quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A fila anda (e as surpresas aparecem)

Rodolfo Juarez
Apesar do Estado do Amapá ainda ser considerado um estado da Federação com menos problemas que alguns outros do País, principalmente do Nordeste brasileiro, essa avaliação dá claros sinais de que precisa ser refeita.
Já faz algum tempo que a população daqui assiste disputas pelos cargos públicos entre famílias – e não são apenas duas.
Todos se lembram dos enfrentamentos entre os Barcellos e os Borges; entre os Barcellos e os Capiberibes; entre os Borges e os Capiberibes e, agora mais recentemente, entre os Capiberibes e os Góes.
As lutas se tornam mais agudas quando foram motivos mais particulares como: mandatos, cargos majoritários e principalmente a possibilidade de assumir o comando da política local, tendo como foco a vontade de mandar em tudo ou comandar tudo.
Essa ambição desmedida trouxe para baixo o nível de avaliação e o trabalho permanente para que não aparecessem novas lideranças capazes de refazer o caminho da ordem de mando no Amapá.
Nas eleições nacionais e regionais de 2010 o eleitor amapaense deu a pista e claramente mandou o recado de que estava à cata de novos líderes. Os mais votados foram os candidatos mais jovens para o Senado da República, Câmara Federal, para o Governo do Estado e para a Assembléia Legislativa. Os mais experientes, todos eles, ficaram surpresos quando os resultados foram definidos.
Foi um banho dos candidatos mais jovens naqueles que já vêm apresentando desgastes ao longo da caminhada.
Mesmo assim, ao que parece os dirigentes partidários os as lideranças políticas não assimilaram o recado ou não fizeram uma boa leitura e têm encontrado dificuldades para emplacar aqueles que já estão parcialmente “queimados” na avaliação do eleitor.
Tanto que, a eleição para Prefeito de Macapá tem levado às “raposas da política” a tomar decisões equivocadas que são consideradas um desafio a inteligência dos eleitores, colocando em risco o sucesso dos seus candidatos de agora e criando uma dificuldade adicional para as eleições regionais de 2014.
Três grupos ainda se acham com fôlego para continuar dando as cartas: dois mais acentuadamente e um terceiro abanando as últimas brasas na esperança para que o fogo reacenda e dê para, pelo menos, fazer o café do ocaso.
Os grupos que ainda estão se debatendo em uma mistura de céu e inferno, um do lado e outro do outro, tem como protagonistas os Capiberibes e os Góes, com os Borges na expectativa de uma falha qualquer para retomar o seu caminho. Afinal de contas na história de todos eles existe muito sucesso, mas também existe muito rancor e muitas perdas.
Na luta pela sobrevivência e a fuga das vaias estão esquecendo que a vida continua e que a fila anda. Os novos estão na batalha buscando o melhor momento para ocupar os espaços que já entendem serem seus.
As eleições para Prefeito de Macapá, município que tem mais de 56% da concentração eleitoral do Estado, também se pode estar definindo as eleições de 2014, em um espaço só comparado a um octógono da luta da moda, mas sem seguir todas as regras, colocando em risco a sobrevivência eleitoral de um dos grupos, seguindo o caminho de outros que o eleitor já esqueceu.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário