Ainda não dá
para avaliar se o caminho que o prefeito de Macapá, Clécio Luis, escolheu para
seguir o está levando para uma área própria ao trabalho que disse que pretende
fazer, ou se vai dar de cara com um paredão de dificuldades que precisará
transpô-lo, se tiver condições, ou retornar para começar tudo de novo.
Até agora o que
se observa são tentativas, ainda muito dispersas e sem balizas, o que
certamente, dificulta as correções no percurso, durante a execução das tarefas.
Os problemas ainda são analisados de forma isolada e assim também, tomadas de
forma isoladas as iniciativas de solução.
Essa avaliação é
enganosa, mas muito conveniente para os auxiliares que não gostam de discutir
ou não sabem como dizer para o prefeito, o que precisa ser feito e por uma
razão muito simples - exige conhecimento, alguns específicos e detalhados -, além
da boa vontade e disposição para enfrentar situações que pedem decisões
imediatas e sustentadas pelo conhecimento que, muitos vezes é escasso ou não
consta da formação daquele agente público que tem a atribuição de tomar as
decisões.
Para prejudicar
a relação do gestor com a população, aquele sempre tem à sua disposição – ou
quando não tem, coloca -, alguns arautos que fantasiam situações irreais,
pretendendo que a população embarque em avaliações equivocadas, acreditando que
a população não terá oportunidade de confirmar, ou que está disposta a
acreditar no que é dito.
Os dois
parâmetros de que se valem esses arautos – avaliação popular ou crédito virtual
-, são frágeis, pois o comportamento atual da população, seja pela desconfiança
ou pelo histórico das administrações imediatamente anteriores, aniquilam esses
“valores” e desmascaram os que informam errado quase que imediatamente.
Os dois
primeiros meses da administração atual foram cheios de altos e baios. Medidas
equivocadas se colocaram à vista de todos; anúncios e afirmações não se
confirmaram; alguns problemas da gestão anterior já se repetiram e, principalmente,
os resultados não apareceram.
É difícil gerir,
pelas regras atuais de definição das receitas públicas e das responsabilidades
sociais, qualquer município brasileiro. Mas isso não pode ser motivo para
colocar as dificuldades como elemento de discurso para justificar o resultado
do trabalho dos agentes públicos que, voluntariamente se prontificaram a bem
fazê-lo.
O prefeito, por
mais confiança que tenha no poder da mídia ou dos profissionais que a
conformam, não tem porque se encolher e passar a desviar-se da realidade e dos
problemas reais. Deve sim, isso parece mais eficaz, primeiro estar disposto a
conhecer todos os problemas e depois, enfrentá-lo pessoalmente, até que forme
uma correnteza de confiança capaz de não deixar que os auxiliares fujam dela.
Por enquanto
ainda há espaço suficiente para que o prefeito não permita que seja construído,
ao seu redor, o espelho dos sonhos, onde o que vê é uma cidade e um município
sem problemas ou apenas com os problemas que, na avaliação dos “auxiliares”,
são dos outros.
Nesse espelho,
depois, se deixar que isso aconteça, vai ver a cidade virtual, irreal e onde
todos são felizes, a exceção daqueles que insistem a “ser do contra” ou “não
gostar do gestor ou do partido dele”.
Se o prefeito
permitir que isso aconteça, estará cometendo o mesmo erro dos antecessores que
se valeram da informação, algumas até verdadeiras, para desviar a atenção
daquilo que precisava ser tratado. Os exemplos são muitos e estão por todos os
lados.
O espelho dos
sonhos é tão perigoso que, quando reflete a imagem irreal, deixa massageado o
ego do gestor e desperta o narcisismo que sempre negou, mas que, aproveita a
ocasião, instala-se no agente público, transformando-o em produto do próprio
sonho.
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