sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Porque a transição de governo não dá certo.

Rodolfo Juarez
Mais uma vez uma equipe de transição trabalhou e não pode avaliar os resultados. São tão precárias as informações e tão inexatos os dados que a equipe fica como se tivesse nas mãos um verdadeiro quebra cabeça.
E estamos no tempo em que o acesso a informação deveria ser para todos e não uma equipe de transição.
Por isso as informações são buscadas nos empoeirados escaninhos da administração, alcançados apenas por mecanismos comparados a GPS, comandados sabe lá por quem.
Tomara que os vereadores que tomaram posse este ano tenham aprendido a lição e discutam o projeto de lei que vá determinar, não só a forma de se fazer a transição na Prefeitura, mas também a obrigatoriedade de ser feita esta transição com o conhecimento da população.
No próximo ano, em outubro, tem eleição para o cargo de Governador do Estado e, até agora os legisladores estaduais ainda não iniciaram a discussão para definir a forma de fazer a transição de governo.
Como não há dificuldade para se elaborar uma lei dessa espécie, não se deve esperar que haja interesse, seja lá de quem for, em manter a troca de governo sem regra, por mais evidente que se entenda que essa não é a melhor estratégia.
E porque os legisladores estaduais e municipais não cuidam disso logo se a União já tem a Lei da Transição?
Os governos têm que aproveitar todo o tempo disponível e caminha para se comportar como se estivessem em uma corrida de revezamento, onde as transições do bastão são feitas aproveitando a velocidade de quem entrega o bastão e a capacidade de reação daquele que segue na corrida com o mesmo bastão.
A eficiência dessa entrega, na maioria das vezes é mais importante do que a velocidade ou a capacidade técnica individual de cada um dos corredores. E essa é a tendência administrativa.
As soluções dos problemas de uma gestão, comprovadamente, deixaram de estar diretamente relacionada com as propostas individuais ou de grupos partidários. Primeiro porque o gestor, quando chega para participar de um processo, todas as regras estão postas e é ele que precisa entender o cenário e não o conjunto entendê-lo e seguir os as suas propostas, apesar de algumas delas serem ‘milagrosas’.
O faz tudo, o sabe tudo, está mais para aquele que não faz nada e que não sabe nada, a não ser favorecer as minorias e dificultar a vida para todos.
É preciso entender que a Administração Pública se renova a cada dia, se modifica a cada ano e exige muito mais profissionalismo do que particularidades. É por isso que as ideologias com pretensão global, não conseguiram avançar e aquelas com propostas ortodoxas estão perdendo o espaço que imaginaram ter para todo o sempre.
A transição, que no momento mais parece uma incógnita, pode ser um elemento importante para a transparência, e fundamental para que os gestores que entram se alinhem aos interesses da população e deixem de fazer testes com a paciência e o dinheiro de todos.
É preciso, entretanto, que haja respeito às regras, todas elas, inclusive da transparência que pode, a curto tempo, deixar a transição um instrumento obsoleto, tão geral seja o conhecimento de todos.
Por enquanto a vontade e esconder tudo durante todo o tempo que puder.
Parece que o gestor tem receio informar o que está fazendo, mesmo que seja para aquele ou aqueles que serão os objetos diretos do que esteja fazendo.
E não se trata de costume ou mania. O sentimento mais parece de medo. E um medo que assusta, inibe e deixa os gestores inseguros.
Por isso e nesse sentido, não seria inoportuno considerar que os governantes passam, também, por um momento de transição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário