quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A Educação de marcha-à-ré

Da FAB para os bairros
Rodolfo Juarez
Desde o ano passado que as autoridades do Governo do Estado e principalmente, da Secretaria do Estado da Educação, vêm encontrando dificuldades para lidar com os professores da rede pública estadual.
Em 2011 a confusão começou no final de maio e se estendeu pelo resto do mês e só arrefeceu na última quinzena de junho, depois que o Governo acenou com possibilidade de atender 20 reivindicações que estavam no documento que foi entregue ao governador do Estado.
A principal questão, na alegação dos professores, representados pelo sindicato profissional da categoria já era, naquele momento, o pagamento do Piso Nacional do Professores.
Durante o segundo semestre o clima entre os gestores e os sindicalistas se apresentou amenizado e, mesmo “empurrando com a barriga” o ano escolar terminou no começo de janeiro deste ano.
Em 2012, desde o começo das aulas em fevereiro, que os professores começaram a procurar as autoridades do setor, mas não conseguiram fechar uma pauta de negociações progressivas. A cada reunião tudo recomeçava do zero.
No começo de maio os professores, já tendo como interlocutor o terceiro secretário de educação, fecharam questão na base do “tudo ou nada” e, como não tiveram resposta, entraram em greve que foi, liminarmente, considerada ilegal e dando a munição que o governo precisava para os contrataques e acirramento do ânimo entre as duas partes em confronto.
Enquanto isso os alunos, em casa, esperavam inquietos pelas medidas que o governo e o sindicato tomariam para começar a resolver o já prejudicado ano escolar. Nem mesmo uma proposta de conciliação, feita pelo desembargado prevento da questão, alcançou êxito.
No final de junho, a dois dias do que fora planejado para o primeiro semestre, os professores comunicaram que estavam voltando ao trabalho. Uma estratégia para que as férias de julho não fossem prejudicadas e os professores recebessem, integralmente, pagamento do mês de julho.
No final da primeira semana de agosto uma reunião, em praça pública, do sindicato dos professores deu a entender que nada havia sido resolvido. As cenas de vandalismo na sala de entrada do prédio da Secretaria de Estado da Educação, com o secretário recolhido em outra sala do mesmo prédio, mostravam o ambiente que administradores e professores contavam para a “negociação”.
O clima que continua ruim, apesar das mídias veiculadas na televisão e no rádio, chegava às administrações das escolas.
Na terça-feira, por exemplo, ocorreu um problema que tinha tudo para ser simples. Foi na Escola Estadual Antônio Messias. Uma escola com 14 salas de aula, todas com mais de 45 alunos e que já foi referência no Estado, localizada no Bairro do Zerão.
Pois bem, naquele dia faltou água na escola. No momento a diretora não estava na Escola, muito embora o relógio já marcasse mais de oito e meia da manhã. Os alunos foram dispensados e os problemas escancarados. São muitos e precisam ser resolvidos para o bem do ensino. Isso precisa ser visto com especial responsabilidade.
Os pais, alguns deles voltando do trabalho para atender a emergência, não se conformaram e estão pedindo providências para que questões dessa ordem não ocorram mais.
Deu para perceber que os alunos, apesar de muito jovens, estão sentindo no coração o problema e esperam juízo das autoridades para que essas questões não se agravem, pois sabem que eles já estão superando a capacidade dos que têm a incumbência de resolvê-los.

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