sábado, 19 de janeiro de 2013

A corda arrebentou do lado mais fraco

Rodolfo Juarez
O desenvolvimento de qualquer região tem fases bem definidas que precisam ser conhecidas para serem vencidas de forma organizada em sem criar grandes problemas para a sociedade, principalmente para a parcela mais pobre dela.
Evidente fica que para que isso aconteça de forma organizada é preciso que haja uma diretriz, detalhada de forma que permita o acompanhamento e, assim, a antecipação aos problemas que são decorrentes das modificações de cenários que vão sendo encontrados no andar dos projetos, partes de um plano. Ou seja, é condição indispensável que se tenha uma linha de acompanhamento que permita, ao que tem a atribuição de evitar as dificuldades inerentes ao projeto, intervir no processo e redirecioná-lo.
E quem tem a atribuição de evitar essas dificuldades?
É o governo do local, na maioria das vezes, dividido entre a prefeitura do município, o governo do estado e a governo da União, todos eles seguindo um mesmo plano que contém os programas de desenvolvimento e destes são filhados os projetos executivos, alguns desses projetos executados pelo próprio poder público e outros, pela iniciativa privada, não raro, financiado com dinheiro público, retornável ou não.
O Estado do Amapá esgotou uma das fases de seu desenvolvimento. Chegando aos 700 mil habitantes e está inserido em uma região que tem os mesmos problemas, mas que pode não estar usando o mesmo método resolutivo para os problemas.
A nova fase do Estado exige planejamento e é o que não está pronto, apesar de aparentemente ser óbvio. E não está pronto porque muitas falhas foram cometidas ao longo dos 22 anos de emancipação político-administrativa que começou em 1991.
Os governantes erraram nas decisões que tomaram durante os seus governos e isso está repercutindo desde o primeiro mandato do governador Waldez que recebeu como principal aviso o encerramento do contrato da Icomi, empresa que explorava manganês na Serra do Navio.
Ficou claro que ali se esgotava o modelo.
Mesmo assim os dirigentes se ocuparam com questões decorrentes dos erros pretéritos e não elaboraram as defesas para que isso não piorasse a situação. Basta lembrar que quando a empresa que explorava as minas de Serra do Navio anunciou o encerramento do contrato, alguns dos seus funcionários recebiam 17 salários, abona de meio de ano, abono natalino e tinham as suas viagens de férias pagas pela empresa.
O mundo havia mudado e com ele as relações comerciais. E não quer dizer que as mudanças nas relações comerciais decorriam da mudança do mundo. Não, era a nas relações comerciais que estavam acelerando a mudança no mundo.
O que está acontecendo na região do Jari, com a principal empregadora do lugar fechando as portas, não era para ser um fenômeno, mas é. Afinal de contas são mais de 6 mil funcionários que estão sendo dispensados da empresa. E de pouco vai adiantar os discursos que estão sendo feitos agora, por alguns políticos, gestores e até membros da imprensa, que certamente não queriam que isso acontecesse. Ora, também assim pensaval os donos da empresa e os funcionários da empresa.
Acontece que é o modelo que está esgotado. Esse que está instalado ali não é competitivo e basta esse argumento para que a empresa deixe a competição e saia do mercado e faleça completamente.
O discurso precisa mudar. A face do desenvolvimento é outra e ele precisa acontecer, para que o local, o município, o estado e o país continuem no mercado.
Quem quiser compreender esse fenômeno assista o filme “Com o dinheiro dos outros”. Ajuda bastante. 

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