quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Porque o PSB perdeu a eleição para prefeito de Macapá

Rodolfo Juarez
A eleição para escolha do prefeito do Município de Macapá, em 2012, deve entrar para a história como aquela em que o partido que está no Governo do Estado sofreu uma grande derrota.
Provavelmente se equivalha, guardadas as proporções, àquela eleição onde um professor muito jovem, apenas idealista, Antônio Pontes, derrotou com seus argumentos, o grande “cacique” da política amapaense, Janary Nunes.
Assim como foram listados muitos motivos para que a eleição culminasse com à derrota de Janary Nunes, também há uma lista de motivos que levaram à derrota do PSB nas eleições para a escolha do prefeito de Macapá.
Os erros cometidos pelos dirigentes do PSB, que levaram à candidata do Partido e do Governo a alcançar apenas 16% dos votos e ficar em terceiro lugar, longe demais do potencial que, teoricamente tem o partido, foi considerado por muitos militantes como um desastre e acendeu uma luz no fundo do túnel com relação às eleições de 2014.
E o partido foi bem no interior, elegendo 3 prefeitos (Itaubal, Oiapoque e Serra do Navio) e 27 vereadores em todo o Estado, dos quais três em Macapá, acentuando que, em Macapá o partido padeceu mesmo de um erro de avaliação e de ação.
Dentre os erros, alguns foram considerados elementares para o resultado e que são muito mais fruto da avaliação errada feita com relação ao eleitor, do que a disposição que esse eleitor tivesse para com o partido.
Mas tudo indica que o erro começou lá em 2010, quando foi firmado um acordo para que o PSB saísse junto com o PT para disputar o Governo o Estado, com o PT na “garupa”. No começo o acordo estava difícil, mas o Partido dos Trabalhadores foi convencido a aceitar com o argumento de que, quando da eleição para prefeito de Macapá, dali a dois anos, o PSB viria na “garupa” do PT, isto é, o PT indicaria o candidato a prefeito e o PSB o candidato a vice.
Quando chegou o ano 2012, também chegaram os problemas com relação ao “contrato” firmado em 2010. Os dirigentes do PSB já tinham mudado de idéia e avisou que queria indicar a “cabeça” e o PT, ficaria com o “rabo”, na alusão aos candidatos a prefeito e vice-prefeito.
A medida que se aproximava a data da convenção do PSB em junho, se acirravam os ânimos entre o PSB e o PT por causa do acertado em 2010 e o que pretendia o PSB em 2012.
A incerteza desanimava os candidatos a candidato do próprio PSB que, cada vez mais focava na deputada estadual, de primeiro mandato, Cristina Almeida, considerada com um histórico político muito curto para assumir tamanha responsabilidade.
A convenção, entretanto confirmou Cristina Almeida como candidata do PSB ao cargo de prefeito de Macapá, tendo na vice, um pouco influente filiado do PT.
Daí para frente foi uma sucessão de erros que culminou com o convencimento de uma pequena parcela de eleitores para o projeto Cristina. Senão vejamos:
- Descaracterização da candidata, retirando dela o turbante, sua marca registrada e que lhe dava autoridade social na defesa das suas linhas programáticas;
- A campanha no rádio e na televisão, durante o programa eleitoral gratuito, foi muito mal conduzida, deixando a candidata órfã de seus princípios e de suas motivações;
- A escolha da estratégia de ataques aos adversários, principalmente ao atual prefeito, puxou a campanha e a aceitação da candidata para baixo;
- O adorno, proposto pelos apoiadores, através de programas de rádio e de televisão, fora do horário eleitoral gratuito, alguns deles apresentados por desconhecidos do grande público e com linguagem diferente, fulminaram a candidata que, mesmo sem saber ou querer, recebia, todos os dias, um saco de rejeição para carregar.
- O programa das 10 creches foi um fechamento muito pobre para uma campanha que se arrastava, levando como carga todas as espécies de rejeição.
Uma derrota histórica, para o PSB, para os seus dirigentes e, principalmente, para a deputada Cristina Almeida, que precisa estudar uma forma para recuperar o prestígio que já havia conquistado.

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