quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Financiamento do Carnaval no Amapá

Rodolfo Juarez
Os dirigentes das escolas de samba já estão com a sensação de que os dias estão mais curtos e de que as semanas não têm mais sete dias. A reta final de preparação começou na reta inicial, ou seja, pouquíssimo tempo para preparar tudo para o desfile dos dias oito e nove de fevereiro.
Quando o carnaval acontece no começo do mês de fevereiro é claro que os cronogramas da preparação do carnaval de cada escola ficam muito mais apertados e, este ano, ainda apareceram problemas adicionais para a definição daqueles que estariam dirigindo o desfile oficial.
Executar o desfile oficial das escolas de samba é uma carga de trabalho organizacional muito forte e conta com planos parciais que devem ser muito bem executados para ganhar a confiança dos dirigentes das escolas de samba e transmitir essa confiança para a população que, através do Governo, investe milhões para a realização do evento.
Os que fazem o carnaval no Amapá já perceberam que, a cada ano, as cobranças da população são mais objetivas e muito mais coerentes com o entendimento do que é a aplicação do dinheiro público.
Vai chegar a um ponto em que as justificativas ficarão escassas e os argumentos não serão suficientes para que permaneça o financiamento do carnaval exclusivamente através do patrocínio das entidades públicas.
Não que esses entes públicos não tenham a obrigação de “investir” no Carnaval, como em outras manifestações populares. Isso não, mas deve ser um investimento complementar à outros recursos claramente aplicados no desenvolvimento da manifestação popular como o carnaval.
O cardápio de justificativas do Governo e da Prefeitura, mesmo variado, não tem mais evitado que, muitas vozes se levantem, em número maior a cada ano, pedindo explicação e, na falta dessas explicações, pedindo a cessação do patrocínio público à festividade, analisando que os recursos teriam formas mais eficazes de aplicação, com resultados mais interessantes para a população.
Este ano não podem as escolas e a entidade que congrega as escolas, deixar de prestar contas dos recursos que recebem diretamente dos entes públicos e daqueles outros recursos que arrecadam através da venda de ingressos, patrocínio e serviço.
A inquietação da população, com relação ao financiamento de boa parte do carnaval com dinheiro público, cresce a cada ano e caminha para um momento crítico com sérios riscos de serem feitas exigências que podem prejudicar as condições que hoje as escolas e os organizadores têm para realizar o desfile oficial.
Aparentemente não são notadas razões que dificultem a prestação de contas do carnaval, mesmo assim são repetidas as situações que culminam com dificuldades para que essas prestações de contas sejam realizadas.
Desconfiança e descrédito são os resultados que precisam ser combatidos nas ações pós-carnaval, para que a confiança da população seja readquirida naqueles que se esforçam para executar o melhor que podem fazer e para aqueles que precisam permanecer motivados para não criar dificuldades para financiar o evento com dinheiro público.
Já são claros os sinais de que os limites da população, com relação ao financiamento do desfile das escolas com dinheiro público, estão sendo atingidos e isso pode se não for bem cuidado, criara grandes dificuldades, maiores que as atuais, àqueles que sempre acreditaram que podem fazer, em Macapá, um carnaval de boa qualidade.

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