sábado, 8 de setembro de 2012

Os donos da riquiza

Rodolfo Juarez
O Estado do Amapá não tem qualquer possibilidade de se desenvolver e tornar-se um estado forte se não desenvolver o seu interior.
O Amapá tem modo de desenvolvimento que contempla o que chama de eixos, alguns já implantados, muito embora de forma muito precária, mas que indicam, perfeitamente, as ações que precisam ser incentivadas e as medidas que precisam ser tomadas.
As políticas públicas para o Estado do Amapá ainda não acertou o modo de desenvolvimento que o Amapá precisa. As políticas públicas se atêm às questões meramente urbanas e não avança nas regras para que o Amapá tenha um desenvolvimento sustentável, conforme as atuais concepções de administração pública e de desenvolvimento exigem.
Os legisladores e os executivos ficam envolvidos pelos problemas do dia a dia e não conseguem perceber que o Estado precisa de políticas e planos de desenvolvimento, para poder atender às exigências, cada vez maiores, dessas questões urbanas que ocupam os deputados em ineficazes audiências públicas e os governantes em encontrar caminhos para evitar greves de seus funcionários.
 O norte do Estado, com Oiapoque, Calçoene e Amapá, e suas peculiaridades, tem uma economia completamente diferente daquela que precisa ser trabalhada para o sul do Estado, onde Laranjal do Jari, Vitória do Jari e até Mazagão, apresentam exigências completamente diferentes daquelas que são apresentadas pelos nortistas amapaenses.
Mas podem observar, lá no norte do Estado, os problemas são a saúde, a educação, a segurança e uma ponte; aqui no sul, também os problemas são a saúde, a educação, a segurança e uma ponte.
Para duas regiões completamente diferentes, identificar os mesmos problemas e, pior, querer adotar as mesmas soluções, é um erro primário e que não vai servir para ninguém, nem para os administradores públicos e nem para a população, que poderá ter atendido partes dos seus problemas, mas se verá às voltas com novos, gerados pelas erradas avaliações, muito embora feitas com esforço, mas com pouquíssimo ou nenhum conhecimento.
O centro do Estado, onde se localizam os municípios de Serra do Navio e de Pedra Branca do Amapari, é o local onde está a maior concentração da riqueza mineral do Estado, sem uma definição clara do que pretende o Governo, por falta de regras legislativas, para o presente e para o futuro.
No momento as empresas atuam completamente soltas, alimentando aqui e acolá, as comunidades locais som financiamentos decorrentes de termos de ajustamento de conduta, avaliados por promotores do Ministério Publico do Estado e da União, sem qualquer referência ao desenvolvimento sustentável e apenas como compensação aos prejuízos que são causados ao meio ambiente. Nesse caso o que era pra ser uma excepcionalidade, passa a ser uma regra, exatamente pela falta de regra.
Os legisladores - deputados estaduais, deputados federais e senadores -, precisam tirar o pano preto que cobre os seus olhos e intervir, traçando os limites, antes que as linhas dos avanços dos interesses de outros, envolvam a população, deixando como cidadãos de segunda categoria os verdadeiros donos das riquezas, os que, ao longo dos anos, preservaram e zelaram por elas.

 

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