segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

As arengas entre autoridades do Estado continuam

Rodolfo Juarez
Estamos começando mais um ano e continuando, da forma mais difícil, as arengas entre as autoridades do Estado.
Pelo fato de ainda sermos uma comunidade relativamente pequena, quando comparada às demais comunidades nacionais que vivem em cidades que têm a mesma proposta da nossa – ser a capital de um Estado - as brigas acabam sendo do conhecimento de todos e a população se lhe atribui o direito de dar o seu “pitaco”, comentando e avaliando o comportamento de um e de outro contendor.
Os resultados sempre são desastrosos.
Agora mesmo as interpretações diversas que foram dadas às declarações públicas de agentes do Ministério Público, colocando-se contrários às decisões de agentes do Tribunal de Justiça, quando da discussão de uma questão que está sendo debatida em segundo grau de jurisdição, serviram para mostrar que está chegando a hora de modificar a estratégia, de recuar nos avanços, para prosseguir a construção de um Estado que depende agora e sempre dependerá, de todos os órgãos que o formam.
Ilegalidade não pode ser tolerada, isso em qualquer tempo e em qualquer lugar, mas também não pode a intolerância ser ponto de partida para os argumentos que, na maioria das vezes, são rechaçados, conforme o entendimento seja ele correto ou não.
Depois de 22 anos da conquista da independência político-administrativa e 21 anos de funcionamento pleno dos poderes, já era para se contar com comportamentos muito mais éticos e republicanos, afinal de contas a responsabilidade assumida é para conduzir mais de 700 mil pessoas que tem endereço no Amapá.
E aqui, no Estado do Amapá, os deputados estaduais, o governador, o vice-governador, os promotores, os procuradores, os juízes, os desembargadores, os conselheiros de contas são bem pagos quando comparados, nacionalmente, com outros Estados, muito embora a população não suporte a comparação da qualidade de vida com esses mesmos estados.
Então, apesar de haver o sentimento de que se está desbravando uma parte da Amazônia, consolidando um estado democrático de direito, é preciso olhar para fora, mesmo que seja através do vidro do carro último tipo, mesmo que esse carro seja oficial, e ver que o povo amapaense sofre muito e para ele estão sendo destinadas migalhas que lhe ofende.
Precisamos de todos. Desde que todos estejam dispostos a contribuir, sem arrogância, essa ofensa ou desrespeito.
Chega de briga, chega de tentar impor uma idéia como se ele fosse a melhor!
É compreensível que é a melhor para o autor da idéia, daquele que expressa a sua vontade e quer, até, antecipar a sua aplicação. Mas é um comportamento que, dificilmente se adapta com um processo onde o diálogo deve ser o fundamento principal dos administradores.
Já estamos em um Estado endividado e com necessidades de avançar na sua estrutura econômica, política e social, que cada vez mais precisa de investimentos que, depende de dinheiro, muito dinheiro, que não será adquirido com incompreensões e brigas.
Já bastam os erros que foram cometidos. Não há mais espaço para outros. Estamos no limite e isso é preciso ser visto por todos, inclusive aqueles órgãos que fazem a estrutura do Estado.
Garantir a paz é preciso. O direito, seja de quem quer que seja, não tem como premissa a guerra, muito menos a briga. O direito tem como premissa a moral e a ética.
Estamos passamos da hora de experimentar um novo tempo. Mas ainda podemos reencontrar o caminho.

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