sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Caso CEA: quem está pisando na bola?

 Rodolfo Juarez
Os dirigentes da Companhia de Eletricidade do Amapá e os acionistas da empresa precisam equalizar os problemas que a CEA enfrenta atualmente com as soluções que são apontadas interna e externamente para resolvê-los.
De pouco adiantam os esforços para postergar o enfrentamento da questão em seu ponto mais nervoso – a dívida astronômica que acumula com a geradora de energia.
São urgentes todas as providências que precisam ser tomadas pelos dirigentes da empresa e do Governo do Estado sob pena de perder as oportunidades oferecidas e que ficarão cada vez mais raras conforme passar do tempo.
O Ministro de Estado de Minas e Energia, Edson Lobão, se valeu de um ofício, o de número 564/2012 /GM – MME, assinado no dia 17 de setembro de 2012, para informar aos deputados e senadores da Bancada Federal do Amapá, em Brasília, sobre “atual prestação dos serviços de energia elétrica no Estado”.
No documento avisa aos parlamentares amapaenses que “como é do conhecimento de Vossas Excelências a situação da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA é realmente preocupante, em função da sua permanente inadimplência e do não atendimento aos padrões requeridos pelas normas de regulação e fiscalização, inerentes à concessão do serviço público de concessão de distribuição de energia elétrica”.
Isso quer dizer que já não se trata unicamente da inadimplência, outros fatores importantes e inerentes à capacidade técnica a empresa amapaense não estão mais conforme os padrões para suprir as necessidades para continuar detendo a concessão como, por exemplo, o não atendimento aos padrões pelas normas aplicadas ao caso e que consta dos contratos.
A CEA teria que apresentar um plano de ação para recuperação técnica, econômica, financeira e para investimento, a ser aprovado pela Aneel, o que, segundo destaca o ministro Edson Lobão das Minas e Energia, no ofício enviado aos parlamentares amapaenses, “até o momento não aconteceu”.
Essa informação ganhou prioridade nas análises políticas e técnicas, pois a direção da CEA havia anunciado, ainda no primeiro semestre de 2012, que esse plano tinha sido apresentado e que os acenos indicavam que havia sido aprovado pela Agência Reguladora.
Ainda no oficio o ministro comenta que “a manifestação formulada em março do corrente ano, pelo Governo do Estado do Amapá, de captação de recursos para a realização de investimentos e pagamento de dívidas da CEA foi imediatamente analisada tanto pelas áreas do Ministério, como pela Eletrobrás e pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN”.
O teor dessa manifestação governamental não foi tratado publicamente, sendo que os itens destacados sempre se referiram a um “encontro de contas” entre o Governo do Estado e da CEA, o que teria resultado em um considerável rebate na dívida levantada de responsabilidade da concessionária. Parece que isso não satisfazia os credores da Companhia.
Agora em agosto de 2012, a Secretaria de Energia Elétrica do Ministério realizou reunião com participação da Eletrobrás-Eletronorte e da CEA. “Não compareceu o representante legal do Estado como havíamos encarecido”, diz o ministro no Oficio referido, “razão pela qual o equacionamento do tema não pode prosperar.” Lamentou o ministro.
A gravidade da questão e a urgência em se encontrar uma solução não combinam com o comportamento adotado pelo controlador da CEA, o Governo do Estado. Em decorrência disso o ministro encaminhou um aviso ao Governador do Amapá “recomendando adoção imediata de medidas visando solucionar a questão de vital importância para o abastecimento de energia elétrica do Estado do Amapá.”
Por isso, está de volta o fantasma da caducidade aplicada sobre o contrato da concessão, reforçando a tese de que há apenas uma saída – a federalização da gestão da Empresa.
Esta observação é feita considerando que todas as concessionárias de serviço público de energia elétrica estão submetidas ao estabelecido na Medida Provisória nº 577, de 29 de agosto de 2012, que dispões sobre a concessão, a prestação temporária de serviço e a intervenção para adequação do serviço público de energia elétrica.
O certo é que qualquer problema, para ser resolvido, exige comprometimento, capacidade para a solução e vontade para resolvê-lo. Então, todos ao trabalho!

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