sábado, 1 de março de 2014

Carnaval pedindo passagem

Rodolfo Juarez
O carnaval está ai, pedindo passagem e se não lhe for dado o espaço que precisa, ele vai assim mesmo.
Isso quer dizer que não adianta ficar discutindo a conveniência ou a oportunidade da realização da festa. O espaço de tempo, desde sexta até quarta-feira, passará pelas pessoas com as mais diferentes influências, deixando diferentes resultados, mas a maioria deles, correspondendo ao que foi desejado.
O carnaval coloca ao mesmo período oportunidades para as pessoas irem às ruas, fantasiando o corpo e a alma e também, a oportunidade para o recolhimento, para as reflexões.
O momento, por mais incrível que possa parecer, é propício a essas manifestações aparentemente confrontantes, mas que tem todas as chances dadas por uma convivência social harmônica.
Enquanto uns estão planejando passar o carnaval na rua, fazendo festas, brincando e extravasando, outros estão esperando a oportunidade para ficar em casa, ler um bom livro ou mesmo realizar aquele trabalho, intelectual ou braçal, que há muito vem adiando.
Enquanto alguns estão planejando colocar máscaras e disfarces para sair, anonimamente pulando e sambando, outros estão querendo ser eles mesmo, fazendo uma análise de si mesmo, nem que para isso tenha que mudar a sua rotina.
Enquanto alguns estão já estão com os ingressos seguros para todos os eventos de carnaval, outros estão prontos para fazer aquela viagem, para fora do Estado ou não, mas com a certeza de que, desta vez “fogem da folia”.
Quem faz o carnaval é a própria pessoa.
Poucos são aqueles que se deixam influenciar por terceiros, mesmo que esses terceiros sejam próximos, sejam parentes.
A regra é de que cada qual fez o seu plano.
Os que defendem a tradição do carnaval têm dificuldades para defender os princípios dessa “regra”, pois, a sociedade sempre apresenta novas exigências e persistir no mesmo modelo, na maioria das vezes não repete o resultado.
Então, se o leitor está sentindo vontade de fazer algo diferente do que tem feito costumeiramente nos outros períodos de carnaval, então que faça. A personalidade humana se não está em permanente formação ela está, sempre, em permanente mutação.
Esses momentos, como o do carnaval, são sempre aqueles que propiciam profundas modificações na personalidade. Evitar que a modificação seja resultado de decepção ou coisa indesejada, deve constar, em destaque, dos cuidados que cada um deve ter para não deixar o carnaval marcado de forma negativa.
Este ano, em Macapá, várias propostas novas têm sido apresentadas para a coletividade. Algumas mais radicais e fundadas em antigas propostas, outras mais inovadoras, apoiadas nas novidades que foram colocadas nesta década à disposição da população.
Algumas modificações serão claramente notadas, outras nem tanto, e boa parte delas ainda não serão apresentadas.
A realidade social atual é muito diferente da realidade dos anos das décadas anteriores. Então, é natural que a mudança de comportamento seja notada com mais evidência e com a adesão de maior número de pessoas nada, entretanto, que venha chocar ou desfalcar a caminhada do comportamento predominante.

O importante é encontrar o equilíbrio, sem ter que desequilibrar seja lá quem for, principalmente aquele, ou aqueles, com quem tanto dividiu momentos de alegria e de prazer nesse período de folia.

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