Rodolfo Juarez
Qualquer
projeto, qualquer programa, qualquer plano que se alinhave nos dias de hoje
precisa ter bem definidos os seus objetivos e estabelecidas as suas metas.
Nem
mesmo um evento ou um registro não tem sentido se não tiver um objetivo. Não
qualquer objetivo, mas pelo menos um que seja de interesse geral e que atenda a
todos os que ali estarão prestando a sua cooperação voluntária ou profissional.
O
futebol é um dos ativos sociais dos mais importantes quando bem usado e quando
usado em favor da sociedade, da coletividade, sem querer dele tirar proveito ou
utilizá-lo como meio para outros fins, mostrando-se de forma disfarçada, para a
sociedade como se fosse um ato voluntário e desprendido de qualquer outra
intensão que não aquela que interessa à comunidade.
Os
campeonatos nacionais de futebol têm claros os seus objetivos e as suas
propostas, assim como os campeonatos em outros esportes, tanto coletivos como
individuais, não dispensam a estratégia, as regras e os objetivos,
principalmente aqueles que tenham repercussão ampla no próprio setor e na
comunidade, valorizando o esporte e mostrando a sua importância para o
desenvolvimento das relações sociais e a compreensão das lutas que todos
desenvolvem no dia a dia.
Não se
usa o esporte para justificar nada. Nem mesmo a existência dele, pois, sozinho
ele já tem suficiente densidade para se mostrar para todos.
Daqui a
menos de três meses estaremos vivendo momentos que vão prender a atenção de
significativa parte da sociedade – a Copa do Mundo. Todos os brasileiros,
inclusive os que moram no Amapá, terão oportunidade de observar a dimensão em
que é tratado esse esporte e suas organizações.
Tudo
foi planejado com a antecedência que assegura ao torcedor e aos participantes,
a confiança de que estará enfrentando uma competição difícil, mas que acarreta
bons resultados para todos: organizações esportivas, atletas, dirigentes,
imprensa, patrocinadores e mais uma série de outros bons resultados derivados
da competição.
Assim é
o campeonato brasileiro, os campeonatos de botão, basquetebol, voleibol,
handebol, afinal, de qualquer competição que seja organizada e garanta uma
conclusão onde, além de um campeão, todos os participantes ficarão satisfeitos,
nem que seja simplesmente, pelo sentimento de dever cumprido.
A
principal competição esportiva daqui, o campeonato amapaense de futebol, não
segue essa regra.
Programado
para começar hoje, os seis clubes sobreviventes vão para campo torcendo para
que as coisas deem certo. Com poucas exceções, os próprios dirigentes não têm
confiança na competição. E não é confiança se vai ou não ser rentável, pois
essa situação já está descartada, é se terão ou não condições de chegar ao
final do campeonato sem comprometer o clube.
Uma pena
que seja assim!
Os seis
clubes que estarão na disputa do campeonato de futebol de 2014 são sim,
sobreviventes de uma desastrada proposta que os “organizadores” vêm mantendo
sem qualquer compromisso com o resultado e, principalmente, com a qualidade do espetáculo.
O
torcedor sabe disso e se arvora a imaginar os motivos pelos quais os
organizadores da competição insistem nessa fórmula suicida, que retirou o
futebol do Amapá dos bons lugares que ocupou no ranking da Amazônia e os
jogadores revelados no Amapá, dos grandes clubes de futebol profissional do
Brasil.
Este
ano pode ser que mais dois ou três clubes desistam, não de praticar o futebol,
mas de praticar desse modelo suicida que o esporte amapaense tem adotado.
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