domingo, 24 de março de 2013

O Lugar Bonito está precisando ser cuidado

Rodolfo Juarez
Desde 2006 quando foi inaugurado o Parque do Forte, que ficou conhecido popularmente como Lugar Bonito, que a grande praça, eleita pelo povo para ser a sua principal referência de lazer, não alcançava um momento tão crítico.
A decisão política de construir aquela praça foi tomada no primeiro mandato do governador João Capiberibe, que implicava em desmontar um projeto que havia sido implantado com dinheiro de emendas parlamentares, na administração do prefeito Papaleo Paes, que havia humanizado a praça em frente do Banco do Brasil, mas que ficara com boa parte como sendo “o estacionamento do Banco do Brasil.”
Depois de realizados os estudos e definidas as funções de cada parte da “grande praça” se entendeu que o parque do forte, desde a rampa do bairro Santa Inez até o Trapiche Eliezer Levi, que também passaria por revitalização, seria o setor nuclear do grande espaço de lazer da cidade que começaria na orla do bairro do Igarapé das Mulheres e se estenderia até o Complexo do Araxá.
As obras começaram efetivamente no governo do governador João Capiberibe e continuaram até o último ano do primeiro mandato do governador Waldez.
Foram seis anos com um tapume na frente da cidade que retirara toda a infraestrutura de lazer que já fazia parte do cotidiano dos macapaenses, dos naturais de outros municípios do Estado e dos visitantes que já se tinham se acostumado a sentir a brisa do vento vindo do grande rio e a contemplar a imensidão das águas que terminava no horizonte onde o céu e a aruá parecia se unir, com a cortina das árvores da mata distante.
Às vésperas da eleição regional de 2006 o grande tapume foi derrubado e o povo conseguiu ver o que havia sido construído. Provavelmente a maior e melhor obra urbana em todo o Estado.
O povo não teve dúvida, substituiu o nome Parque do Forte pelo nome Lugar Bonito, que foi imediatamente assumido pelas pessoas que fazia o comando do governo do governador Waldez Góes.
O dia da inauguração ocorrida no dia 10 de junho de 2006, exatamente no dia em que começavam as convenções dos partidos para a escolha dos candidatos, indicava que a obra, devido a sua aceitação, seria o principal mote para a campanha de reeleição do governador Waldez.
Tendo como base o lugar bonito, Waldez venceu todos os seus adversários no primeiro turno de votação, um feito inédito, ficando com mais de 50% dos votos válidos.
Mas foi só isso. Só voltou a se interessar pelo local, às vésperas da eleição para prefeito de Macapá, depois do primeiro turno, com o objetivo de virar o jogo e eleger Roberto Góes prefeito.
Conseguiu! E foi a última intervenção.
Abandonou a execução do projeto pela metade, onde os esqueletos ainda estão pela praça que fica em frente à Residência Oficial do Governador.
Eleito Camilo Capiberibe nas eleições de 2010, em 2011, no segundo semestre, quando da entrega da recuperação do Trapiche Eliezer Levi, foi cobrado pelo senador João Capiberibe, seu pai, melhorias no Parque do Forte, o Lugar Bonito.
Não ouviu e foi convencido, ano passado, 2012, a realizar a quadra junina no local do anfiteatro do Parque, prejudicando a estrutura que há no local e agredindo as finalidades para as quais foram construídos os elementos do Parque.
No momento o Lugar Bonito está passando pelo seu pior estágio, com todas as luzes do muro de arrimo apagadas e com as luminárias destruídas, buracos no calçamento, como verdadeiras armadilhas para os pedestres. Calçadas destruídas, grama sem manutenção e os chafarizes sem funcionar.
O lugar está sujo, maltratado e, ao que parece, sem ser visto pelos que teriam a responsabilidade de manter o local limpo, agradável, conservado e próprio para uso.
Por enquanto os descuidos e os desleixos prevalecem e se impõe aos gestores que, completamente alheios ao caso, precisam recuperar o local que é importante para o prazer e a satisfação da população local e dos visitantes.
 

 

Um comentário:

  1. A cidade está entregue às traças!

    Infelizmente padecemos de gestões públicas nada compromissadas com o bem-estar social, o que aumenta a "sensação" de abandono!

    Pior que estarmos nessa situação é não vislumbrarmos uma possibilidade de melhoria!

    Resta-nos exercitar nossa esperança. Esperança que um dia, bem no futuro, as coisas melhorem, que os filhos de nossos filhos brinquem em praças iluminadas, que nossos filhos os conduzam à escola em seus carros conservados, pois trafegam em ruas também bem conservadas.

    Resta-nos a compreensão, na menos pior das hipóteses, de que as coisas estão dessa forma por incompetência administrativa, por simples desleixo ou mesmo pela existência de uma liderança política de papel (que se dobra diante da mais fraca pressão oligárquica ou colorida partidária).

    Precisamos ter foco na coisa certa. Precisamos educar a leitura de nossos filhos. Caso contrário, a mídia atual, prostituída pela incompetência administrativa, esta travestida de boas intenções e justificativas (as mais fajutas), pode sugar nossos filhos, suas ideias e suas intenções para um buraco negro, a corrupção!

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