Rodolfo Juarez
Depois
das apresentações das escolas de samba do Amapá para os jurados e o público que
foi ao Sambódromo resta aos dirigentes, esperarem os resultados que vão saltar
dos envelopes contendo as notas que foram atribuídas, pelos jurados, a cada uma
das agremiações carnavalescas habilitadas à disputa.
O
publico amapaense que acompanha o Carnaval tem observado certa estabilidade nas
escolas de samba do Estado. Nenhuma desiste e nem outras se candidatam a
entrarem nesse grupo das dez escolas que há bastante tempo disputa as notas dos
jurados e a preferência dos brincantes.
Mesmo
assim são reconhecidas aquelas que evoluíram nesses últimos 20 anos e aquelas
que não cresceram. O dado importante a registrar é que nenhuma delas encolheu
ou apresentou problemas que não pudessem ser superados.
Algumas
escolas têm experimentado alguns problemas de ordem administrativa, muito mais
pelo tamanho e importância que a escola ganhou, do que por incapacidade gerencial
daqueles que se sempre se propõe a assumir a responsabilidade de comandar uma
escola de samba, seja do Grupo Especial ou do Grupo de Acesso.
Um dos
fatores que pode estar contribuindo para essa estabilidade é a manutenção da
competição e a regra básica dessa competição, com a estrutura sustentada no
acesso das escolas do segundo grupo e o descenso das escolas do primeiro grupo.
De vez
em quando há uma proposta para que seja quebrada essa regra, mas o tempo tem
mostrado para a maioria dos dirigentes que essa fórmula tem resistido a tudo e
motivado a todos.
Nem
mesmo o anunciado rebaixamento de uma escola de ponto chega abalar a estrutura
do carnaval porque há um respeito mútuo entre as agremiações, independente da
sua posição no Grupo Acesso ou no Grupo Especial, ou do arroubo de algum
dirigente.
Neste
ano de 2014 houve uma tentativa de mexer na regra atendendo, provavelmente, a
desconfiança de dirigentes de alguma escola considera grande e que corre risco
de cair, afinal até agora, as consideradas “surpresas” ainda não foram
suficientes para empurrar uma escola para o final da fila.
O
exemplo ocorrido em 2013, com a queda da escola Império do Povo, campeã de
2008, para o Grupo de Acesso, foi um aviso para as demais escolas que pode
estar acabando a era das escolas “bate-e-volta”, ou seja, uma espécie de
rodízio entre as mesmas escolas que um ano sobe e noutro cai.
Pode
ser isso que esteja assustando, este ano, as escolas que estão no primeiro
grupo e que, dessa forma, pretendiam assegura mais um lugar para elas, fazendo
com que apenas uma escola caísse e apenas uma subisse.
Pode
ser que nada disso aconteça, mas o que se deixou em evidência foi a preocupação
com a queda “indesejada” de alguma das agremiações que está no primeiro grupo e
que poderia estar com dificuldades ou prevendo um resultado indesejado.
Outro
ponto que chama a atenção é a aproximação que os jurados deixam na pontuação.
Observe-se que no carnaval de 2013, a diferença entre o 2º e o 4º lugares foi
de dois décimos, e a posição final considerada, na prática, como de virtual
igualdade. Estilizados, com 178,4 pontos; Boêmios, com 178,3 pontos; e Piratas
da Batucada, com 178,2 pontos, foram tidos como próximos demais e que, nesse
ritmo logo serão alcançados por escolas que estejam no próprio grupo, com
chances reais de serem rebaixadas.
Essa
regra tem dado certo porque tem sido respeitada, muito embora haja alegações
contraditórias de dirigentes, com relação aos próprios jurados, que são
profissionais que recebem para realizar a avaliação.
Mesmo assim
os dirigentes dessas escolas já não escondem a preocupação com a explicação que
terão que dar no caso de um revés que implique em mudança de grupo.
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