Rodolfo Juarez
Está
prometido para o próximo sábado, dia 15, a abertura do Campeonato Amapaense de
Futebol Profissional de 2014.
Faz
tempo que tudo relativo ao futebol do Amapá é promessa, jamais um programa e
muito menos um plano. Ninguém ignora a obrigação de cumprir o Estatuto do
Torcedor, entretanto, cumprir essa regra, para alguns dirigentes locais, é
considerado como um entrave para o desenvolvimento do futebol, inclusive, entre
esses “alguns” estão dirigentes da própria Federação Amapaense de Futebol.
Apesar
de todos os campeonatos, profissionais e amadores que constam do calendário da
Federação estarem comprometidos, o maior reflexo é no campeonato de futebol
profissional, pois, desde o nascedouro, tem objetivos claros e entre eles, o de
selecionar o representante, ou os representantes, do Estado para as competições
nacionais.
O
campeonato de futebol profissional vem, a cada ano, perdendo o seu principal
fundamento esportivo que é a disputa.
É inadmissível
que, a menos de uma semana para abertura da competição, que conta com apenas 6
clubes para fazer o campeonato este ano, quatro deles não tenham confirmando se
estão em condições de assumir os custos da disputa. O certo é que a fase de
preparação já foi sacrificada e nem realizada foi.
Como os
organizadores do campeonato podem pretender que o torcedor vá ao estádio para
ver um jogo entre times que, sequer, fizeram um único treino?
Os
torcedores já têm a certeza de que irão assistir jogos sem qualquer padrão
técnico, entre times completamente desentrosados e sabendo das desculpas,
razoáveis, que serão dadas pelos técnicos ou pelos próprios dirigentes dos
respectivos clubes, de que não houve tempo para contratar os jogadores que
pretendiam.
E porque
não tiveram esse tempo?
A
resposta, apesar de ser obvia, é o resultado dos procedimentos inapropriados
que tomaram conta da administração do futebol local, faz tempo.
Os
clubes vivem em dois mundos diferentes: um do profissionalismo, que define as
relações de emprego entre o clube e os seus atletas, entre os clubes e os seus
demais profissionais; e um amadorismo, exercido pelos dirigentes que não
encontram saída no círculo vicioso, a não ser o de “deixar como está para ver
como é que fica”.
As leis
trabalhistas não isentam de cumprimento a instituição que estabelece relação de
emprego com seus trabalhadores (jogadores, técnicos, cuidadores, médicos, etc.)
e o clube é obrigado a estabelecer essa relação de emprego que tem a
recompensa, pelo trabalho, pago em dinheiro. Exatamente o dinheiro que falta.
Como
programar uma competição, que vai exige que o clube gaste dinheiro, sem que
esse clube disponha de dinheiro?
Não há
milagre!
Mas há
o espaço para as promessas, para a inverdade, para a enganação e, principalmente,
para a ilusão e, até, ações que possam comprometer o pouco que cada clube ou
dirigente de clube tenha.
Depender,
exclusivamente, de apoio de patrocinadores e do dinheiro público, aquele que é
repassado pelos agentes públicos, significa comprometer o sucesso da
competição, a finalidade dos recursos públicos e viciar os dirigentes que,
angustiados, quando não sonham, imaginam que se trata de uma “obrigação”.
Não
adianta eleger culpados.
O que
precisa ser feito é uma mudança racional nos procedimentos que se adotou até
agora. Doutra forma as competições continuarão definhando até serem
completamente exauridas.
Também
não adianta imaginar que haverá federação sem clubes ou campeonatos sem times.
Nenhum comentário:
Postar um comentário