Rodolfo
Juarez
Desde o ano
passado que as autoridades do Governo do Estado e principalmente, da Secretaria
do Estado da Educação, vêm encontrando dificuldades para lidar com os
professores da rede pública estadual.
Em 2011 a
confusão começou no final de maio e se estendeu pelo resto do mês e só
arrefeceu na última quinzena de junho, depois que o Governo acenou com
possibilidade de atender 20 reivindicações que estavam no documento que foi
entregue ao governador do Estado.
A principal
questão, na alegação dos professores, representados pelo sindicato profissional
da categoria já era, naquele momento, o pagamento do Piso Nacional do
Professores.
Durante o
segundo semestre o clima entre os gestores e os sindicalistas se apresentou
amenizado e, mesmo “empurrando com a barriga” o ano escolar terminou no começo
de janeiro deste ano.
Em 2012, desde o
começo das aulas em fevereiro, que os professores começaram a procurar as
autoridades do setor, mas não conseguiram fechar uma pauta de negociações
progressivas. A cada reunião tudo recomeçava do zero.
No começo de
maio os professores, já tendo como interlocutor o terceiro secretário de
educação, fecharam questão na base do “tudo ou nada” e, como não tiveram
resposta, entraram em greve que foi, liminarmente, considerada ilegal e dando a
munição que o governo precisava para os contrataques e acirramento do ânimo
entre as duas partes em confronto.
Enquanto isso os
alunos, em casa, esperavam inquietos pelas medidas que o governo e o sindicato
tomariam para começar a resolver o já prejudicado ano escolar. Nem mesmo uma
proposta de conciliação, feita pelo desembargado prevento da questão, alcançou
êxito.
No final de
junho, a dois dias do que fora planejado para o primeiro semestre, os
professores comunicaram que estavam voltando ao trabalho. Uma estratégia para
que as férias de julho não fossem prejudicadas e os professores recebessem,
integralmente, pagamento do mês de julho.
No final da
primeira semana de agosto uma reunião, em praça pública, do sindicato dos
professores deu a entender que nada havia sido resolvido. As cenas de
vandalismo na sala de entrada do prédio da Secretaria de Estado da Educação,
com o secretário recolhido em outra sala do mesmo prédio, mostravam o ambiente
que administradores e professores contavam para a “negociação”.
O clima que
continua ruim, apesar das mídias veiculadas na televisão e no rádio, chegava às
administrações das escolas.
Na terça-feira,
por exemplo, ocorreu um problema que tinha tudo para ser simples. Foi na Escola
Estadual Antônio Messias. Uma escola com 14 salas de aula, todas com mais de 45
alunos e que já foi referência no Estado, localizada no Bairro do Zerão.
Pois bem,
naquele dia faltou água na escola. No momento a diretora não estava na Escola,
muito embora o relógio já marcasse mais de oito e meia da manhã. Os alunos
foram dispensados e os problemas escancarados. São muitos e precisam ser
resolvidos para o bem do ensino. Isso precisa ser visto com especial
responsabilidade.
Os pais, alguns
deles voltando do trabalho para atender a emergência, não se conformaram e
estão pedindo providências para que questões dessa ordem não ocorram mais.
Deu para
perceber que os alunos, apesar de muito jovens, estão sentindo no coração o
problema e esperam juízo das autoridades para que essas questões não se
agravem, pois sabem que eles já estão superando a capacidade dos que têm a
incumbência de resolvê-los.
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