sábado, 5 de janeiro de 2013

A dupla jornada dos prefeitos

Rodolfo Juarez
A situação em que se encontra a Prefeitura Municipal de Macapá, de acordo com a avaliação dos novos administradores, não permite que sobre tempo para reclamações. Todo o tempo que tiverem os novos dirigentes municipais deve ser aproveitado para a chamada jornada dupla de produção e gerência.
Isso quer dizer que, enquanto uma equipe cuida do cotidiano administrativo, outra precisa cuidar do planejamento para o próximo mês, para o ano que vem e para mais nove próximos anos.
A administração do Município de Macapá vem se arrastando por falta de planejamento.
Já faz algum tempo que os planos são feitos para setores da administração e não para toda a administração e, por isso, não se encaixam para produzir resultados complementares e sempre os resultados alcançados são apresentados desconectados do resultado geral o que, certamente, não interessa para a população nem para a administração.
Há mais de dez anos que os administradores do Município de Macapá sentam a falta de uma diretriz geral, cenário propício para a oferta de planos parciais, alguns mal concebidos e mal feitos, que são abandonados pelos próprios gerentes.
Por exemplo, não existe uma correlação administrativa entre a Sede do Município e o Interior do Município. Basta observar que a administração municipal não cuida das estradas municipais já faz mais de dez anos. A situação fez com que as gestões abdicassem das estradas e com isso, abdicassem também, das comunidades do interior.
As máquinas foram sucateadas, os funcionários deslocados e os setores desativados, deixando os habitantes do interior entregues à própria sorte, com o sistema do pão e circo, apoiando as festas religiosas, os raros festivais ligados à produção do campo e torneios esportivos.
O perímetro urbano, uma delimitação física que define a área de gestão urbana e a área de administração suburbana, foi descontroladamente rompido, tanto que agora não está servindo nem para discurso dos gestores.
Macapá - faz tempo -, não cuida da sua área de expansão. Nem justificativas são dadas para que esse importante setor da cidade fosse identificado, principalmente para os que precisam de moradia, as quais devem ser localizadas com os atendimentos próprios de uma cidade, onde não faltem escola, posto médico, transporte, água tratada, energia, praças, segurança e os serviços que são próprios de qualquer zona da cidade.
A definição dessas áreas de forma planejada poderia aproximar os trabalhadores dos locais de trabalho, diminuindo o tempo de deslocamento casa-trabalho-casa e melhorando a qualidade de vida de todos. Mas nem os espaços reservados para negócios são garantidos e os moradores precisam se deslocar até para comprar os artigos de primeira necessidade.
Essa situação, que se refere à ocupação do solo urbano, para ser modificada precisaria de tanto tempo e tanto dinheiro que, certamente, não será cuidada mais pelas próximas gestões. Mas a atual gestão pode fazer um plano e aprová-lo para que, daqui a 10 anos comece a ser cumprido e nas condições próprias que deve ter uma cidade que é capital de um estado.
Não dá para esperar o favelização das ressacas e deixar que ali prolifere ou se consolide os bolsões de pobreza, campo fértil para as consequências da miséria, principalmente o crime.
O plano é a parte que consome menos recurso do erário e aquela que dá mais resultado para a administração e para a população. Seja para organizar um simples fluxo documental ou o desenvolvimento global do município.
As novas administrações têm mais essa chance. Perdê-la seria arriscar repetir os insucessos daqueles que começaram com boa vontade, não apresentaram os resultados e abandonaram a administração à própria sorte, no final do mandato.

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