Rodolfo
Juarez
Ontem, dia 3 de
setembro, completou um ano que Mike, Jorge e eu, tomamos, certamente, um dos
maiores sustos de nossas vidas e, depois, fomos premiados por um dos maiores
alívios que experimentamos.
Passava um pouco
das oito e meia de uma manhã bonita do sábado, na qual o sol reinava absoluto,
deixando a estrada seca e muito arriscada, questão já observada pelo Jorge
Ramos, o experiente condutor do veículo, uma cabine dupla (Attack, prata).
Desde meados de
junho que coordenávamos um grupo de sete pessoas com o objetivo de recuperar as
administrações locais de um importante partido político nacional que estava com
dificuldades gerenciais no Estado do Amapá.
A estratégia
utilizada, durante planejamento da ação, para que pudéssemos chegar,
praticamente ao mesmo tempo, a todos as sedes municipais e começar a
revitalização administrativa do partido em todo o Estado, dividia a equipe em 7
grupos de municípios, sob a coordenação de um representante da direção estadual
partidária, da seguinte forma: Oiapoque, Calçoene e Amapá; Pracuúba,
Tartarugalzinho e Ferreira Gomes; Cutias e Itaubal; Laranjal do Jari e Vitória
do Jari; Macapá; Santana e Mazagão; e Porto Grande, Pedra Branca e Serra do
Navio.
O coordenador do
grupo de municípios formado por Porto Grande, Pedra Branca do Amapari e Serra
do Navio, era o viajante Mike Chagas, um expoente do designer amapaense que, de
boa vontade, havia assumido a responsabilidade de participar do projeto,
coordenando as ações a serem tomadas naqueles três municípios.
Eu era uma
espécie de coordenador geral da equipe de sete pessoas que, voluntariamente, se
apresentaram para o trabalho.
Naquele dia 3 de
setembro de 2011, às 10 horas da manhã, estava confirmada a posse da nova
direção do partido, no Plenário da Câmara Municipal de em Serra do Navio, para
assumir como presidente do partido, no Município, o vereador Adivaldo de Souza
Costa.
Viagem normal,
desde um pouco depois das 6 horas da manhã quando havíamos saído de Macapá. A
parada para o café um pouco antes de Porto Grande foi feita porque havia tempo
de sobra na programação, para chegar à Sede do Município de Serra do Navio.
Logo que
passamos a sede do Município de Porto Grande começou a estrada de chão e também
começaram as nossas preocupações como de todos aqueles que precisam usar a
rodovia, uma estrada federal praticamente abandonada (BR-210, a Perimetral
Norte), com rarefeitas e incompletas manutenções, deixando de sobre aviso a
todos os condutores e passageiros.
A observação foi
para que todos os passageiros e o condutor mantivessem, em qualquer hipótese,
atados os cintos de segurança, como que antevendo o aumento do risco.
Pedras soltas,
terreno fofo, grande fluxo, falta de sinalização e de tudo o que precisa ter em
uma estrada pública gerenciada por gente responsável.
A menos de 4
quilômetros da entrada para a sede do Município de Pedra Branca do Amapari,
depois de uma derrapada a 80 quilômetros por hora, o carro capotou
longitudinalmente, nos deixando de cabeça para baixo e vivos para estar
narrando essa história agora.
Todos estavam de
cinto e o que aconteceu com cada um, foi muito menos do que todos os que
chegaram, logo a seguir conosco, imaginavam. Porta presa, combustível gastando,
circundavam o cenário completado com o carro com as rodas para cima e os
passageiros presos no veículo.
Hoje, um ano
depois, temos que agradecer a Deus por não termos tidos problemas maiores e
todos nós, Mike, Jorge e eu, estarmos contando essa história.
Fui ao local do
acidente, agora, no domingo, dia 2 de setembro, e tudo continua como antes, com
a mesma insegurança, os mesmos riscos.
Os registros de
novos acidentes continuam sendo feitos, alguns deles deixando tombados na
rodovia pais de família, trabalhadores que não tem alternativa, correndo risco
a cada viagem, mas que são os responsáveis pela manutenção da presença do povo
do Amapá em uma das regiões mais ricas e mais abandonadas pelo governo estadual
e pelo governo federal.
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