Rodolfo Juarez
As autoridades do Estado precisam
compreender que não foi só o orçamento estadual que cresceu, mudando de
importância, mas que, junto com o orçamento modificaram-se os significados do que
é governar, dirigir, orientar e, principalmente, coordenar.
Parece que ai está o nó que teima em não
desatar e liberar os administradores para o exercício do poder, cada um
exercendo um papel, todos igualmente importantes e que da exatidão técnica não é
um canal para conquista de votos na “próxima eleição” seja a eleição que for.
A administração pública precisa ser
tratada de forma profissional. Não dá mais para transformar as conquistas
eleitorais, principalmente para os cargos executivos, em oportunidades para
ocupar e pagar bem, pessoa sem preparo e estavam fora do mercado de trabalho
por sua inapetência ou por desinteresse.
Proteger aqueles que não rendem ou que
não se mostram dispostos a assumir responsabilidade e apresentar resultados
compatíveis com as funções que exercem, está completamente fora de moda, entre
eles estão os “peritos” nas ações improdutivas e aqueles que se tornam, de
forma conveniente, “puxa saco de governantes” se valendo das redes sociais para
dar publicidade.
A principal consequência dessa forma de
orientar a gestão pública acaba proporcionando, no exercício da gestão o
sistemático desrespeito a tudo aquilo que é escrito, assinado e tornado
público.
É dai que vem as falhas no cumprimento
dos cronogramas, quando os agentes, ativos e passivos, aceitam ao que chamam de
“regra”, sabendo que o não cumprimento dos prazos já está perfeitamente
compreendido e aceito por todos.
Assim tanto os executores como os que
têm a responsabilidade de acompanhar os resultados, já sabem que assinaram um
documento que, mais tarde, terá valores alterados e datas modificadas, tanto
com relação à situação intrínseca do documento, como em relação aos efeitos
sociais que são anunciados na ocasião da assinatura.
Por que se tornou tão difícil para os
executivos do setor público fazerem cumprir os prazos que são ajustados, de
forma voluntária com o contratado?
Porque são repetidos os erros nas
licitações públicas realizadas para atender aos órgãos das unidades executivas?
Os fornecedores, entretanto, sempre são
os mesmos, não são trocados e, também, não são responsabilizados pelos erros.
O desencontro de informações se
transforma em um emaranhado de culpas e desculpas que, ao final, ninguém fica
sabendo quem foi o responsável pelo erro.
Afinal, se ninguém é punido,
provavelmente há um novo acordo ou contrato firmado, para que a situação
perdure e as dificuldades continuem.
Apesar de alguns setores ganharem
evidência por causa dos gritos daqueles que precisam do serviço, o problema é
geral e está entranhado em todo o sistema público e o que sobra para os
gestores como elemento de justificativa, por incrível que pareça, é o
cumprimento da regra, a mesma que valeu para o que se pode chamar de “primeira
parte”.
O fato é que as emergências se tornaram
uma constante para aqueles que querem driblar as regras e, ao contrário senso,
ao invés de partirem para resolver o problema, trazendo as ações para a
normalidade, buscam soluções extraordinárias ou provocam obrigações vindas do
Judiciário.
A solução está no próprio problema. Não
tem escolha.
Qualquer outra pretensão pode ser vista
como invenção do gestor criando dificuldades com o objetivo de ganhar
facilidade.
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