A uma semana do
segundo turno de votação das eleições municipais de 2012 a decisão do candidato
Roberto Góes de não comparecer ao debate organizado pela Band Macapá, pode lhe
sair caro.
Nem a
coordenação de campanha do candidato do PDT e o próprio candidato desconhecem o
tamanho da rejeição que o candidato enfrenta devido, principalmente, ser uma
tentativa de reeleição e, por isso, arrasta todas as responsabilidades pelo que
não foi feito e o que foi mal feito durante o mandato que acaba no dia 31 de
dezembro deste ano.
Por isso,
pode-se considerar que foi uma decisão muito arriscada e que pode custar o
mandato.
Como está
programado mais um debate pela televisão antes do dia da votação – 28 de
outubro -, o candidato Roberto Góes tem a necessidade de sair-se muito bem
naquele programa, fazendo lá, de forma concentrada, o que os eleitores
esperavam que ele fizesse de duas vezes.
Se não sair-se
bem no debate que promete ir, vão resultar muitas dúvidas, pois o eleitor não
perdoa e não gosta de dar oportunidade para quem não os convence.
A despeito de
todas as alegações feitas antes, certamente houve muito tempo gasto para
decidir se ia ou não ao debate da Band.
Não foi e, com
isso, assumiu os riscos de ver aumentado o índice de rejeição, que já é alto e
que pode ser decisivo no processo de aceitação de sua candidatura pelo eleitor.
O candidato
Clécio Luiz (PSOL), segundo as opiniões dos eleitores, não soube tirar o máximo
proveito da ausência do seu adversário. Apenas abriu-se à aceitar aqueles que
estavam indecisos, ficaram insatisfeitos com o comportamento do candidato do
PDT e decidiram-se pelo candidato do PSOL.
Por si só, a
falta a um debate público, seja ou não em época de eleição, seja ou não entre candidatos
a cargo público, é um comportamento antipático, pois, mexe com a sensibilidade
do telespectador (no caso da televisão), do ouvinte (no caso do rádio) e do
leitor (no caso do jornal impresso).
A eleição para
escolha do dirigente de um município tenha o tamanho que tiver ou a importância
que tiver no contexto estadual, regional ou nacional, é o momento máximo do
exercício da democracia e, por isso, o confronto de idéias, publicamente, é o
melhor momento para que a população avalie não só a preparação, mas a forma
como o pretendente se comporta quando é contrariado.
Mas o candidato
pode escolher, livremente, se vai ou não vai a um determinado programa, local
ou concentração. É claro que deve estar preparado para arcar com as
consequências.
Como já disse em
mais de uma oportunidade, os dois candidatos têm vantagens e desvantagens para
explorar. A sabedoria está em saber o momento adequado e na frente de quem.
Se por um lado o
candidato Clécio entrou, para a disputa do segundo turno, com uma rejeição de
9% contra uma rejeição de 34% do candidato Roberto - uma vantagem; sabe que tem
a desvantagem de ter obtido 27,89% dos votos no primeiro turno, contra 40,18%
do adversário. Isso também pesa.
As composições
efetivadas logo depois do primeiro turno deram a impressão que o ponto de
equilíbrio movimentou-se e ficou, na prática, eqüidistante entre os dois
pretendentes, o suficiente para que não seja dado chance aos erros, o que,
aparentemente aconteceu com a ausência no episódio do debate da Band Macapá.
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