domingo, 21 de outubro de 2012

Eleições municipais: o candidato arriscou demais

Rodolfo Juarez
A uma semana do segundo turno de votação das eleições municipais de 2012 a decisão do candidato Roberto Góes de não comparecer ao debate organizado pela Band Macapá, pode lhe sair caro.
Nem a coordenação de campanha do candidato do PDT e o próprio candidato desconhecem o tamanho da rejeição que o candidato enfrenta devido, principalmente, ser uma tentativa de reeleição e, por isso, arrasta todas as responsabilidades pelo que não foi feito e o que foi mal feito durante o mandato que acaba no dia 31 de dezembro deste ano.
Por isso, pode-se considerar que foi uma decisão muito arriscada e que pode custar o mandato.
Como está programado mais um debate pela televisão antes do dia da votação – 28 de outubro -, o candidato Roberto Góes tem a necessidade de sair-se muito bem naquele programa, fazendo lá, de forma concentrada, o que os eleitores esperavam que ele fizesse de duas vezes.
Se não sair-se bem no debate que promete ir, vão resultar muitas dúvidas, pois o eleitor não perdoa e não gosta de dar oportunidade para quem não os convence.
A despeito de todas as alegações feitas antes, certamente houve muito tempo gasto para decidir se ia ou não ao debate da Band.
Não foi e, com isso, assumiu os riscos de ver aumentado o índice de rejeição, que já é alto e que pode ser decisivo no processo de aceitação de sua candidatura pelo eleitor.
O candidato Clécio Luiz (PSOL), segundo as opiniões dos eleitores, não soube tirar o máximo proveito da ausência do seu adversário. Apenas abriu-se à aceitar aqueles que estavam indecisos, ficaram insatisfeitos com o comportamento do candidato do PDT e decidiram-se pelo candidato do PSOL.
Por si só, a falta a um debate público, seja ou não em época de eleição, seja ou não entre candidatos a cargo público, é um comportamento antipático, pois, mexe com a sensibilidade do telespectador (no caso da televisão), do ouvinte (no caso do rádio) e do leitor (no caso do jornal impresso).
A eleição para escolha do dirigente de um município tenha o tamanho que tiver ou a importância que tiver no contexto estadual, regional ou nacional, é o momento máximo do exercício da democracia e, por isso, o confronto de idéias, publicamente, é o melhor momento para que a população avalie não só a preparação, mas a forma como o pretendente se comporta quando é contrariado.
Mas o candidato pode escolher, livremente, se vai ou não vai a um determinado programa, local ou concentração. É claro que deve estar preparado para arcar com as consequências.
Como já disse em mais de uma oportunidade, os dois candidatos têm vantagens e desvantagens para explorar. A sabedoria está em saber o momento adequado e na frente de quem.
Se por um lado o candidato Clécio entrou, para a disputa do segundo turno, com uma rejeição de 9% contra uma rejeição de 34% do candidato Roberto - uma vantagem; sabe que tem a desvantagem de ter obtido 27,89% dos votos no primeiro turno, contra 40,18% do adversário. Isso também pesa.
As composições efetivadas logo depois do primeiro turno deram a impressão que o ponto de equilíbrio movimentou-se e ficou, na prática, eqüidistante entre os dois pretendentes, o suficiente para que não seja dado chance aos erros, o que, aparentemente aconteceu com a ausência no episódio do debate da Band Macapá.

 

 

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