sábado, 13 de outubro de 2012

O Círio de Nazaré e a Paz

Rodolfo Juarez
Hoje é o domingo que a igreja católica reserva, no ano, para que os seus seguidores, devotos de Nossa Senhora de Nazaré, realizem a Procissão do Círio.
Um momento de fé e de esperança, quando muitos do povo, agradecidos e com sinceridade, acompanham o andor com a imagem da Santa, contrito o mais possível, para fazer naquele momento os seus agradecimentos e, também os seus pedidos, pois são tantos e diversos os problemas que o povo brasileiro tem nesses tempos que precisa confiar que alguém ainda está pronto para lhe auxiliar, lhe dando a mão que é sentida pela força da fé.
Um momento especial para a família e para aqueles que precisam prestar contas e não sabem a quem se dirigir, apelam para que Nossa Senhora indique o caminho e lhes tire o fardo que, pesado demais, já o cansa o dia todo.
Mas o Círio de Nazaré é também uma festa onde o povo saúda a sua protetora Nossa Senhora e Nazaré, considerada a padroeira da Amazônia e a principal responsável pela procissão religiosa que reúne o maior número de seguidores em procissão.
Há, na prática, uma imposição das comunidades amazônidas para que as paróquias façam referência ao Círio de Nazaré e, se tiver condições, que seja realizada a procissão. Afinal de contas, nem todos podem vir a Macapá ou ir a Belém do Pará para participar da procissão, então querem que a procissão seja realiza na sua comunidade, a partir de sua igreja.
Os poetas quando se referem à essa manifestação popular encontra os mais diversos motivos e adjetivos para mostrar o quanto é difícil definir o que é a Procissão do Círio. São tantas e diversas as demonstrações de fé que nem mesmo a treinada mente dos poetas encontra os motivos que os convença, a si próprios, e aos que seguem o atrás do andor.
A sensação daqueles que estão apenas para interpretar, ao seu sentimento, como as pessoas justificam a sua necessidade de estar presente na procissão, é confusa, entretanto, dá a impressão que se trata de uma conversa que não tem sentido no nosso plano e que deve ter outras razões, além daquelas conhecidas, para um comportamento tão definido e tão incomum.
Mas lá vão as pessoas com as suas necessidades e seus agradecimentos, fazendo a procissão andar pelos caminhos dos sonhos e das suas confianças na Santa Milagrosa que devolve a paz, depois de tudo, àqueles que ali estiveram para mostrar, publicamente, o seu respeito e a sua fé.
 A internet e a sua utilização pelas redes sociais, com a aproximação virtual das pessoas, podem constituir a materialização desse sentimento, que se não fosse religioso na sua principal face, seria virtual como esse meio que o homem descobriu, não faz tempo.
Acontece que o meio pelo qual são transmitidas as mensagens das pessoas é o da fé, esse incrível sentimento que traz para cada um as respostas conforme o tamanho da sua confiança, mas sempre o suficiente para garantir a paz.
Ai está a grande diferença entre o meio que chamamos de internet e o meio que chamamos de fé. Neste o resultado é a paz das pessoas; naquele, nem tanto.
O Dia do Círio é tudo isso e mais tudo aquilo que você queira imaginar. Nessa manifestação popular, nenhum dos manifestantes convence quando se dispõe a explicar o seu próprio sentimento e não é um convencimento para os outros é um convencimento para si mesmo que sempre está sentindo que precisa fazer mais, crer mais, aproximar mais, para então chegar ao que busca sempre – a paz.

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