Os dirigentes
das escolas de samba já estão com a sensação de que os dias estão mais curtos e
de que as semanas não têm mais sete dias. A reta final de preparação começou na
reta inicial, ou seja, pouquíssimo tempo para preparar tudo para o desfile dos
dias oito e nove de fevereiro.
Quando o
carnaval acontece no começo do mês de fevereiro é claro que os cronogramas da
preparação do carnaval de cada escola ficam muito mais apertados e, este ano,
ainda apareceram problemas adicionais para a definição daqueles que estariam
dirigindo o desfile oficial.
Executar o
desfile oficial das escolas de samba é uma carga de trabalho organizacional
muito forte e conta com planos parciais que devem ser muito bem executados para
ganhar a confiança dos dirigentes das escolas de samba e transmitir essa
confiança para a população que, através do Governo, investe milhões para a
realização do evento.
Os que fazem o
carnaval no Amapá já perceberam que, a cada ano, as cobranças da população são
mais objetivas e muito mais coerentes com o entendimento do que é a aplicação
do dinheiro público.
Vai chegar a um
ponto em que as justificativas ficarão escassas e os argumentos não serão
suficientes para que permaneça o financiamento do carnaval exclusivamente
através do patrocínio das entidades públicas.
Não que esses
entes públicos não tenham a obrigação de “investir” no Carnaval, como em outras
manifestações populares. Isso não, mas deve ser um investimento complementar à outros
recursos claramente aplicados no desenvolvimento da manifestação popular como o
carnaval.
O cardápio de
justificativas do Governo e da Prefeitura, mesmo variado, não tem mais evitado
que, muitas vozes se levantem, em número maior a cada ano, pedindo explicação
e, na falta dessas explicações, pedindo a cessação do patrocínio público à
festividade, analisando que os recursos teriam formas mais eficazes de
aplicação, com resultados mais interessantes para a população.
Este ano não
podem as escolas e a entidade que congrega as escolas, deixar de prestar contas
dos recursos que recebem diretamente dos entes públicos e daqueles outros
recursos que arrecadam através da venda de ingressos, patrocínio e serviço.
A inquietação da
população, com relação ao financiamento de boa parte do carnaval com dinheiro
público, cresce a cada ano e caminha para um momento crítico com sérios riscos
de serem feitas exigências que podem prejudicar as condições que hoje as
escolas e os organizadores têm para realizar o desfile oficial.
Aparentemente
não são notadas razões que dificultem a prestação de contas do carnaval, mesmo
assim são repetidas as situações que culminam com dificuldades para que essas
prestações de contas sejam realizadas.
Desconfiança e
descrédito são os resultados que precisam ser combatidos nas ações
pós-carnaval, para que a confiança da população seja readquirida naqueles que
se esforçam para executar o melhor que podem fazer e para aqueles que precisam
permanecer motivados para não criar dificuldades para financiar o evento com
dinheiro público.
Já são claros os
sinais de que os limites da população, com relação ao financiamento do desfile
das escolas com dinheiro público, estão sendo atingidos e isso pode se não for
bem cuidado, criara grandes dificuldades, maiores que as atuais, àqueles que
sempre acreditaram que podem fazer, em Macapá, um carnaval de boa qualidade.
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