domingo, 10 de março de 2013

O esforço do governador Camilo para garantir o PT

Rodolfo Juarez
Esta semana o governador do Estado, Camilo Capiberibe, mesmo estando longe e, segundo a sua assessoria, falando sobre mineração para os canadenses, deixou na cidade duas peças como material de ensaio: uma referente à sua gestão e outra referente à sua popularização.
Na primeira deixou “vazar” por todas as partes possíveis, as alternativas que foram postas para agasalhar os auxiliares que ocupam cargos de confiança e que deixarão de ser auxiliares nos próximos dias; para a segunda deixou gravada as inserções que o PSB tem direito, de forma gratuita, no rádio e na televisão, falando de saúde e habitação.
No primeiro caso a principal questão é com o principal aliado, o PT, partido com o qual contou para vencer a eleição em 2010 e com o qual está contanto para enfrentar as disputas eleitorais de 2014.
Joel Banha, atual secretário de infraestrutura do Governo, se constitui na mexida mais delicada e cuidadosa, afinal de contas sabe que qualquer movimento mal feito afeta não só aquele partido, mas outras partes da coalizão que deu certo na eleição que o colocou no cargo de Governador do Estado.
O engenheiro Joel não tem uma avaliação satisfatória relativo aos resultados que obteve como secretário até agora, mas, por outro lado, não pode ficar desamparado e tem até condições de exigir que lhe seja dado oportunidade como na Assembleia Legislativa, na função de deputado estadual, afinal de contas fora, por dois mandatos consecutivos, deputado estadual pelo PT, o mesmo partido da vice-governadora, Dora Nascimento.
Acontece que Joel Banha, na eleição de 2010, com os 3.383 votos que lhes foram dados pelo eleitor amapaense, o colocou na 5ª posição da coligação PSB/PT, pela qual disputou uma vaga de deputado estadual para Assembleia Legislativa Amapaense. Na frente de Joel ficaram: Agnaldo Balieiro (PSB), com 4855 votos; Cristina Almeida (PSB), como 4.421 votos; José Luiz (PT), com 4.194 votos; e Ruy Smith (PSB), com 4.008 votos.
Para que seja aberta uma vaga para o quinto mais votado em 2014, na coligação PSB/PT, o PSB precisa abrir mão dos direitos de seus três filiados: Agnaldo Balieiro, Cristina Almeida e Rui Smith, para que surja o direito de Joel Banha assumir uma cadeira de deputado estadual.
Sacrificar o mandato dos filiados do PSB não está sendo bem avaliado pelos dirigentes do PSB que, assim, ficariam sem representação na Assembléia Legislativa e, em contrapartida, o PT ocuparia as duas vagas que já foram ocupadas pelo PSB; por outro lado, as questões se acomodariam e o governador poderia fazer a troca do secretário em busca de melhores resultados na avaliação da administração.
No segundo caso, o governador deixou para veicular, como inserção do PSB no rádio e na televisão, peças que o ligavam, diretamente, a programas sociais – um na área da saúde (visão para todos) e outro na área habitacional (conjunto residencial Macapaba).
Essa decisão do PSB e do governador deixa claro que o Partido Socialista Brasileiro, através dos seus dirigentes, já compreendeu que precisa popularizar as ações administrativas do governo, com o claro intuito de atrair os votos dos eleitores, principalmente aqueles que não estão satisfeito com os resultados que, até agora, foram alcançados pela administração estadual.
Olhar para os lados e perceber que enfrentará nas eleições de 2014 adversários que hoje estão ao seu lado, em alguns casos, um pouco à frente, e ainda perceber a aproximação de outros que vêm com muito fôlego na corrida, exige ações mais arrojadas que podem, ou não, dar certo, mas que não se perdoaria se não tomasse.
O fato é que a decisão, ao que parece, está tomada: o atual governador do Estado vai à reeleição e, mais que isso, não quer romper os laços que foram criados com o PT na eleição de 2010.

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