Hoje é o domingo
que antecede o dia da eleição.
Fazia tempo que
um pleito não chegava a esse ponto tão equilibrado e isso tem a ver com os
erros dos marqueteiros e com a qualidade dos programas levados ao ar pelo rádio
e pela televisão no horário eleitoral gratuito.
Uma questão
precisa ser ajustada pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelo próprio sistema
eleitoral brasileiro – a distribuição do tempo entre os partido.
E tudo por uma
razão muito simples: o que o tempo do rádio e da televisão, no horário
eleitoral gratuito, para ser distribuído entre os partidos, na eleição
municipal, tem a ver com o número de deputados na Câmara Federal?
E a média é
ponderada, isto é, além de depender de representação na Câmara Federal, o
espaço ainda depende da quantidade de deputados naquele Poder.
Já está mais do
que atestado que as questões municipais são completamente diferentes das
questões nacionais e principalmente brasilienses.
O sistema previsto
na legislação e adotado pelos organizadores das eleições acaba colocando os
concorrentes em desigualdade gritante com relação ao tempo que dispões um e
outro candidato, dependendo dos partidos que formam a coligação.
Um tema que não
interessa as partidos que povoam os Plenários da Câmara e do Senado,
considerando que estão levando vantagem na exposição, principalmente no vídeo,
desde as inserções até as programas gratuitos.
A grande
“sacada” do dirigente partidário “esperto” é fazer uma coligação para a qual
sejam atraídos os partidos que têm o maior número de deputados em Brasília,
muito embora esses deputados, na maioria das vezes, nem concordem com o que o
candidato da coligação, da qual está participando o seu partido, esteja em “outra”
ou não estejam em “nenhuma”.
Esse erro vem
provocando coligações absurdas nos municípios, privilegiando dirigentes que têm
o poder de intervenção, de cima para baixo e sem qualquer justificativa, nas
direções organizadas dos partidos.
Além dos
diretórios e das comissões municipais ficarem submetidas às direções estaduais
e nacionais, às vezes sustentada apenas pelo dirigente influente, ainda ganham
de presente, tempos desiguais para disputar o mesmo cargo.
E nem sempre o
candidato que tem o maior tempo, porque fez uma “boa coligação”, leva vantagem
por isso. As vezes se atrapalha tanto que, depois de perder a eleição, coloca a
culpa até no tempo que dispunha, exatamente por ser o maior de todos.
Mas se trata e
um erro claro e que tem perdurado e desafiado aqueles que estão procurando
condições de equilíbrio entre os candidatos aos cargos majoritários municipais
e que, também, tira o sentido de outras medidas que são usadas como referência
do desequilíbrio entre os candidatos – o abuso de uso, seja de dinheiro, seja
de serviço ou da máquina pública.
De pouco adianta
anunciar a biometria como avanço (e é um avanço) se continuar a distribuição do
tempo no horário gratuito com a mesma regra, funcionando como uma âncora ou
como um motor que puxa para trás todos os avanços.
E como o assunto
não é explicado como os outros, por exemplo, o da ficha limpa, os eleitores
perguntam a todos porque um candidato tem tempo maior que o outro se eles estão
disputado o mesmo cargo, no mesmo município, com o mesmo eleitorado.
São questões que
ainda precisam de reparo e rápido, para que todos tenham a mesma chance.
E o tempo maior
não é certeza de que o candidato vai aproveitá-lo bem. Então porque insistir?
O mais certo é
que ele acaba fazendo duas campanhas em uma: a atual, a municipal, para ver se
dá certo, mas de olho em uma futura campanha em eleição regional, quem sabe
concorrendo ao um cargo de deputado estadual, de deputado federal, de senador
ou mesmo de governador de estado.
Atualmente a
distribuição ponderada do tempo está favorecendo ao mais esperto que demonstra
não se interessar pelos compromissos com o povo, pois quer mesmo é acertar o
compromisso com o seu umbigo e com o seu “chegado”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário