Estamos
começando mais um ano e continuando, da forma mais difícil, as arengas entre as
autoridades do Estado.
Pelo fato de
ainda sermos uma comunidade relativamente pequena, quando comparada às demais
comunidades nacionais que vivem em cidades que têm a mesma proposta da nossa –
ser a capital de um Estado - as brigas acabam sendo do conhecimento de todos e
a população se lhe atribui o direito de dar o seu “pitaco”, comentando e avaliando
o comportamento de um e de outro contendor.
Os resultados
sempre são desastrosos.
Agora mesmo as
interpretações diversas que foram dadas às declarações públicas de agentes do
Ministério Público, colocando-se contrários às decisões de agentes do Tribunal
de Justiça, quando da discussão de uma questão que está sendo debatida em
segundo grau de jurisdição, serviram para mostrar que está chegando a hora de
modificar a estratégia, de recuar nos avanços, para prosseguir a construção de
um Estado que depende agora e sempre dependerá, de todos os órgãos que o
formam.
Ilegalidade não
pode ser tolerada, isso em qualquer tempo e em qualquer lugar, mas também não
pode a intolerância ser ponto de partida para os argumentos que, na maioria das
vezes, são rechaçados, conforme o entendimento seja ele correto ou não.
Depois de 22
anos da conquista da independência político-administrativa e 21 anos de
funcionamento pleno dos poderes, já era para se contar com comportamentos muito
mais éticos e republicanos, afinal de contas a responsabilidade assumida é para
conduzir mais de 700 mil pessoas que tem endereço no Amapá.
E aqui, no
Estado do Amapá, os deputados estaduais, o governador, o vice-governador, os
promotores, os procuradores, os juízes, os desembargadores, os conselheiros de
contas são bem pagos quando comparados, nacionalmente, com outros Estados,
muito embora a população não suporte a comparação da qualidade de vida com
esses mesmos estados.
Então, apesar de
haver o sentimento de que se está desbravando uma parte da Amazônia,
consolidando um estado democrático de direito, é preciso olhar para fora, mesmo
que seja através do vidro do carro último tipo, mesmo que esse carro seja
oficial, e ver que o povo amapaense sofre muito e para ele estão sendo
destinadas migalhas que lhe ofende.
Precisamos de
todos. Desde que todos estejam dispostos a contribuir, sem arrogância, essa
ofensa ou desrespeito.
Chega de briga,
chega de tentar impor uma idéia como se ele fosse a melhor!
É compreensível
que é a melhor para o autor da idéia, daquele que expressa a sua vontade e
quer, até, antecipar a sua aplicação. Mas é um comportamento que, dificilmente
se adapta com um processo onde o diálogo deve ser o fundamento principal dos
administradores.
Já estamos em um
Estado endividado e com necessidades de avançar na sua estrutura econômica,
política e social, que cada vez mais precisa de investimentos que, depende de
dinheiro, muito dinheiro, que não será adquirido com incompreensões e brigas.
Já bastam os
erros que foram cometidos. Não há mais espaço para outros. Estamos no limite e
isso é preciso ser visto por todos, inclusive aqueles órgãos que fazem a
estrutura do Estado.
Garantir a paz é
preciso. O direito, seja de quem quer que seja, não tem como premissa a guerra,
muito menos a briga. O direito tem como premissa a moral e a ética.
Estamos passamos
da hora de experimentar um novo tempo. Mas ainda podemos reencontrar o caminho.
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