Rodolfo Juarez
As notícias nacionais sobre o que está
acontecendo com parte da população de algumas cidades de estados da Região
Amazônia, mostra o que é ser pioneiro e estar disposto a criar condições para que
o desenvolvimento alcance a todas as partes do Brasil.
As cheias dos rios, afluentes do maior
rio do mundo em sua maioria, não poupam ninguém e muito menos os erros de
engenharia cometidos pela indisfarçável falta de cuidado que os gestores
públicos insistem em demonstrar todos os dias, há todos os tempos.
São pontes quebradas, ruas e avenidas
submersas, rodovias perdidas e grande parte da população desassistida, a não
ser por eles mesmos, já acostumados à não compreensão por tudo o que seus
antepassados fizeram, e eles mesmos fazem, para garantir que a região é
habitada por brasileiros e a riqueza existente no bioma é do Brasil.
O máximo que as autoridades do Governo
Central faz é mandar gente de segundo escalão, para olhar os estragos das
coisas e o sofrimento das pessoas, e debitar as causas à própria natureza,
esquecendo que muito do que se registra agora, se deve à ambição do capitalista
e o pouco caso de políticos, que estão morando noutro lugar, vivendo das
riquezas que extrai ou acumula daqui.
Para os megainvestidores que estão
represando os rios é fácil afirmar que as suas “obras” nada têm a ver com os
acontecimentos. Muito embora, na maioria das vezes, tenham apresentados
documentos de impacto ambiental inconclusos, mas que foram resultantes de uma
audiência pública, ocorrida, de preferência, sem a avaliação de técnicos
comprometidos com o “depois”, mas apenas com o “agora”.
As gigantescas hidrelétricas que estão
sendo encravadas no coração da Amazônia influenciam, necessariamente, nos
regimes dos rios e quando os próprios rios precisam receber as chuvas
localizadas ou distantes, já não são mais os mesmos e as respostas são
diferentes e, na maioria das vezes, sem chance de serem domadas, trazendo os
problemas para as populações que sempre estiveram no local.
No Amapá, no principal rio genuinamente
amapaense, está sendo feito o que chamam de “aproveitamento” da força do rio,
transformando-a em energia que abastecerá as nossas necessidades e de outros
tantos brasileiros, bem distantes daqui, enriquecendo, inexoravelmente,
figurões que pouco se interessam pelo que aqui ficar.
Agora mesmo, quando de um repiquete, as
famílias que moram às margens do rio Araguari, aquelas mesmas que, para as
quais foi dito, que não seriam afetadas pelas obras que se realização na calha
do rio, acabam de sentir, literalmente na pele, o tamanho do prejuízo que a
comunidade vai ter que assumir, de agora em diante, a todo período chuvoso.
São coisas que TAC nenhum paga. São
heranças que serão repassadas aos filhos, netos e todos os demais descendentes.
Os ambientalistas - já faz algum tempo
-, se calaram. Dão a impressão de que estão sem argumentos ou esqueceram os
conhecimentos que diziam ter, quando defendiam o bioma usado pelo nativo,
garantidor da região no desenho verde-e-amarelo do Brasil.
Estes mesmos que tiveram subtraídas as
armas que lhes possibilitavam a sobrevivência e que, de vez em quando, ainda
são presos como bandidos, porque o “fiscal sabe tudo”, entende o que pode e o
que não pode fazer o homem do interior, pioneiro da defesa nacional, em defesa
da região que imagina estar protegendo para seus descendentes, mas que agora,
miseravelmente, descobre que estava garantindo para que os figurões que moram
longe daqui.
Os projetos não passaram na prova e a
população dos locais submersos está atônita, sem saber o que fazer e, pior,
descobrindo que tudo o que fez até agora, serviu apenas para melhorar a conta
bancária de capitalistas que nem sabem o que está acontecendo com o povo da
Amazônia.
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