sexta-feira, 1 de março de 2013

O cenário atual da reeleição de Camilo

Rodolfo Juarez
Já é muito freqüente o trabalho das lideranças políticas no sentido de acertar o passo para merecer o voto no dia 5 de outubro de 2014, dia que os eleitores amapaenses decidirão quem vai governar o Amapá de 2015 a 2018.
Do lado do governo já é grande a movimentação. O próprio governador tenta montar o cenário que idealizou para ter condições de disputar e ganhar a eleição.
É claro que se fosse hoje esse pleito as chances de vitória seriam muito pequenas. O histórico político do governador Camilo está atrelado ao histórico do seu pai e, principalmente de sua mãe, que conquistou confiança de significativa parcela dos eleitores do Amapá que não querem apenas eleger, mas também, torná-la a mais votada a cada eleição.
Ninguém esqueceu ainda a tentativa da deputada federal Janete Capiberibe, mãe do governador Camilo Capiberibe, quando disputou o cargo de prefeito de Macapá. Para vencer aquele pleito precisava de outros eleitores, além daqueles que a elegem deputada federal mais votada a cada eleição. Não conseguiu. Dizem até que foi um debate na televisão que a tirou do cargo. É pouco provável que tenha sido por isso.
O senador João Capiberibe, o Capi, tem dado mostras que tem mais voto que o seu partido, o PSB, e também já provou que tem a capacidade de transferir votos quando comanda a estratégia, elegendo um prefeito, pedindo confiança em si, pois tinha, ele, a confiança no candidato.
Depois de eleito todos acabaram sabendo de uma história, entre elas a verdadeira, mas qualquer delas desgastaria o “padrinho” não muito por parte dele, mas, principalmente, por causa do terceiro que pode apadrinhar.
Camilo, para vencer a eleição de 2014, precisa mostrar que tem o seu próprio combustível, mas não pode deixar de contar com a dedicação política do pai, o senador Capi, e muito menos da mãe, que irradia uma energia própria e que, por ser própria, terá dificuldades para transferir para o filho, além de precisar considerar que estará na disputa por um mandato na mesma campanha.
O PSB não fortaleceu o seu quadro, pelo contrário, ocupou boa parte de sua equipe de mando em funções executivas que, estão submetidas a desgastes ou provaram do poder e imaginam que podem ter vôo próprio.
Todas essas são questões que devem influenciar, fortemente, na campanha da reeleição do governador Camilo, tida pelos seus auxiliares, como necessária para que “os projetos e programas tenham continuidade e possam ser concluídos até 2018”.
Boa parte desses auxiliares não está pensando em outra coisa senão continuar com a ocupação que tem hoje, ganhando o que ganha hoje, e com visão, não nos projetos do governo (com as exceções que confirmam a regra), mas nos seus projetos pessoais, que sempre estarão inacabados e precisando de mais tempo.
Mas campanha eleitoral tem o seu nível de risco e quem o colocar para ser discutido poderá ser surpreendido por circunstância que inesperadas e que podem colocar em risco o projeto.
Os que trabalham a estratégia da campanha da reeleição já têm a leitura de que os adversários são fortes, a eleição de 2010 foi obra do acaso, mas também, que não estão dispostos a desperdiçar a oportunidade.
Escolher o candidato certo, para a eleição certa, é uma tarefa difícil e para quem tem conhecimento do cenário. Para ter sucesso o PSB precisa ter aprendido a lição que lhe foi oferecida na eleição para prefeito de Macapá em 2012, caso contrário pode ter que lamentar depois.

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