segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Até onde podem negociar as concessões

Rodolfo Juarez
Depois de 219 programas, em 44 semanas seguidas no ar, por 308 dias dos últimos meses, o Programa Rádio Comunidade está ameaçado de ser tirado do ar sem qualquer aviso ou comunicação aos profissionais que o dirigem e o apresentam.
O Programa Rádio Comunidade que faz (e está na iminência de deixar de fazer) parte da grade de programação da Rádio Forte FM é levado ao ar das 7 às 9 da manhã, de segunda a sexta-feira, falando das questões da comunidade e analisando a conjuntura sócio-política local, com absoluta e irrestrita isenção, servido aos interesses da população e dando voz às opiniões das pessoas da comunidade.
Até agora ninguém assumiu a responsabilidade pela vontade manifestada, dando a impressão que está para haver uma intervenção maquinada com o objetivo precípuo de cortar o canal que é feito, através do programa, com os membros da comunidade local, exatamente aqueles que mais precisam.
Desde o começo que se pleiteia uma relação que não seja apenas tácita, mas que tenha as regras estabelecidas através de um contrato, onde ficassem claras as cláusulas da relação e não apenas sujeito ao humor daqueles que podem se valer do sentido de propriedade ou posse para definir o modo de manifestação que determina uma relação de trabalho.
Esse costume desrespeitoso sempre cingiu a linha de relação entre os que atuam na linha de programação de uma emissora em Macapá e aquele que detém o comando dos horários independentes de ser o concessionário do canal de rádio, um bem público que é cedido para que terceiros explorem.
Pelo que foi informado por linhas transversas o horário do dia estaria “vendido” para a Assembléia Legislativa em uma operação duvidosa e que não cabe no contrato de concessão que define o direito de utilização do canal, mas que será aclarado tão logo a “nova” programação entre no ar.
Não fosse a Assembléia um órgão público, mantida com dinheiro público, poder-se-ia dizer que se trata de uma questão comercial, entretanto, a AL é um órgão público, com orçamento público, que não pode ter esse tipo contrato, favorecendo políticos e partidos de forma direta e sem disfarce.
Valdenor Guedes, responsável pela programação noturna e a diurna e noturna do sábado e do domingo, também não foi consultado sobre a transação que justificariam a retira do Programa Rádio Comunidade e de todos os programas da parte da tarde, isso sem qualquer aviso.
Além da falta de respeito aos profissionais, a ação bem representa o sentido equivocado de como estão sendo utilizadas as concessões de rádio para o Estado do Amapá, isso aos olhos, certamente fechados, dos órgãos de fiscalização do funcionamento das emissoras de rádio.
A situação é tão grave que, dependendo de quem está na Presidência da Mesa Diretora da Assembléia, um “bom negócio” é fechado.
Até ai tudo em ordem, tudo dentro da regra de mercado, não fosse a Assembléia Legislativa, repito, um órgão abastecido com recursos públicos e que não têm essa finalidade.
A Mesa Diretora da AL, responsável por esse contrato, vai precisar esclarecer por quanto adquiriu o direito de usar o sinal da Rádio Forte FM durante todo o dia e mostrar que não está favorecendo quem quer que seja e que fez, pelo menos, uma consulta de preços na praça para decidir-se pela contratação do horário diurno da Rádio Forte FM.
Esse é mais um ponto escuro que os deputados estaduais terão que explicar par a comunidade e depois para as autoridades fiscalizadoras, sob pena de estar contrariando a legislação pertinente e se expondo, através dos seus dirigentes atuais, a perpetração de crime decorrente de “contrato dupla face”.

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