Os gestores do
dinheiro público e os parlamentares de todos os parlamentos onde representam os
interesses da população amapaense estão dando a impressão que ainda não
compreenderam o que está acontecendo com grande parte da população local,
principalmente aquela que precisa sair de Macapá ou de Santana, para outros
centros urbanos, preferindo usar o transporte fluvial.
Essa
significativa parcela da população tem enfrentado grandes problemas e, em
algumas oportunidades, a incompreensão das autoridades, com relação às
condições que lhes são oferecidas para uso desse tipo de transporte, com
características regionais e mais próximas dos costumes e da capacidade de pagamento
do usuário do sistema.
Basta uma visita
aos terminais de carga e passageiros que são oferecidos para os usuários do
sistema de transporte fluvial para atender àqueles que preferem, por várias
razões, usar esse tipo de transporte, para entender o tamanho da ausência do
poder público.
Macapá e todos
os demais núcleos urbanos do estado, não dispõem de ligação rodoviária com os
outros centros do país o que, por si só, já recomendaria uma atenção maior para
o transporte fluvial.
Além disso, a
região oferece condições para a navegação fluvial com absoluta segurança,
bastando para isso, dotar o sistema de regras regionais voltadas para a
melhoria da segurança e do conforto dos usuários.
Os
representantes do povo, principalmente aqueles que exercem os seus mandatos na
Capital Federal, provavelmente por usarem constantemente o terminal de
passageiros do aeroporto de Macapá, nem lembram ou pelo menos falam, das
necessidades que apresentam atualmente os passageiros das embarcações fluviais
que saem, também de Macapá e Santana, com o mesmo destino dos aviões que saem
do Aeroporto Alberto Alcolumbre.
É claro que as
condições que são oferecidas no terminal de passageiros dos aviões que saem de
Macapá, ainda são bastante precárias, mas estão muito acima das condições oferecidas
nos terminais de passageiros das embarcações fluviais que saem da mesma cidade.
O grande rio que
torna a orla de Macapá uma das mais belas de todo o Brasil, é um grande
fornecedor de prazer para aqueles que usam o sistema fluvial, mesmo funcionando
em condições precárias e sem regras.
Porque não
melhorar isso?
São evidentes os
apelos turísticos, saltam aos olhos as preferências no uso do sistema fluvial
e, mesmo assim, ainda não foi retomado o projeto que poderia transformar o
transporte fluvial, a partir de Macapá e Santana, um exemplo para a Região
Amazônica e para todo o Brasil.
Enquanto isso os
aviões fecham as portas para os mais pobres e os remediados, muito embora os
governantes locais venham aplaudindo, ao longo do tempo, os projetos nacionais
de reduzir a pobreza e de dar dignidade para a população.
Como falar em
dignidade por aqui, quando nem o costume da população é respeitado ou as
condições lhes são oferecidas para exercer o direito de ir e vir, conforme
consta da Constituição Federal.
Não tem porque
as pessoas que usam, nesse momento, o sistema de transporte fluvial, não contem
com um lugar seguro e confortável para aguardar a hora de embarcar nas unidades
de navegação que as levará para o destino escolhido ou que precisa ir.
Apesar de não
haver uma estatística oficial estima-se que, entre Macapá e Belém, durante um
ano, o número de passageiros que usa o transporte fluvial é três vezes maior
que os que usam o transporte aéreo. Com relação ao transporte de carga a
distância é muito grande – o fluvial seria 120 vezes maior que o aéreo, medido
em toneladas.
O que falta
então?
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