Rodolfo Juarez
Daqui a
menos de 15 dias o governador do Estado vai nomear, pelo menos, três novos
auxiliares de primeiro escalão: os secretários de transporte, agricultura e
administração.
O
retorno dos que estão assumindo aquelas três secretarias de governo se dá
devido à necessidade de desincompatibilização. Os três devem reassumir o cargo
de deputado estadual, para que eles possam candidatar-se a reeleição buscando a
renovação do mandato.
Duas
questões em uma.
A
primeira refere-se ao que realmente querem os três: se cargo no Executivo ou no
Legislativo. Buscam garantir um cargo no Poder Legislativo para conquistar uma
função no Poder Executivo, iludindo o eleitor que os escolheu para
representa-los na Assembleia Legislativa e os vê desempenando funções no
Governo.
A
segunda refere-se às motivações que influenciaram na decisão do próprio
governador que optou por deixa-los fora da Assembleia, trazendo-os para ficarem
sob as suas ordens, em uma das secretarias técnicas.
Uma
delas pode ter sido por questões de necessidade, aqui o destaque é para a
habilitação técnica de Bruno Mineiro que, com formação de engenheiro, estava
habilitado a exercer o cargo de secretário de transporte, podendo atender as
exigências das funções que o cargo encerra.
O
mesmo, entretanto, por mais boa vontade que se coloque na mistura, não se pode
dizer dos secretários Agnaldo Balieiro e Cristina Almeida, que apresentaram bom
desempenho como políticos, mas sem carregar os conhecimentos que os colocassem
prontos para discutir a política de administração e a de agricultura conforme
as necessidades que o Estado nesses dois setores e que precisam de discussões e
decisões técnicas importantes.
Por
outro lado, a Assembleia Legislativa precisava do reforço desses três deputados
para tornar densa a representação popular para ali mandada, não permitindo o
enxovalhamento da Casa de Leis havido por outros órgãos, do próprio Estado,
como se pode acompanhar durante boa parte de 2012 e todo o ano de 2013.
Agora
os três voltam a ocupar a cadeira de deputado e ainda afirmam que têm em suas
contas os ganhos eleitorais havidos quando do desempenho do cargo de
secretário, esperando uma forma de resposta eleitoral devido ao serviço que
prestaram e para os quais foram muito bem pago.
Para o
governo os problemas podem ser até menores, mas para o Estado não.
Faltando
nove meses para encerra o presente mandato e havendo a necessidade de fechar as
contas públicas, o tempo é muito curto para que o substituto “arrume a casa” e
a torne em condições de começar um novo período administrativo,
independentemente de que fique no Palácio do Setentrião, fazendo as honras da
casa e orientando as atividades do Governo.
Colocar
as interesses pessoais acima dos interesses coletivos, ainda mais quando a
conta é paga com dinheiro público, é um desafio às regras contidas na
Constituição Federal e extremamente prejudicial ao Estado que vive um momento
delicado, precisando definir o seu rumo e, principalmente, a regra que vai ter
que utilizar.
É certo
que a Administração permite essa manobra, mesmo assim não deixa de ser um
desafio para o eleitor que vai está atento a tudo o que acontece e tem chance
de rever as suas posições a cada quatro anos.
O fato
é uma constatação. Reflete o pouco caso que os eleitos fazem para com os
eleitores e o desrespeito pelos votos que receberam.
Muito
embora seja uma solução política circunstancial, não é uma solução
administrativa que interesses à população.
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