segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Saude pública: um leque de desumanidades

Rodolfo Juarez
Um grande mistério ainda ronda o setor saúde no Estado do Amapá. Nem as vontades declaradas e as providências tomadas, inclusive com trocas no comando da gestão do setor saúde, têm conseguido melhorar os índices de satisfação dos usuários do sistema.
Passa a impressão de que não tem jeito.
Mas não se pode aceitar isso como regra e deixar o sistema como está -  jogando a toalha. Deve haver um jeito para que as coisas mudem para melhor e cessem essas contradições, os prejuízos no relacionamento, as dificuldades para o atendimento e a perda de vidas ou deficiências permanentes por causa do atendimento.
É preciso um mutirão social, com a presença dos dirigentes e de representantes da sociedade organizada, cada um fazendo o seu papel, mas todos buscando melhorar o sistema.
As constantes brigas ou confusões, ou mesmo as trocas de pessoas, não tem funcionado a favor do contribuinte e, especialmente, daqueles que buscam o atendimento médico conforme prometido pelo Estado.
Não é possível raciocinar partindo de dados em que o urgente é, no mínimo, 30 dias e o urgentíssimo, 10 dias.
Ninguém pode admitir comparações com locais onde haja o caos permanente ou eventual. Isso seria agir irresponsavelmente, pois por aqui ainda tem jeito e a população aprovará qualquer medida que apresente resultado. Não dá mais para acreditar que as coisas vão se modificar sem haver interesse prático dos gestores.
              Percebe-se que alguns dos dirigentes de importantes setores da saúde estadual estão incomodados com a situação e declaram que não aceitam isso, mas que têm que lidar com situações que preocupam muito. No setor saúde, segundo esses dirigentes, tudo é mais difícil.
Esses mesmos profissionais acreditam que é possível mudar a situação em que o setor se encontra. Avaliam até que os recursos são suficientes e que precisa o comprometimento de alguns e seria isso um dos fatores que contribuiu para que não sejam alcançadas as melhorias que são buscadas e, até, anunciadas.
Para o setor de saúde pública tudo parece mais difícil!
As licitações, qualquer uma delas, se transformam em casos que sufocam a administração e comprometem a eficiência do trabalho. O recebimento do material, mesmo feito com redobrada vigilância, ainda é um grande problema. Os serviços prestados não são os melhores. Tudo isso implica em um resultado que se transforma em dor, desespero e, até, morte daqueles que buscam atendimento.
O início do ano poderia ser o momento para começar um programa, aproveitar os espaços, a boa vontade de todos, alterando o senso de atendimento de cada um, colocando os profissionais, todos eles, em contato direto com o usuário, até que esses profissionais que atuam no setor saúde compreendam o drama que as pessoas e as famílias enfrentam para na busca do tratamento.
Já são conhecidas as condições em que o atendimento básico, aquele que, em regra, seria feito pelo município. Não há confiança e os resultados não parecem, principalmente quando se conta com o atendimento em unidades definidas como unidade básica de saúde.
O que se vê hoje no Hospital do Pronto Socorro constitui um leque de desumanidades que deixa os pacientes em constante prova e os familiares em verdadeiro desespero. O atendimento é precário e os pacientes ficam sem confiança no sistema o que, contribui para piorar a saúde, já ofendida, e o ânimo do paciente, já abatido.
É preciso encontrar um jeito de mudar o resultado do trabalho que é feito pelos profissionais da saúde pública no Estado, sem procurar culpados, mas encontrando nas diversas equipes, aliados que possas fortalecer a confiança dos pacientes e de seus familiares.   

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