Mais uma vez uma
equipe de transição trabalhou e não pode avaliar os resultados. São tão
precárias as informações e tão inexatos os dados que a equipe fica como se
tivesse nas mãos um verdadeiro quebra cabeça.
E estamos no
tempo em que o acesso a informação deveria ser para todos e não uma equipe de
transição.
Por isso as
informações são buscadas nos empoeirados escaninhos da administração,
alcançados apenas por mecanismos comparados a GPS, comandados sabe lá por quem.
Tomara que os
vereadores que tomaram posse este ano tenham aprendido a lição e discutam o
projeto de lei que vá determinar, não só a forma de se fazer a transição na
Prefeitura, mas também a obrigatoriedade de ser feita esta transição com o conhecimento
da população.
No próximo ano,
em outubro, tem eleição para o cargo de Governador do Estado e, até agora os
legisladores estaduais ainda não iniciaram a discussão para definir a forma de
fazer a transição de governo.
Como não há
dificuldade para se elaborar uma lei dessa espécie, não se deve esperar que
haja interesse, seja lá de quem for, em manter a troca de governo sem regra,
por mais evidente que se entenda que essa não é a melhor estratégia.
E porque os
legisladores estaduais e municipais não cuidam disso logo se a União já tem a
Lei da Transição?
Os governos têm
que aproveitar todo o tempo disponível e caminha para se comportar como se
estivessem em uma corrida de revezamento, onde as transições do bastão são
feitas aproveitando a velocidade de quem entrega o bastão e a capacidade de
reação daquele que segue na corrida com o mesmo bastão.
A eficiência
dessa entrega, na maioria das vezes é mais importante do que a velocidade ou a
capacidade técnica individual de cada um dos corredores. E essa é a tendência
administrativa.
As soluções dos
problemas de uma gestão, comprovadamente, deixaram de estar diretamente
relacionada com as propostas individuais ou de grupos partidários. Primeiro
porque o gestor, quando chega para participar de um processo, todas as regras
estão postas e é ele que precisa entender o cenário e não o conjunto entendê-lo
e seguir os as suas propostas, apesar de algumas delas serem ‘milagrosas’.
O faz tudo, o
sabe tudo, está mais para aquele que não faz nada e que não sabe nada, a não
ser favorecer as minorias e dificultar a vida para todos.
É preciso
entender que a Administração Pública se renova a cada dia, se modifica a cada
ano e exige muito mais profissionalismo do que particularidades. É por isso que
as ideologias com pretensão global, não conseguiram avançar e aquelas com
propostas ortodoxas estão perdendo o espaço que imaginaram ter para todo o
sempre.
A transição, que
no momento mais parece uma incógnita, pode ser um elemento importante para a
transparência, e fundamental para que os gestores que entram se alinhem aos
interesses da população e deixem de fazer testes com a paciência e o dinheiro
de todos.
É preciso,
entretanto, que haja respeito às regras, todas elas, inclusive da transparência
que pode, a curto tempo, deixar a transição um instrumento obsoleto, tão geral
seja o conhecimento de todos.
Por enquanto a
vontade e esconder tudo durante todo o tempo que puder.
Parece que o
gestor tem receio informar o que está fazendo, mesmo que seja para aquele ou
aqueles que serão os objetos diretos do que esteja fazendo.
E não se trata
de costume ou mania. O sentimento mais parece de medo. E um medo que assusta,
inibe e deixa os gestores inseguros.
Por isso e nesse
sentido, não seria inoportuno considerar que os governantes passam, também, por
um momento de transição.
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