem não cumprir e, para esses dirigentes, não cumprir seria, apenas, mais uma
promessa não cumprida.
Ninguém
garante os legados prometidos e, por isso, todos se sentem traídos pelos
dirigentes que planejam segurar-se nos resultados efêmeros para ganhar nova
oportunidade - e tempo -, para justificar o que não fez e nunca fará.
A copa
do mundo e as eleições de outubro são dois eventos intimamente ligados e, em
caso de vitória brasileira, muitos dos problemas serão suportados por essa
vitória e muitos dos dirigentes e representantes nacionais ou regionais serão
selecionados por causa do resultado.
Ora, se
é assim, o outro lado da moeda deve apontoar em outra direção, com o eleitor
tendo motivos para identificar aqueles que deram o passo maior do que a perna
podia e que estariam deixando um legado negativo para ser assumido por um povo
que precisa se estabilizar nas condições sociais básicas, para depois, então,
se apresentar como um povo que pode desperdiçar suas reservas em arriscadas
manobras, mesmo no esporte com o qual o povo mais se identifica.
Os
dirigentes brasileiros precisam entender que, enquanto o Brasil não equilibrar
as necessidades da população com as possibilidades de atendimento dessa mesma
população, o país não terá reservas para arriscá-las com está fazendo agora.
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