sexta-feira, 8 de março de 2013

Macapá: a recomposição do ciclo vicioso

 Rodolfo Juarez
Apesar de todos os discursos é lenta demais a reação das autoridades municipais aos problemas que se agigantam a cada dia na cidade de Macapá e no interior do município.
Foram tantas as promessas feitas, que a esperança do povo renasceu sustentada pela indomável vontade de resgatar a confiança nas autoridades, aquela mesma vontade que ficou perdida nos emaranhados quadros irreais, fruto da imaginação de gestores que não conseguiram honrar a palavra empenhada e o compromisso assumido.
A cidade de Macapá e o interior do município precisam de grandes reparos, verdadeiras reformas, mas que só podem ser iniciados a partir da modificação comportamental dos gestores municipais, que não podem mais esperar por tempo melhor, sem que atue na construção desses tempos.
Há muito que está claro que o prefeito do município de Macapá não tem tempo para delegar as ações próprias da prefeitura a terceiros, sejam quais forem os motivos, sejam quais forem as alegações. Estão criados muros de desconfiança que precisam ser destruídos para que possibilitem a passagem da verdade.
Todos desconfiam de tudo, inclusive aqueles que têm a incumbência de fazer, de dar o primeiro passo. Está ficando a impressão que, até esse primeiro passo precisa ser monitorado, em busca de uma certeza que está com o dono do pé.
O prefeito de Macapá precisa ser um líder responsável. E se não for responsável ou líder, ou nem líder e nem responsável, tem pouco tempo para aprender, tem pouco tempo para descobrir o que precisa fazer para ser líder e responsável.
As vantagens mirando o poder precisam ser sacrificadas nesse momento. Não adianta querer mais poder se não está dando conta daquele que já tem.
O prefeito precisa transformar a confiança que ganhou da maioria dos eleitores, quando lhe delegou a incumbência de gerir o município de Macapá, em confiança de toda a população e se isso for feito, ganhará a confiança dos governos, dos adversários e então estará habilitado a receber mais poder.
A fórmula para conquistar a confiança da população está na demonstração de disposição para o trabalho. Nem mesmo a realidade financeira do Município será suficiente para justificar a inapetência do prefeito ou de membros da sua equipe.
Isso não quer dizer que tenha que fazer tudo o que precisa ser feito de uma vez só e muito menos, que tudo o que fizer tenha que ser feito da melhor forma ou da forma ideal. Os espaços para os erros aumentam na medida em que os acertos forem sendo conhecidos. Afinal de contas, para o gestor público vale o princípio de que “só erra que faz”.
Priorizar os trabalhos nas ruas, não maltratar a população e nem deixar que outros a maltratem, deve ser a regra. No momento imaginar que tem nas mãos um problema que não dá para resolver, de pouco vai adiantar, ou melhor, certamente favorecerá o erro e encaminhará a gestão para o descrédito.
Não adianta querer resolver as questões com justificativas, pois, não se conhece, pelo menos até agora, o gestor que conseguiu sair das dificuldades justificando o seu “não fazer” ou atribuindo esse “não fazer” a terceiros, por posicionamento político ou não cumprimento de promessas.
A população do município de Macapá ainda espera pelo cumprimento das promessas feitas na campanha, mas o tempo passa e como os problemas não são atacados como prometidos, a desconfiança aumenta e o ciclo vicioso se recompõe e tudo volta a ser como antes.      

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