O Estado do
Amapá não tem qualquer possibilidade de se desenvolver e tornar-se um estado
forte se não desenvolver o seu interior.
O Amapá tem
modo de desenvolvimento que contempla o que chama de eixos, alguns já
implantados, muito embora de forma muito precária, mas que indicam,
perfeitamente, as ações que precisam ser incentivadas e as medidas que precisam
ser tomadas.
As políticas
públicas para o Estado do Amapá ainda não acertou o modo de
desenvolvimento que o Amapá precisa. As políticas públicas se atêm às questões
meramente urbanas e não avança nas regras para que o Amapá tenha um
desenvolvimento sustentável, conforme as atuais concepções de administração
pública e de desenvolvimento exigem.
Os legisladores
e os executivos ficam envolvidos pelos problemas do dia a dia e não conseguem
perceber que o Estado precisa de políticas e planos de desenvolvimento, para
poder atender às exigências, cada vez maiores, dessas questões urbanas que
ocupam os deputados em ineficazes audiências públicas e os governantes em
encontrar caminhos para evitar greves de seus funcionários.
O norte do Estado, com Oiapoque, Calçoene e
Amapá, e suas peculiaridades, tem uma economia completamente diferente daquela
que precisa ser trabalhada para o sul do Estado, onde Laranjal do Jari, Vitória
do Jari e até Mazagão, apresentam exigências completamente diferentes daquelas
que são apresentadas pelos nortistas amapaenses.
Mas podem
observar, lá no norte do Estado, os problemas são a saúde, a educação, a
segurança e uma ponte; aqui no sul, também os problemas são a saúde, a
educação, a segurança e uma ponte.
Para duas
regiões completamente diferentes, identificar os mesmos problemas e, pior,
querer adotar as mesmas soluções, é um erro primário e que não vai servir para
ninguém, nem para os administradores públicos e nem para a população, que
poderá ter atendido partes dos seus problemas, mas se verá às voltas com novos,
gerados pelas erradas avaliações, muito embora feitas com esforço, mas com
pouquíssimo ou nenhum conhecimento.
O centro do
Estado, onde se localizam os municípios de Serra do Navio e de Pedra Branca do
Amapari, é o local onde está a maior concentração da riqueza mineral do Estado,
sem uma definição clara do que pretende o Governo, por falta de regras
legislativas, para o presente e para o futuro.
No momento as
empresas atuam completamente soltas, alimentando aqui e acolá, as comunidades
locais som financiamentos decorrentes de termos de ajustamento de conduta,
avaliados por promotores do Ministério Publico do Estado e da União, sem
qualquer referência ao desenvolvimento sustentável e apenas como compensação
aos prejuízos que são causados ao meio ambiente. Nesse caso o que era pra ser
uma excepcionalidade, passa a ser uma regra, exatamente pela falta de regra.
Os legisladores
- deputados estaduais, deputados federais e senadores -, precisam tirar o pano
preto que cobre os seus olhos e intervir, traçando os limites, antes que as
linhas dos avanços dos interesses de outros, envolvam a população, deixando
como cidadãos de segunda categoria os verdadeiros donos das riquezas, os que,
ao longo dos anos, preservaram e zelaram por elas.
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