quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Candidato a vereador ou cabo eleitoral?

Rodolfo Juarez
Está chegando o dia da eleição e o eleitor está deixando as coordenações de campanha confusas, pois em regra, não conseguem identificar o que o eleitor quer ouvir ou ver, principalmente aqueles que esperavam encontrar um eleitor desatento ou desinteressado pela campanha e pela eleição.
              Já se percebe, apesar das desconfianças evidentes, que boa parte do eleitorado não se conforma com aqueles que querem manter as mesmas fórmulas, lastreadas em promessas e cheias de aparências que não correspondem à expectativa da população.
As crianças e os adolescentes também, de forma inversa, entraram no contexto da discussão e estão contribuindo com aqueles que votam, definindo o melhor perfil do candidato para os cargos em disputa.
Os candidatos titubearam muito. Erraram muito durante a campanha e, desde o debate da sexta-feira, na televisão, que alguns frustraram o eleitor que, atento, pode perceber a dificuldades que alguns candidatos teriam para fazer valer a sua personalidade e as suas propostas em um eventual mandato.
As crianças, incrivelmente mais atentas, notaram a evolução da campanha com trocas radiais na forma de se mostrar, na maneira de colocar as suas propostas e, mais do que isso, na constante troca de plataforma para governar, por exemplo, o município de Macapá.
A compreensão de que o nível baixo da campanha não estava agradando ninguém e que as anunciadas medidas radicais não tiveram aceitação por parte do eleitor, confundiram todo mundo, inclusive os candidatos a vereador, que foram os mais prejudicados que, na reta final, alguns deles deixaram, na prática, de fazer campanha, no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, se tornando cabos eleitorais de candidatos a prefeito.
Uma receita que pode dar errado, mas foi a alternativa encontrada para tentar juntar os cacos e mostrar para o eleitor de que, pelo menos o partido está unido e interessado em eleger os seus candidatos.
Uma questão que não se entrelaça. Afinal de contas é por isso que são duas eleições completamente separadas, com conceitos diferentes, inclusive com relação à forma de eleger os candidatos – uma é majoritária, dependendo dos votos nominais; e outra proporcional que depende dos votos nominais e de legenda. Além de ficar atento aos índices adquiridos a partir do quociente eleitoral e do quociente partidário.
Os candidatos a vereador que se acham com chances preferiram desgarrar-se das coligações majoritárias, não aceitando o sacrifício da degola para manter viva a esperança de o candidato a prefeito garantir vaga no segundo turno.
Fugindo da infidelidade partidária muitos dos candidatos a vereador fingem que apóiam o candidato a prefeito da coligação, para que não seja mais prejudicado do que já foi, devido aos erros que atraem para o partido ou coligação a qual pertencem.
Esses últimos dias são de muitas contas, mas também de constatação de erros infantis cometidos em uma campanha que parecia fácil, por serem os candidatos todos muito conhecidos, todos experimentados em eleição e com uma divisão clara entre as duas maquias, a da prefeitura municipal e a do governo do Estado, que tiveram dificuldades para explicar porque caminham, desde o começo de 2011 em sentidos diametralmente opostos.

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