Hoje é o domingo
que a igreja católica reserva, no ano, para que os seus seguidores, devotos de
Nossa Senhora de Nazaré, realizem a Procissão do Círio.
Um momento de fé
e de esperança, quando muitos do povo, agradecidos e com sinceridade,
acompanham o andor com a imagem da Santa, contrito o mais possível, para fazer
naquele momento os seus agradecimentos e, também os seus pedidos, pois são
tantos e diversos os problemas que o povo brasileiro tem nesses tempos que
precisa confiar que alguém ainda está pronto para lhe auxiliar, lhe dando a mão
que é sentida pela força da fé.
Um momento
especial para a família e para aqueles que precisam prestar contas e não sabem
a quem se dirigir, apelam para que Nossa Senhora indique o caminho e lhes tire
o fardo que, pesado demais, já o cansa o dia todo.
Mas o Círio de
Nazaré é também uma festa onde o povo saúda a sua protetora Nossa Senhora e
Nazaré, considerada a padroeira da Amazônia e a principal responsável pela
procissão religiosa que reúne o maior número de seguidores em procissão.
Há, na prática,
uma imposição das comunidades amazônidas para que as paróquias façam referência
ao Círio de Nazaré e, se tiver condições, que seja realizada a procissão. Afinal
de contas, nem todos podem vir a Macapá ou ir a Belém do Pará para participar
da procissão, então querem que a procissão seja realiza na sua comunidade, a
partir de sua igreja.
Os poetas quando
se referem à essa manifestação popular encontra os mais diversos motivos e
adjetivos para mostrar o quanto é difícil definir o que é a Procissão do Círio.
São tantas e diversas as demonstrações de fé que nem mesmo a treinada mente dos
poetas encontra os motivos que os convença, a si próprios, e aos que seguem o
atrás do andor.
A sensação
daqueles que estão apenas para interpretar, ao seu sentimento, como as pessoas
justificam a sua necessidade de estar presente na procissão, é confusa,
entretanto, dá a impressão que se trata de uma conversa que não tem sentido no
nosso plano e que deve ter outras razões, além daquelas conhecidas, para um
comportamento tão definido e tão incomum.
Mas lá vão as
pessoas com as suas necessidades e seus agradecimentos, fazendo a procissão
andar pelos caminhos dos sonhos e das suas confianças na Santa Milagrosa que
devolve a paz, depois de tudo, àqueles que ali estiveram para mostrar,
publicamente, o seu respeito e a sua fé.
A internet e a sua utilização pelas redes
sociais, com a aproximação virtual das pessoas, podem constituir a materialização
desse sentimento, que se não fosse religioso na sua principal face, seria
virtual como esse meio que o homem descobriu, não faz tempo.
Acontece que o
meio pelo qual são transmitidas as mensagens das pessoas é o da fé, esse
incrível sentimento que traz para cada um as respostas conforme o tamanho da
sua confiança, mas sempre o suficiente para garantir a paz.
Ai está a grande
diferença entre o meio que chamamos de internet e o meio que chamamos de fé.
Neste o resultado é a paz das pessoas; naquele, nem tanto.
O Dia do Círio é
tudo isso e mais tudo aquilo que você queira imaginar. Nessa manifestação
popular, nenhum dos manifestantes convence quando se dispõe a explicar o seu
próprio sentimento e não é um convencimento para os outros é um convencimento
para si mesmo que sempre está sentindo que precisa fazer mais, crer mais,
aproximar mais, para então chegar ao que busca sempre – a paz.
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