A situação em
que se encontra a Prefeitura Municipal de Macapá, de acordo com a avaliação dos
novos administradores, não permite que sobre tempo para reclamações. Todo o
tempo que tiverem os novos dirigentes municipais deve ser aproveitado para a
chamada jornada dupla de produção e gerência.
Isso quer dizer
que, enquanto uma equipe cuida do cotidiano administrativo, outra precisa
cuidar do planejamento para o próximo mês, para o ano que vem e para mais nove
próximos anos.
A administração
do Município de Macapá vem se arrastando por falta de planejamento.
Já faz algum
tempo que os planos são feitos para setores da administração e não para toda a
administração e, por isso, não se encaixam para produzir resultados
complementares e sempre os resultados alcançados são apresentados desconectados
do resultado geral o que, certamente, não interessa para a população nem para a
administração.
Há mais de dez
anos que os administradores do Município de Macapá sentam a falta de uma
diretriz geral, cenário propício para a oferta de planos parciais, alguns mal
concebidos e mal feitos, que são abandonados pelos próprios gerentes.
Por exemplo, não
existe uma correlação administrativa entre a Sede do Município e o Interior do
Município. Basta observar que a administração municipal não cuida das estradas
municipais já faz mais de dez anos. A situação fez com que as gestões
abdicassem das estradas e com isso, abdicassem também, das comunidades do
interior.
As máquinas
foram sucateadas, os funcionários deslocados e os setores desativados, deixando
os habitantes do interior entregues à própria sorte, com o sistema do pão e
circo, apoiando as festas religiosas, os raros festivais ligados à produção do
campo e torneios esportivos.
O perímetro
urbano, uma delimitação física que define a área de gestão urbana e a área de
administração suburbana, foi descontroladamente rompido, tanto que agora não
está servindo nem para discurso dos gestores.
Macapá - faz
tempo -, não cuida da sua área de expansão. Nem justificativas são dadas para
que esse importante setor da cidade fosse identificado, principalmente para os
que precisam de moradia, as quais devem ser localizadas com os atendimentos
próprios de uma cidade, onde não faltem escola, posto médico, transporte, água
tratada, energia, praças, segurança e os serviços que são próprios de qualquer
zona da cidade.
A definição
dessas áreas de forma planejada poderia aproximar os trabalhadores dos locais
de trabalho, diminuindo o tempo de deslocamento casa-trabalho-casa e melhorando
a qualidade de vida de todos. Mas nem os espaços reservados para negócios são
garantidos e os moradores precisam se deslocar até para comprar os artigos de
primeira necessidade.
Essa situação,
que se refere à ocupação do solo urbano, para ser modificada precisaria de
tanto tempo e tanto dinheiro que, certamente, não será cuidada mais pelas
próximas gestões. Mas a atual gestão pode fazer um plano e aprová-lo para que,
daqui a 10 anos comece a ser cumprido e nas condições próprias que deve ter uma
cidade que é capital de um estado.
Não dá para
esperar o favelização das ressacas e deixar que ali prolifere ou se consolide
os bolsões de pobreza, campo fértil para as consequências da miséria,
principalmente o crime.
O plano é a
parte que consome menos recurso do erário e aquela que dá mais resultado para a
administração e para a população. Seja para organizar um simples fluxo
documental ou o desenvolvimento global do município.
As novas
administrações têm mais essa chance. Perdê-la seria arriscar repetir os
insucessos daqueles que começaram com boa vontade, não apresentaram os
resultados e abandonaram a administração à própria sorte, no final do mandato.
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