A eleição para
escolha do prefeito do Município de Macapá, em 2012, deve entrar para a
história como aquela em que o partido que está no Governo do Estado sofreu uma
grande derrota.
Provavelmente se
equivalha, guardadas as proporções, àquela eleição onde um professor muito
jovem, apenas idealista, Antônio Pontes, derrotou com seus argumentos, o grande
“cacique” da política amapaense, Janary Nunes.
Assim como foram
listados muitos motivos para que a eleição culminasse com à derrota de Janary
Nunes, também há uma lista de motivos que levaram à derrota do PSB nas eleições
para a escolha do prefeito de Macapá.
Os erros
cometidos pelos dirigentes do PSB, que levaram à candidata do Partido e do
Governo a alcançar apenas 16% dos votos e ficar em terceiro lugar, longe demais
do potencial que, teoricamente tem o partido, foi considerado por muitos
militantes como um desastre e acendeu uma luz no fundo do túnel com relação às
eleições de 2014.
E o partido foi
bem no interior, elegendo 3 prefeitos (Itaubal, Oiapoque e Serra do Navio) e 27
vereadores em todo o Estado, dos quais três em Macapá, acentuando que, em
Macapá o partido padeceu mesmo de um erro de avaliação e de ação.
Dentre os erros,
alguns foram considerados elementares para o resultado e que são muito mais
fruto da avaliação errada feita com relação ao eleitor, do que a disposição que
esse eleitor tivesse para com o partido.
Mas tudo indica
que o erro começou lá em 2010, quando foi firmado um acordo para que o PSB
saísse junto com o PT para disputar o Governo o Estado, com o PT na “garupa”.
No começo o acordo estava difícil, mas o Partido dos Trabalhadores foi
convencido a aceitar com o argumento de que, quando da eleição para prefeito de
Macapá, dali a dois anos, o PSB viria na “garupa” do PT, isto é, o PT indicaria
o candidato a prefeito e o PSB o candidato a vice.
Quando chegou o
ano 2012, também chegaram os problemas com relação ao “contrato” firmado em
2010. Os dirigentes do PSB já tinham mudado de idéia e avisou que queria
indicar a “cabeça” e o PT, ficaria com o “rabo”, na alusão aos candidatos a
prefeito e vice-prefeito.
A medida que se
aproximava a data da convenção do PSB em junho, se acirravam os ânimos entre o
PSB e o PT por causa do acertado em 2010 e o que pretendia o PSB em 2012.
A incerteza
desanimava os candidatos a candidato do próprio PSB que, cada vez mais focava
na deputada estadual, de primeiro mandato, Cristina Almeida, considerada com um
histórico político muito curto para assumir tamanha responsabilidade.
A convenção,
entretanto confirmou Cristina Almeida como candidata do PSB ao cargo de
prefeito de Macapá, tendo na vice, um pouco influente filiado do PT.
Daí para frente
foi uma sucessão de erros que culminou com o convencimento de uma pequena
parcela de eleitores para o projeto Cristina. Senão vejamos:
-
Descaracterização da candidata, retirando dela o turbante, sua marca registrada
e que lhe dava autoridade social na defesa das suas linhas programáticas;
- A campanha no
rádio e na televisão, durante o programa eleitoral gratuito, foi muito mal
conduzida, deixando a candidata órfã de seus princípios e de suas motivações;
- A escolha da
estratégia de ataques aos adversários, principalmente ao atual prefeito, puxou
a campanha e a aceitação da candidata para baixo;
- O adorno,
proposto pelos apoiadores, através de programas de rádio e de televisão, fora
do horário eleitoral gratuito, alguns deles apresentados por desconhecidos do
grande público e com linguagem diferente, fulminaram a candidata que, mesmo sem
saber ou querer, recebia, todos os dias, um saco de rejeição para carregar.
- O programa das
10 creches foi um fechamento muito pobre para uma campanha que se arrastava,
levando como carga todas as espécies de rejeição.
Uma derrota
histórica, para o PSB, para os seus dirigentes e, principalmente, para a
deputada Cristina Almeida, que precisa estudar uma forma para recuperar o
prestígio que já havia conquistado.
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