Rodolfo Juarez
O
carnaval está ai, pedindo passagem e se não lhe for dado o espaço que precisa,
ele vai assim mesmo.
Isso
quer dizer que não adianta ficar discutindo a conveniência ou a oportunidade da
realização da festa. O espaço de tempo, desde sexta até quarta-feira, passará
pelas pessoas com as mais diferentes influências, deixando diferentes
resultados, mas a maioria deles, correspondendo ao que foi desejado.
O
carnaval coloca ao mesmo período oportunidades para as pessoas irem às ruas,
fantasiando o corpo e a alma e também, a oportunidade para o recolhimento, para
as reflexões.
O
momento, por mais incrível que possa parecer, é propício a essas manifestações
aparentemente confrontantes, mas que tem todas as chances dadas por uma
convivência social harmônica.
Enquanto
uns estão planejando passar o carnaval na rua, fazendo festas, brincando e
extravasando, outros estão esperando a oportunidade para ficar em casa, ler um
bom livro ou mesmo realizar aquele trabalho, intelectual ou braçal, que há
muito vem adiando.
Enquanto
alguns estão planejando colocar máscaras e disfarces para sair, anonimamente
pulando e sambando, outros estão querendo ser eles mesmo, fazendo uma análise
de si mesmo, nem que para isso tenha que mudar a sua rotina.
Enquanto
alguns estão já estão com os ingressos seguros para todos os eventos de
carnaval, outros estão prontos para fazer aquela viagem, para fora do Estado ou
não, mas com a certeza de que, desta vez “fogem da folia”.
Quem
faz o carnaval é a própria pessoa.
Poucos
são aqueles que se deixam influenciar por terceiros, mesmo que esses terceiros
sejam próximos, sejam parentes.
A regra
é de que cada qual fez o seu plano.
Os que
defendem a tradição do carnaval têm dificuldades para defender os princípios
dessa “regra”, pois, a sociedade sempre apresenta novas exigências e persistir
no mesmo modelo, na maioria das vezes não repete o resultado.
Então,
se o leitor está sentindo vontade de fazer algo diferente do que tem feito
costumeiramente nos outros períodos de carnaval, então que faça. A
personalidade humana se não está em permanente formação ela está, sempre, em
permanente mutação.
Esses
momentos, como o do carnaval, são sempre aqueles que propiciam profundas
modificações na personalidade. Evitar que a modificação seja resultado de
decepção ou coisa indesejada, deve constar, em destaque, dos cuidados que cada
um deve ter para não deixar o carnaval marcado de forma negativa.
Este
ano, em Macapá, várias propostas novas têm sido apresentadas para a
coletividade. Algumas mais radicais e fundadas em antigas propostas, outras
mais inovadoras, apoiadas nas novidades que foram colocadas nesta década à
disposição da população.
Algumas
modificações serão claramente notadas, outras nem tanto, e boa parte delas
ainda não serão apresentadas.
A
realidade social atual é muito diferente da realidade dos anos das décadas
anteriores. Então, é natural que a mudança de comportamento seja notada com
mais evidência e com a adesão de maior número de pessoas nada, entretanto, que
venha chocar ou desfalcar a caminhada do comportamento predominante.
O
importante é encontrar o equilíbrio, sem ter que desequilibrar seja lá quem
for, principalmente aquele, ou aqueles, com quem tanto dividiu momentos de
alegria e de prazer nesse período de folia.
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